quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A USP nas areias do Templo de Salomão

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Pode ser uma inverdade, mas neste terreno a especulação tem força de lei.
Diz-se que a terra contaminada que ocupava a área na qual foi construído o Novo Templo de Salomão, mais recente edificação religiosa da Igreja do Bispo Edir Macedo, foi removida para o aterro no qual se estabeleceu a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, a EACH. Desta maneira a assim chamada USP-Leste anda pelas areias do deserto, qual Moisés em busca da terra prometida, sem lugar para continuar seu projeto inovador, enquanto se inaugura, na mesma cidade, o mais imponente santuário da fé.
Seria só mais um caso desta mistura crônica entre descaso, imprevidência e precariedade, com o qual temos tratado a educação em geral e as universidades em particular. Contudo, há algo mais forte e insinuante nesta metáfora. A terra contaminada, sob a qual se ergue o templo religioso, lugar, sagrado, santo e purificado, é transportada para dar fundamento, em sentido objetivo e arquitetural, a um novo campus laico, profano e comum, que prenunciava uma nova era de expansão do acesso a este bem simbólico crucial que é a universidade. Menos do que uma inépcia dos responsáveis pelo sistema de higienização, do que um deslize do departamento de controle de resíduos, ou do horizonte ecológico da operação, há neste desterro, um toque de ironia.
Para ler o texto completo de Christian Ingo Lenz Dunker clique aqui

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