segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Gramsci: uma introdução


Depois de uma juventude atormentada por doenças e apertos econômicos, transferiu-se em 1911 para Turim, graças a uma bolsa de estudos que lhe permitiu matricular-se na universidade, na Faculdade de Letras e Filosofia. Apaixonou-se inicialmente pelos estudos de Lingüística, sob a orientação do glotólogo M. Bartoli, mas em seguida se ligou aos mais ativos movimentos literários e políticos da capital piemontesa. Seus estudos universitários, porém, foram retardados por freqüentes crises de esgotamento nervoso, e ele renunciará por fim a diplomar-se, para empenhar-se cada vez mais no jornalismo militante (em dezembro de 1915 começou a trabalhar na redação turinense de Avanti!, órgão do Partido Socialista Italiano).
Sua atividade jornalística se impõe à atenção geral não só pela qualidade do texto mas também pela profundidade da pesquisa cultural. Neste sentido, tornou-se exemplar a preparação de um número único redigido em fevereiro de 1917 por conta da Federação da Juventude Socialista do Piemonte (La città futura), em que ao lado de artigos originais de teoria e de propaganda socialista se alinhavam escritos de Croce, Salvemini e A. Carlini. Neste período, a influência de Croce e da polêmica antipositivista do idealismo italiano também se mostra na avaliação entusiasmada da Revolução Russa de novembro de 1917, interpretada como "revolução contra O Capital" (isto é, contra a versão determinista da obra de Marx). Com estas diretrizes preparou e em seguida dirigiu, no pós-guerra, o periódico L´Ordine Nuovo, publicado entre maio de 1919 e dezembro de 1920 com o subtítulo de "publicação semanal de cultura socialista". Ligando-se ao movimento turinense dos conselhos de fábrica, o periódico pretendia ser tanto instrumento de investigação cultural quanto órgão de luta política. Esta experiência se situava, numa perspectiva revolucionária, à esquerda do movimento socialista da época, mas em conformidade com outros fermentos da cultura italiana do período, como os que se referiam ao neoliberalismo de P. Gobetti, que de fato julgou positivamente a obra do grupo.
Para ler o texto completo de Valentino Gerratana clique aqui

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