quarta-feira, 31 de agosto de 2022

"No tempo em que éramos felizes" - José Luís Peixoto

 




No tempo em que éramos felizes

 

 

 



no tempo em que éramos felizes não chovia.


levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.


as manhãs eram um céu infinito. o nosso amor


era as manhãs. no tempo em que éramos felizes


o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.


as marés traziam o fim da tarde e não víamos


mais do que o olhar um do outro. brincávamos


e éramos crianças felizes. às vezes ainda


te espero como te esperava quando chegavas


com uniforme lindo da tua infância.


há muito tempo que te espero. há muito tempo que não vens.


 

 

José Luís Peixoto


Lula e os perigos de "jogar parado"

 





Tática implica em evocar mais o passado que o futuro. Desmobiliza os apoiadores. Furta-se a cativar corações e mentes em torno de propostas desejáveis de mudança. E deixa ex-presidente exposto às cascas de banana do bolsonarismo. Para ler o texto de Diogo Fagundes clique aqui


Leia "Vijay Prashad: Não se trata apenas da eleição de Lula, os comitês populares têm de criar o caminho" clicando aqui


Leia "Bruno Malheiro: A Amazônia entre o debate global e a tentativa de devastação completa. O paradoxal descompasso entre as palavras e as coisas" clicando aqui



Leia "José Álvaro de Lima Cardoso: Reindustrialização como condição para a soberania" clicando aqui



Leia "Cotas, 10 anos: uma revolução nas universidades brasileiras" clicando aqui



Leia "Ana Amélia Hamdan: Melhor tese do país é de indígena do Rio Negro: "sou fruto de uma luta coletiva"" clicando aqui



Leia "Aline Midlej: Como alcançar cada vez mais mulheres - e mulheres cada vez mais diversas?" clicando aqui

Taiwan - o rufar dos tambores

 




Na Ucrânia, como em Taiwan, a possiblidade de radicalização do imperialismo estadunidense é tendência crescente. Para ler o texto de Mário Maestri clique aqui


Leia "Pepe Escobar: A caminho de Odessa" clicando aqui


Leia "Darya Volkova e Alyona Zadorozhnaya: A grande derrota da ofensiva ukronazi" clicando aqui


Leia "Scott Scheffer - Afeganistão: as ruínas cultivadas por Washington" clicando aqui


Leia "Chris Herlinger: 'Os Documentos do Afeganistão' expõe o engano na condução de uma guerra longa e fútil" clicando aqui


Leia "Joana Salém Vasconcelos: O tabuleiro chileno rumo à Nova Constituição" clicando aqui


Leia "Hugo Albuquerque: Gorbatchov acabou com a União Soviética e a Guerra Fria, mas não com a História" clicando aqui


Leia "Gorbachev foi incompetente e subestimou a tarefa que lhe cabia na URSS, diz historiador Rodrigo Ianhez" clicando aqui


Leia "Catherine Russell: África. Milhões de crianças estão à beira da catástrofe" clicando aqui


Leia "Antonio Martins - Ladislau Dowbor vê o ocaso do capitalismo (1)" clicando aqui


Leia "Antonio Martins -  Ladislau Dowbor vê o ocaso do capitalismo (2)" clicando aqui


Leia "Leonard Pierce: Dungeons & Dragons é a prova de como o capitalismo mata a arte" clicando aqui


Leia "De humanos a terranos: desafios transgeracionais para ouvir e responder ao clamor da Terra" clicando aqui


Leia "Dipesh Chakrabarty: Se deseja levar as pessoas ao nível de consumo norte-americano, precisará de outros quatro planetas" clicando aqui


Leia "W. E. B. Du Bois: A esperança dos negros está no socialismo" clicando aqui


Leia "Anthony Laurent: Escolaridade digital, inútil para a educação mas boa para a Microsoft" clicando aqui


Leia "Pau Dennett: Como pequenos atos de resistência podem fazer a diferença" clicando aqui


Leia "Ronny Blaschke: Catar: o que o emirado busca com a Copa" clicando aqui

ZAZ: "Qué vendrá"




Para assistir à interpretação de "Qué vendrá" na voz de ZAZ clique no vídeo aqui

 

Navegando pelo cinema

 





Não! Não olhe! (Nope) 




É difícil não ficar impressionado com a trajetória ainda curta de Jordan Peele como autor e perceber que suas escolhas para cada novo trabalho na direção têm sido tão acertadas quanto ousadas. Seu sucesso inicial com uma produção de baixo orçamento como "Corra(2017), que rendeu até indicações ao Oscar (algo pouco comum para filmes de horror), foi o suficiente para que os holofotes se posicionassem a seu favor e o colocassem na lista não apenas dos mais importantes e melhores cineastas de horror contemporâneo (ao lado de caras como Ari Aster, Mike Flanagan, Robert Eggers, entre outros), mas como um dos grandes autores do cinema atual, não importando o gênero. Para ler o texto de Ailton Monteiro clique aqui






  O canto das mulheres embruxadas e dos homens ridículos 




As bruxas do leste na óptica de Tereza Nvotová (“Filthy”) não são mais do que vítimas de um prolongado e intrínseco Patriarcado, essa palavra instigadora das mais polarizadas facções; de um lado motivando um ativismo feminista e de desconstrução social, do outro provocando a quem não encara a “culpa masculina” como repertório estendido. Para ler o texto de Hugo Gomes clique aqui









 "A viagem de Pedro": crise de D. Pedro I vira gancho para temas complexos 




É tentador vislumbrar o ser humano por trás das roupagens do poder, como inúmeras cinebiografias de políticos atestam. Raramente, entretanto, alguma coisa verdadeiramente significativa ou original é dita sobre o biografado. “A Viagem de Pedro”, novo filme de Laís Bodanzky (“Como Nossos Pais”), transpassa esse obstáculo, tanto por narrar um período na vida de D. Pedro I sobre o qual há poucos registros históricos como usar o imperador como âncora para explorar uma série de outros temas. Para ler o texto de Marcos Faria clique aqui

HUMOR - Seção eleitoral

 





Muitas pessoas ainda não sabem exatamente o que podem e o que não podem fazer nas suas seções eleitorais. Se você é uma delas, assista a esse tutorial 100% gravado e editado em uma urna eletrônica. Divirta-se clicando aqui

Nos caminhos da arte




A arte de esculturas de sucata de James Corbett




O artista australiano James Corbett  teve a ideia única de usar peças de carros antigos e transformá-las em incríveis esculturas realistas. Também conhecido como The Car Part Sculptor , o artista passa muito tempo coletando centenas de componentes recuperados de carros antigos para esculpir suas figuras metálicas únicas. O entusiasmo de Corbett por carros e motos de corrida se reflete em suas obras. Suas criações impressionantes incluem uma variedade de animais e pássaros, como patos, cães, galinhas e ouriços. Ele garante que nenhuma peça do carro seja ignorada e as utiliza das formas mais criativas em suas figuras. Corbett estuda meticulosamente seu assunto antes de iniciar o processo de soldagem. Cada escultura pode levar até três semanas para ser feita, mas o resultado final é incrível! Confira clicando aqui







Filho de Milton Nascimento: 'Esperavam uma namorada, apareci com um pai'




Milton Nascimento sobe os degraus do palco a passos curtos. Ao seu lado, Augusto lhe dá sustentação: segura-o pela mão e acompanha o ritmo da marcha até a cadeira ao centro, comprada numa loja de decoração tão logo voltaram da turnê na Europa. O assento usado nos shows de lá deixava o cantor em suspenso, com os pés longe do chão. Para ler o texto de Tiago Dias clique aqui








21 melhores fotos de viagem




Os juízes analisaram mais de 15.000 inscrições de viajantes de todo o mundo para prêmios em três categorias: natureza, pessoas e cidades. O prestigioso grande prêmio foi para Sergio Tapiro Velasco, do México, por sua imagem cativante de um relâmpago, disparado da nuvem de cinzas de um vulcão. A foto de Velasco também conquistou o primeiro lugar na categoria natureza. Para ver as fotos clique aqui


terça-feira, 30 de agosto de 2022

"Precisava de falar-te ao ouvido" - Daniel Faria


 




Precisava de falar-te ao ouvido

 

 

 



Precisava de falar-te ao ouvido


De manter sobre a rodilha do silêncio


A escrita


Precisava dos teus joelhos. Da tua porta aberta.


Da indigência. E da fadiga.


Da tua sombra sobre a minha sombra


E da tua casa


E do chão.

 

 



Daniel Faria


Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprada em dinheiro vivo

 





Quase metade do patrimônio em imóveis do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie, de acordo com levantamento patrimonial realizado pelo UOL. Desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã. As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões. Para ler o texto de Thiago Herdy e Juliana Dal Piva clique aqui


Leia "David Nemer - Caso Vera Magalhães: Bolsonaro odeia as mulheres porque odeia a democracia" clicando aqui


Leia "Luiz Eduardo Soares: Não houve debate algum" clicando aqui


Leia "Valerio Arcary: Ninguém merecia um debate assim" clicando aqui


Leia "Bruna Della Torre: O presidente mais cor de rosa da história do Brasil? O movimento antifeminista e o bolsonarismo" clicando aqui


Leia "José Eustáquio Diniz Alves: Mulheres continuam minoria nos espaços de poder" clicando aqui


Leia "Fabiana Moraes: Interpretação da lei de cotas por governo federal e Cebraspe prejudica negros em concursos federais" clicando aqui


Leia "9 argumentos de quem defende a Lei de Cotas no Brasil" clicando aqui


Leia "Lei de Cotas completa 10 anos e mostra-se efetiva na promoção de diversidade e inclusão" clicando aqui


Leia "Marina Lang - Café na berlinda global: como o encolhimento da safra brasileira atinge comércio no país e no mundo?" clicando aqui


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Leia "Educação em Foco, v. 25 n. 46 (2022)" clicando aqui

O "Desaparecimento da mulher", de Boushra Almutawakel

 





Esta imagem (uma mãe, sua filha e uma boneca que passam por uma transformação com véus muçulmanos, até estarem completamente cobertas por burcas e, finalmente, desaparecerem por completo) criada em 2010 pela fotógrafa iemenita Boushra Almutawakel, tem andado a circular nas redes sociais desde que os Talibãs retomaram o poder no Afeganistão, com o título “desaparecimento da mulher”. E por vezes atribuída a outra fotógrafa. Para ler o texto de Clara Castilho clique aqui


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Leia "Felipe Espinosa Wang: Carl Sagan - infelizmente - tinha razão" clicando aqui


Leia "Luis Nassif: A crise mundial é o preço da insanidade" clicando aqui


Leia "Joaquim de Freitas: A fatwa de Zelensky contra Roger Waters - Pink Floyd" clicando aqui


Leia "Leonardo Sobreira: Pilhagem americana dos recursos sírios é "estarrecedora", diz porta-voz chinês" clicando aqui


Leia "Chuck Mckveer: Os EUA devastaram as Ilhas Marshall - e agora estão se recusando a ajudar o povo marshallese" clicando aqui


Leia "Corrado Augias: O eterno fascismo como estado de espírito" clicando aqui


Leia "Francesco Gesualdi: A África pode ser alimentada pelos seus próprios campos, se o mundo rico souber fazer a sua parte" clicando aqui


Leia "Gianluca Modolo - Inundações no Paquistão e seca na China: é o verão infernal da Ásia" clicando aqui


Leia "Paul Cockshott: Dá para chamar a teoria econômica atual de ciência?" clicando aqui


Leia "Aleida Guevara: O poder do internacionalismo cubano" clicando aqui


Leia "Ben Davies: Jatos particulares deveriam ser abolidos" clicando aqui


Assista ao "VÍDEO - O Desafio do Ensino Superior em Portugal" clicando aqui


Leia "Jo Fidgen e Laura Thomas: Por que decidi parar de falar por 17 anos" clicando aqui

Emmet Cohen, Cyrille Aimée, Patrick Bartley e Fabien Mary: "La Vie En Rose"

 




Às vezes as cantoras  (ou os cantores) não são a coisa mais importante, embora de um modo geral seja esse o estatuto de que se revestem numa qualquer atuação – quer por si próprias(os) quer através do grande público. E este vídeo é um bom exemplo disso.



A capitosa cantora começa por expor um tema francês, conhecidíssimo, habitualmente lento e algo meloso, mas aqui tratado com um entusiasmo e um ritmo mais áspero, mexido e menos académico.



A seguir cala-se e como não tem nada que fazer, meneia-se, dá à perna e ao resto, demonstra um entusiasmo algo pueril e folclórico e tenta aguentar o menos penosamente possível todos aqueles compassos preenchidos pelos restantes músicos.



Ainda por cima todos eles óptimos – com um solo de piano avassalador, a evocar um difícil stride piano, de uma rapidez e imaginação fora de tudo – a fazer mesmo esquecer a cantadeira ocupada nos meneios regulamentares. No entanto (e o contrário disto) enquanto, por exemplo, o sax tenor executa o seu solo, o trompetista segue-o atentamente, com aprovação e “meneios”, mas de olhos, cabeça e sentido crítico – as pequenas diferenças entre músicos a sério e modos de estar em palco…



(Claro que se ele, o trompetista, desatasse a dar ao rabo e a sorrir dengosamente, abafaria por completo a execução ornamental da cantora).



Há cantores(as) que têm a possibilidade de poder contracenar assim, com músicos poderosos e acima da média o que é uma sorte para eles(as). Lá fazem então um pequeno e razoavelzinho scat e acabam de novo em primeiro plano, como começaram – tudo à custa da qualidade dos secundários músicos presentes.



A Música é realmente uma coisa complexa e tem com o que se lhe diga.



Carlos Reis (30/08/2022)



Para assistir à interpretação clique no vídeo aqui


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