segunda-feira, 27 de junho de 2011

Como uma notícia publicada num blog desafiou o grupo a produzir um comentário a 8 mãos sobre fronteiras


A NOTÍCIA
FUSO HORÁRIO DE 24 HS NAS ILHAS DIOMEDES
As ilhas onde EUA e Rússia se encontram, e o Leste se torna Oeste. As ilhas Diomedes no horizonte. Dois continentes, dois países, duas culturas, dois regimes. Há um lugar no mundo em que os territórios dos Estados Unidos e da Rússia estão a menos de 4 km de distância, mas qualquer percurso entre eles terá uma diferença de 24 horas...
A notícia completa pode ser lida aqui...
O professor e três de suas alunas sentiram-se, assim, desafiados a fazer um

COMENTÁRIO


Esta notícia emergiu, inesperadamente, num blog e tocou nosso universo recente: o do grupo constituído pelo professor e alunos de Mestrado em Educação que durante dois meses estudou e debateu conteúdos da disciplina Fronteiras do Pensamento na Universidade do Estado de Minas Gerais. Só que esta notícia é, sob várias prespectivas, inusitada. Não por revelar mais uma fronteira, neste caso, física, entre tantas espalhadas pelo nosso mundo, mas uma fronteira simbólica onde impera uma violação espantosa do tempo cronológico e que pode interferir, de modo supreendente, nas nossas subjetividades.
Que fronteira é esta, que basta andar ou recuar alguns metros para se “ganhar” ou “perder” um dia?! Estas e outras perguntas puderam e podem ser feitas pelo grupo, que para responder ao inusitado, decidiu, também de forma inusitada, escrever um comentário a “8 mãos”. São fronteiras físicas? Sim. Mas são fronteiras que, pela configuração simbólica que lhe foi atribuída pelos seres humanos, invadem nossa mente, nosso psiquismo e nos projetam para novos voos na aventura do pensamento. Que diálogos se podem estabelecer entre fronteiras físicas e simbólicas? Que hibridismos podem resultar desses diálogos?
Imaginemos a fronteira como um espaço polissêmico, que engloba uma unicidade sendo substancialmente híbrida. É esta a fronteira possível para pensar. Uma finitude que não se pode imaginar, onde traços por mais invisíveis que sejam, não terão poder para arrebatar nossas subjetividades, onde o outro se torna carne para a minha carne. Essa fronteira será humana, demasiadamente humana, onde o único limite possível será a obstinação de fazer da humanidade, humanidade.
Os acordos ou desacordos, as congruências ou incongruências humanas sempre levam à fixação de fronteiras, na tentativa de superação das marcas do tempo em que as divisões entre povos, entre culturas ou ideologias eram menos ou mais visíveis. A Guerra Fria teve um ponto final, registrado pela história moderna, mas imprimiu marcas entre dois continentes que, na contemporaneidade, desenvolvem ações menos belicistas talvez, mas imperativas pelo controle da economia mundial. Uma disputa pela supremacia hoje representada pela China e mão mais pela Rússia, antiga União Soviética, contra a hegemonia dos Estados Unidos em crise.
Entre a terra e o mar, leste e oeste se aproximam. Em apenas quatro metros que separam a Rússia da América, um fio tece histórias de milhares de anos, de hoje e de amanhã. Nesse estreito espaço físico, o fuso do tempo impera: um dia separa o que é “lá” e do que é “aqui”. Nas fronteiras que se estendem pela passagem de gelo, há ainda muito a ser explorado. A redondeza da terra está longe de ser conquistada. 

Jalmelice da Luz Ferreira
José de Sousa Miguel Lopes
Maria Cristina Rodrigues Gomes
Rosangela Guerra

sábado, 25 de junho de 2011

"Terceira Metade": Transnacionalização de talentos e tecnologias no cinema moçambicano

Diferentemente de outros países africanos, Moçambique teve, mesmo antes de sua independência, uma relação privilegiada com o cinema. A nova República Popular de Moçambique, tornada independente em 1975, iniciou um processo de transformação política, social e cultural, em muito inspirado nos exemplos soviéticos e cubanos.

A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique –, visando cumprir objetivos políticos, investiu fortemente na produção de filmes, especialmente no gênero documentário, e soube utilizar o cinema como meio de afirmação e unificação – em um país que conta com 28 línguas reconhecidas e muitos dialetos – bem como meio de pressão diplomática.

Além da produção, a exibição de filmes moçambicanos também tornou-se uma prioridade para o governo no período pós-independência. Em 1978, a pequena indústria de distribuição e exibição é nacionalizada, e é criado o “Cinema Móvel”, trinta e cinco carros equipados para projeções itinerantes que levavam às aldeias os filmes intitulados Kuxa Kanema (“Nascimento do Cinema”). O cinema móvel difundia o discurso do governo em zonas rurais, bem como propiciava a descoberta do cinema para platéias de regiões remotas.

A continuação do artigo de Alessandra Meleiro e Mahomed Bamba, pode ser lido aqui.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A TESE DO COELHO



Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca, com o "notebook" e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa, e viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, "tão" concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
-Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois. passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos. O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
- Ah! Ah! Ah! Ah! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme ilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. . Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4. . Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos
conceitos lógicos;
O que importa é: QUEM ESTEJA APOIANDO SUA TESE...

A casa a arder

Uma das razões pelas quais é tão interessante escrever para a revista Parade são as reações que isso desperta. Com 80 milhões de leitores, podemos ter uma verdadeira amostra da opinião dos cidadãos dos Estados Unidos. Podemos compreender como as pessoas pensam, quais as suas ansiedades e esperanças e mesmo talvez onde nos perdemos no caminho.

Uma versão abreviada do capítulo anterior, que se debruçava sobre o desempenho de alunos e professores, foi publicada na Parade. Fiquei submergido de correspondência. Algumas pessoas negaram que isso fosse um problema; outras disseram que os Americanos estavam a perder inteligência e capacidades. Alguns consideravam que a solução era fácil; outros que os problemas eram demasiado profundos para terem remédio. Muitas opiniões constituíram uma surpresa para mim.

Para ler o texto completo de Carl Sagan, clique aqui...


A gramática farisaica

Totalmente desproporcionada a reação de alguns jornalistas, articulistas, escritores e formadores de opinião (ou apenas da sua imprópria opinião) na defesa da gramática normativa contra o perigoso livro didático Por uma Vida Melhor, cuja distribuição foi autorizada pelo MEC.
Falsa polêmica. O livro não ensina a “falar errado”. Quem isto afirma não leu o livro, ou sequer entendeu corretamente a proposta. Talvez sofra de analfabetismo funcional. Talvez queira apenas exercer o papel de “puliça” lexical.
Vejamos, concretamente, no texto, o que os autores realmente escreveram:
“Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar os livro?’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião.”
Este texto de Gabriel Perissé pode continuar a ser lido aqui..

O louco de palestra



Ele sempre começa com “Eu gostaria de fazer uma colocação”
por Vanessa Barbara
Em dezembro passado, o escritor gaúcho André Czarnobai, o Cardoso, publicou um diário na piauí intitulado “Pasfundo calipígia”. Salvo engano, foi a primeira vez em que se utilizou em letra impressa o termo “louco de palestra”. Imediatamente, a expressão ganhou densidade acadêmica e popularizou-se nos redutos universitários nacionais, encorajando loucos latentes e chamando a atenção da saúde pública para o problema.

O louco de palestra é o sujeito que, durante uma conferência, levanta a mão para perguntar algo absolutamente aleatório. Ou para fazer uma observação longa e sem sentido sobre qualquer coisa que lhe venha à mente. É a alegria dos assistentes enfastiados e o pesadelo dos oradores, que passam o evento inteiro aguardando sua inevitável manifestação, como se dispostos a enfrentar a própria Morte. Ler mais...

Entrevista sobre “Cinema Africano” - 2010



Para assistir a esta entrevista de José de Sousa Miguel Lopes ao programa Paratodos do Canal Universitário da TV UFMG, em 08/06/2010 clique aqui

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