domingo, 29 de março de 2015

"Poema de homenagem ao poeta Herberto Helder..." - Maria Machamba


Como não podia deixar de ser, um poema de homenagem ao poeta Herberto Helder ...

Nem as folhas dormindo o silêncio,
podem lançar já as sementes à beira do vento,
na urgência da carne, desfez-se
o ruminar da estrofe.
Mas nenhum poder destrói o poema,
quando ri ou ferra.
[Se feito borboleta morta,
fica para ali pendurado num quadro,
a fazer pouco uso
do troféu do encantamento]
É o poema,
afinal,
que na magia de um só dia,
pode carregar as estrelas
e plantar vinhedos nas eternidades,
ir para lá do astronómico,
ou ficar na cota soleira de um girassol.
Poeta,
vai lá, então, aprender com os silêncios.
e nós, vivos, a respirar
o jeito das palavras,
contra o tempo e a carne
como quando eras um espelho de pé.
Deixaremos os jardins a brilhar com teus olhos.
Quando o poeta morre,
o poema também chora?

Chomsky: o mundo que nossos netos herdarão?

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Entrevistado pelo jornalista David Barsamian, o professor Noam Chomsky, explica as raízes do Estado Islâmico (ISIS) e porque os EUA e seus aliados são responsáveis pelo grupo. Particularmente, argumenta, a invasão do Iraque em 2003 provocou um divisão sectária que desestabilizou a sociedade iraquiana. Solo fértil para os sauditas estimularem grupos radicais.
A entrevista também toca no massacre israelense na faixa de Gaza, destacando o papel vital de Israel no tabuleiro político norte-americano. Chosmky conta, por exemplo, como Telaviv foi usada por Washington para fornecer, ao exército a Guatemala, as armas que permitiram o massacre contra comunidades maias. Era a época do governo Ronald Reagan; o Congresso havia proibido tal assistência militar — Israel prontificou-se a ser solução. 
Por fim, Chomsky compartilha seus pensamentos sobre o crescente movimento pela justiça climática e porque acha que essa é a questão mais urgente hoje. 
Para ler a entrevista de Noam Chomsky clique aqui

terça-feira, 24 de março de 2015

Quem está por trás do protesto no dia 15

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David Koch se divertia dizendo que fazia parte “da maior companhia da qual você nunca ouviu falar”. Um dos poderosos irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados Unidos com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares, eles só se tornaram conhecidos por suas maldosas operações no cenário político do país.
Se esses poderosos personagens são desconhecidos nos Estados Unidos, o que se dirá no Brasil? No entanto eles estão diretamente envolvidos nas convocações para o protesto do dia 15 de março pela deposição da presidenta Dilma.
Segundo a Folha de São Paulo o “Movimento Brasil Livre”, uma organização virtual, é o principal grupo convocador do protesto. A página do movimento dá os nomes de seus colunistas e coordenadores nos Estados. Segundo o The Economist, o grupo foi “fundado no último ano para promover as respostas do livre mercado para os problemas do país”.
Para ler o texto completo de Antonio Carlos clique aqui

Boaventura: "a esquerda pode retomar as ruas"

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Há 40 anos Boaventura de Sousa Santos participou das lutas que construíram as então nascentes democracias ibéricas. Agora, este sociólogo português (Coimbra, 1940), doutorado por Yale (EUA) e professor de Coimbra e Wisconsin (EUA), continua atento aos movimentos sociais – mas quem o escuta são os dirigentes do Podemos, especialmente Juan Carlos Monedero, a quem qualifica de “cabeça brilhantíssima”.
Para ler a entrevista de Boaventura de Sousa Santos clique aqui

CINEMA: Para escapar da vida sem brilho

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Vivemos hoje num mundo globalizado caracterizado por expulsões, brutalidade, precariedade e intensos deslocamentos sociais e ecológicos. Essas expulsões estão sendo impulsionadas tanto pelas crescentes desigualdades sociais quanto pela contínua destruição do meio ambiente[i]. Certamente desde o século XIX a progressiva penetração do capitalismo industrial em áreas distantes tem gerado mudanças ambientais e de modos de vida. Mas, desde as últimas décadas do século XX, as nossas existências e os lugares nos quais vivemos estão se tornando cada vez mais vulneráveis e precários devido à emergência de um capitalismo corporativo altamente predatório que une as diversas regiões do planeta – não somente por meio dos movimentos de pessoas, símbolos, informações, mercadorias e capitais, mas também através do aquecimento global.
Para ler o texto completo de Bela Feldman-Bianco clique aqui

Castells: a Internet ameaçada

Castells: "EUA são centro do sistema de vigilância, mas documentos de Snowden mostram cooperação ativa com  agências do Reino Unido, Alemanha, França e qualquer país, com exceção parcial da Rússia e China

Noventa e sete por cento da informação do planeta está digitalizada. E a maior parte dessa informação nós é que produzimos, por meio da internet e redes de comunicação sem fio. Ao nos comunicar, transformamos boa parte de nossas vidas em registro digital. E portanto comunicável e acessível via interconexão de arquivos de redes. Com uma identificação individual que se conecta com nossos cartões de crédito, nosso cartão de saúde, nossa conta bancária, nosso histórico pessoal e profissional (incluindo domicílio), nossos computadores (cada um com seu número de código), nosso correio eletrônico (requerido por bancos e empresas de internet), nossa carteira de motorista, o número do registro do carro, as viagens que fazemos, nossos hábitos de consumo (detectados pelas compras com cartão ou pela internet), nossos hábitos de música e leitura, nossa presença nas redes sociais (tais como Facebook, Instagram, YouTube, Flickr ou Twitter e tantos outros), nossas buscas no Google ou Yahoo e um amplo etcetera digital. E tudo isso referido a uma pessoa: você, por exemplo. Supõe-se sem dúvida que as identidades individuais estejam legalmente protegidas e que os dados de cada um sejam privados. Até que deixem de ser. E essas exceções, que na verdade são a regra, referem-se ao relacionamento com as duas instituições centrais em nossa sociedade: o Estado e o Capital.
Para ler o texto completo de Manuel Castells clique aqui

Diana Krall - "Sorry Seems to Be the Hardest Word” & "Wallflower"


Para ver a interpretação de Sorry Seems to Be the Hardest Word” clique no vídeo aqui

Para ver a interpretação “Wallflowerclique no vídeo aqui

A linguagem viva da divulgação científica como gênero discursivo: a palavra própria e a palavra do outro na enunciação do especialista e do não especialista


O gênero da divulgação científica pode ser constituído pela ação da linguagem da palavra própria de um locutor, o divulgador, que se esforça para fazer a aproximação compreensiva da linguagem do especialista (Ciência) à linguagem do não especialista (público). Em virtude disso, os textos de tal gênero fazem aparecer a linguagem da ciência e a linguagem do público sem que uma variedade seja considerada melhor ou pior que outra, uma vez que a compreensão ativa do não especialista é marcada pela força constitutiva da variedade da linguagem do especialista, e vice-versa. Assim, tal gênero se constitui como experiência dialógica de mediação de linguagem, determinada pela palavra viva do divulgador que é, também, determinada pelo cruzamento da palavra viva de enunciações diferentes – a do especialista e a do não especialista – a fim de facilitar a compreensão do público, como efeito discursivo de linguagem, quando esse evento compreensivo é experimentado, como ação dialógica, pelo ouvinte ou pelo leitor. 
Para ler o texto completo de Edson Nascimento Campos clique aqui

Na morte de Herberto Helder - "A carta da paixão"


Herberto Helder morreu ontem, dia 23 de março de 2015, aos 84 anos, em Cascais. Era considerado por muitos o maior poeta português da segunda metade do século XX. No ano passado, em Junho, publicou A Morte Sem Mestre, numa edição que incluía um CD com cinco poemas ditos pelo autor. Em 2013 havia publicado Servidões. Desde a publicação de A Faca Não Corta o Fogo, em 2008, tornou-se um caso de consenso crítico quase absoluto. Tal como os anteriores livros de Herberto Helder, A Morte Sem Mestre teve apenas uma edição, tendo esgotado rapidamente.
"Herberto Helder foi um poeta poderoso, a sua obra foi um centro de atração e um horizonte em relação ao qual todos os seus contemporâneos tiveram de se situar. Como antes tinha acontecido com Fernando Pessoa, também houve um 'efeito Herberto Helder'", diz o crítico António Guerreiro. A escritora Maria Velho da Costa afirmou: "Morreu o maior poeta português depois de Luís de Camões". "Quando morre um poeta com a dimensão de Herberto Helder o que sentimos é que não apenas morreu um poeta mas a poesia", declarou o também poeta José Tolentino Mendonça. Entre os muitos poemas do poeta que começou a ler na adolescência, Tolentino Mendonça lembra aquele que começa com o verso "Não sei como dizer-te que a minha voz te procura". É o início de um poema do livro A Colher na Boca, de 1961. O crítico e poeta Pedro Mexia considera que “o lugar de Herberto Helder na literatura portuguesa equivalerá ao de Fernando Pessoa na primeira metade do século XX”, algo que, acrescenta, “se começou a dizer há algum tempo e que se tornará, com o tempo, uma coisa pacífica, sem prejuízo dos grandes poetas da geração dele que houve em Portugal”. O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, escreveu: “Poucos foram os que durante os últimos cem anos tanto fizeram pela construção da língua portuguesa e tão influentes foram na organização da linguagem poética contemporânea.” E acrescentou: “A sua concentração em torno do seu ofício, ignorando e recusando formas de espaço público para lá da sua escrita, são um dos sinais da sua determinação relativamente a um discurso sobre o seu trabalho e sobre a sua presença.”
Em 1994, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa pela sua obra que, segundo o júri, iluminava a língua portuguesa. Herberto Helder, no entanto, recusou a distinção, uma das mais importantes atribuídas em Portugal, e pediu ao júri que não o anunciassem como vencedor e dessem o prémio a outro.
Em homenagem ao grande poeta aqui vai “A carta da paixão”, um dos seus poemas mais emblemáticos:

A carta da paixão

Esta mão que escreve a ardente melancolia
da idade
é a mesma que se move entre as nascenças da cabeça,
que à imagem do mundo aberta de têmpora
a têmpora
ateia a sumptuosidade do coração. A demência lavra
a sua queimadura desde os seus recessos negros
onde se formam
as estações até ao cimo,
nas sedas que se escoam com a largura
fluvial
da luz e a espuma, ou da noite e as nebulosas
e o silêncio todo branco.
Os dedos.
A montanha desloca-se sobre o coração que se alumia: a língua
alumia-se: O mel escurece dentro da veia
jugular talhando
a garganta. Nesta mão que escreve afunda-se
a lua, e de alto a baixo, em tuas grutas
obscuras, essa lua
tece as ramas de um sangue mais salgado
e profundo. E o marfim amadurece na terra
como uma constelação. O dia leva-o, a noite
traz para junto da cabeça: essa raiz de osso
vivo. A idade que escrevo
escreve-se
num braço fincado em ti, uma veia
dentro
da tua árvore. Ou um filão ardido de ponto a ponta
da figura cavada
no espelho. Ou ainda a fenda
na fronte por onde começa a estrela animal.
Queima-te a espaçosa
desarrumação das imagens. E trabalha em ti
o suspiro do sangue curvo, um alimento
violento cheio
da luz entrançada na terra. As mãos carregam a força
desde a raiz
dos braços a força
manobra os dedos ao escrever da idade, uma labareda
fechada, a límpida
ferida que me atravessa desde essa tua leveza
sombria como uma dança até
ao poder com que te toco. A mudança. Nenhuma
estação é lenta quando te acrescentas na desordem, nenhum
astro
é tao feroz agarrando toda a cama. Os poros
do teu vestido.
As palavras que escrevo correndo
entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso,
arterial.
E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado.
A paixão é voraz, o silêncio
alimenta-se
fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te
toda
no cometa que te envolve as ancas como um beijo.
Os dias côncavos, os quartos alagados, as noites que crescem
nos quartos.
É de ouro a paisagem que nasce: eu torço-a
entre os braços. E há roupas vivas, o imóvel
relâmpago das frutas. O incêndio atrás das noites corta
pelo meio
o abraço da nossa morte. Os fulcros das caras
um pouco loucas
engolfadas, entre as mãos sumptuosas.
A doçura mata.
A luz salta às golfadas.
A terra é alta.
Tu és o nó de sangue que me sufoca.
Dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões
da madeira fria. És uma faca cravada na minha
vida secreta. E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro
nas trevas.


Herberto Helder

segunda-feira, 23 de março de 2015

Um novo mapa das comunidades ecológicas

Comunidade Ecológica Inanitah, na Nicarágua

O fotógrafo argentino Hernán Paz e a bio-arquiteta chilena Natália Faúndez uniram a paixão em comum pelas comunidades ecológicas e, desde 2012, começaram a reunir informações sobre mais de 200 ecovilas no continente americano.
A viagem teve início na América do Sul, mais precisamente em Chile e Argentina, e foi ganhando novos contornos. Tudo foi registrado no blog Mapa EcoAldeas AbyaYala, que pode ajudar novos viajantes e interessados no assunto a conhecer espaços alternativos para morar.
Todas as comunidades visitadas são indicadas com um número e o nome no mapa do país. Logo abaixo, há um site ou blog com mais informações sobre cada local. No Brasil, por exemplo, o casal passou pelo nordeste, região central e sul do país.
Para ler o texto completo clique aqui

Retratos da insanidade carcerária

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O mineiro A.M.P. foi preso em flagrante em 2013 ao tentar furtar uma moto no Rio de Janeiro. Dois anos antes, entrara em vigor uma lei que estimula os juízes a aplicar penas alternativas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica ou o pagamento de fiança. A ordem de prisão, supunha-se, deveria ficar reservada a situações mais graves. Para A.M.P., não adiantou. Por ser réu primário e não ter antecedentes, a promotoria sugeriu uma punição inicial branda, mas a juíza condenou-o a 12 meses de prisão preventiva, sob o argumento de evitar ameaças à sociedade, até a decisão final sobre o caso. O rapaz foi solto em 2014 e hoje mora em local incerto, o que impede sua intimação para um julgamento no qual o Ministério Público propõe anular todo o processo.
Para ler o texto completo de André Barrocal clique aqui

Medo: matéria-prima da indústria farmacêutica

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Muito antes da internet e da publicidade direta ao consumidor, a profissão médica tentava tranquilizar as pessoas sobre suas preocupações de saúde. Claro, fadiga e dores de cabeça poderiam ser sintoma de um tumor cerebral; certo, tosse poderia ser um sintoma de câncer de pulmão. Mas a maioria dos médicos tentava atenuar o medo – ao invés de semeá-lo. Lembra do “tome duas aspirinas e me ligue pela manhã?”
Projetemos isso para os “guias de sintomas” online de hoje, testes para ver se você tem uma determinada doença e exortações para que vá a seu médico, mesmo que se sinta bem. Desde que a indústria farmacêutica descobriu que medo de doenças e até a hipocondria vendem drogas, as novas doenças, sintomas e riscos com que as pessoas precisam se preocupar parecem não ter fim.
Para ler o texto completo de Martha Rosenberg clique aqui

Lula, o cerberus da política brasileira

15 03 11 Edemilson Paraná Lula cerberus

As crises, como soube demonstrar de modo didático o velho Marx, têm a trágica dádiva de separar o real do ilusório, trazendo à superfície o que estava encoberto sob a aparência de normalidade. Se já não esteve suficientemente evidente ao longo de sua trajetória política, em especial nos últimos 13 anos, o momento difícil pelo qual passa o país atualmente, desnuda com especial clareza o papel de um importante ator na cena política brasileira: Lula.
Para ler o texto completo de Edemilson Paraná clique aqui

HUMOR: Sobre dinheiro, trabalho e coisas que se dizem afins

15 03 10 Mouzar Benedito Dinheiro Trabalho


[Adoniran Barbosa: “Chega de homenagens. Eu quero é dinheiro!”]



O trabalho dignifica e enobrece o homem”, diz um velho ditado que logicamente foi criado por quem não trabalhava, mas certamente por um explorador do trabalho alheio que queria convencer esse alheio que ele estava fazendo o melhor.
Mas alguns que trabalham à revelia (como eu), só por necessidade, não porque gostam ou porque acreditam em frases edificantes sobre o trabalho, logo adaptaram o ditado: “O trabalho empobrece e danifica o homem”.
Os que ganham enquanto os outros trabalham procuram nos convencer também que estamos todos juntos, “na mesma canoa”. Para esses, fiz uma imitação de haicai:
Na mesma canoa
Uns remam
Outros ficam à toa
O certo é que sempre se fala do trabalho como algo realizador, divino até. Todas as riquezas são criadas pelo trabalho. Concordo. Pena que essas riquezas não fiquem com quem as criou, os que fizeram o trabalho.
Fiz uma seleção de ditados e de frases ditas por celebridades (ou não), sobre riqueza, ricos, bancos, dinheiro… e muito pouco sobre trabalho e trabalhador, porque, se há muito cinismo em ditos sobre o dinheiro e seus donos, há um cinismo que acho mais perverso nas frases pronunciadas em tom elogioso sobre o trabalho. É um cinismo diferente, que acho inútil reproduzir aqui.
Para ler o texto completo de Mouzar Benedito clique aqui

Novo olhar sobre as jornadas que sacudiram o Brasil

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Em uma era na qual a morte de quase tudo – de deus até a filosofia, dos heróis às  celebridades do momento – é decretada, antecipada ou mesmo inventada, a História dificilmente passaria incólume: ela teria encontrado o seu desfecho com a queda do muro. Fim de papo, agora nos restava carregar o seu pesado caixão, em um caminho único, até uma cova bem rasa. Com a História, morriam juntos, no mesmo incidente, a utopia, o porvir e o horizonte. Mas tal como ocorreu com Mark Twain, os boatos sobre sua morte se mostraram um exagero.
Já nos anos 1990, o ciclo de lutas antiglobalização dera mostras de que não era bem assim. Outros mundos eram possíveis e, acima de tudo, desejados. No começo do século XXI, as manifestações antiguerra também interrogavam os caminhos que se apresentavam como inevitáveis. A crise financeira de 2008 nos EUA e na Europa e os diversos protestos e movimentos que aí germinaram; os levantes da Primavera Árabe, dos Occupy, as largas manifestações na Rússia nos fins de 2011, as manifestações espanholas e gregas e uma miríade de outros processos multitudinários indicariam um novo ciclo em relação aos conflitos do final do século XX. Quais as continuidades e rupturas? Quais são os repertórios, as formas de organização, as reivindicações e concepções políticas em jogo? Quais as disrupções?
Para ler o texto completo clique aqui

Ucrânia, país colonizado

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O novo governo da Ucrânia, iniciado no dia 2 de dezembro, tem o mais firme apoio das potências ocidentais e é o único no mundo em algo: três de seus mais importantes ministros nasceram no estrangeiro e receberam a cidadania ucraniana horas antes de assumirem seus cargos.
A ministra de Finanças é Natalie Jaresko, uma empresária nascida nos Estados Unidos, que reside na Ucrânia desde meados da década de 1990 e administra o Horizon Capital, um fundo de investimentos de capitais ocidentais.
Essa incomum presença de estrangeiros no governo de Kiev é coerente com o predomínio que os interesses ocidentais adquiriram sobre a economia ucraniana.
Para ler o texto completo de Frédéric Mousseau clique aqui

domingo, 22 de março de 2015

DOSSIER: Mulher


Para ler o texto "Pós-modernismo, marxismo e feminismo" de Maria Lygia Quartim de Moraes clique aqui
Para ler o texto "Uma posição desigual: mulheres, divisão sexual do trabalho e democracia" de Flavia Biroli clique aqui
Para ler o texto "Marx contra a opressão das mulheres" de Michael Löwy clique aqui
Para ler o texto "O Oito de Março e a legalização do aborto" de Luis Felipe Miguel clique aqui
Para ler o texto "Feliz dia da viradora emergente" de Ludmila Abílio clique aqui
Para ler o texto "O feminismo político do século XX" de Maria Lygia Quartim de Moraes clique aqui
Para ler o texto "Panelaço: não existe contradição alguma" de Thaisa Burani clique aqui


sábado, 21 de março de 2015

"Diálogos sobre o fim do mundo" - Entrevista com Eduardo Viveiros de Casto & Déborah Danowski


A entrevista a seguir contém alguns dos momentos mais interessantes de cinco horas de conversa. No mundo alguns acontecimentos se destacaram: 400.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram da Marcha dos Povos pelo Clima, em Nova York, e 4.000 no Rio de Janeiro; Barack Obama afirmou que “o clima está mudando mais rápido do que as ações para lidar com a questão” e que nenhum país ficará imune; e o Brasil recusou-se a assinar o compromisso de desmatamento zero até 2030.
É possível afirmar que para muitos parece mais fácil aderir a ameaças de fim de mundo, como a suposta profecia maia, de 21 de dezembro de 2012, do que acreditar que a deterioração da vida que sentem (e como sentem!), objetiva e subjetivamente, no seu cotidiano – e que em São Paulo chega a níveis inéditos com a seca e a ameaça de faltar água para milhões – é resultado da ação do homem sobre o planeta. É mais fácil crer na ficção, que ao final se revela como ficção, salvando a todos, do que enfrentar o abismo da realidade, em que nosso primeiro pé já encontrou o nada.
É sobre isso que se fala nesta entrevista. Mas também sobre pobres e sobre índios, e sobre índios convertidos em pobres; sobre esquerda e sobre direita; sobre capitalismo e sobre o fim do capitalismo; sobre Lula, Dilma Rousseff e Marina Silva. Sobre como nos tornamos “drones”, ao dissociar ação e consequência. E como todos estes são temas da mudança climática – e não estão distantes, mas perto, bem perto de nós. Mais próximos do que a mesa de cabeceira onde desligamos o despertador que nos acorda para uma vida que nos escapa. O problema é que o que nos acorda nem sempre nos desperta. Talvez seja hora de aprender, como fazem diferentes povos indígenas, a dançar para que o céu não caia sobre a nossa cabeça.

Para ler a entrevista do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e da filósofa Déborah Danowski clique aqui

terça-feira, 17 de março de 2015

Fotografias surreais de cachorros procurando um dono

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Para ver as fotografias surreais de cachorros procurando um dono clique aqui

"Amanhã" - Encandescente


Amanhã


Amanhã serei inversa
Amanhã serei oposta
Amanhã serei adversa
Amanhã serei reversa
Amanhã serei contrária.
Amanhã viro-me do avesso
Amanhã sim!
Eu protesto.
Amanhã terei vontade
Amanhã eu recomeço.
Amanhã saio para a rua
O braço bem levantado
Um dedo esticado, dois dobrados
Fazendo gestos obscenos
Fazendo barbaridades
Dizendo obscenidades
Cometendo desatinos
Amaldiçoando sina e fado
Desafiando sorte e destino.
Mas hoje não...
Hoje não que estou moribunda
Hoje não que estou quase morta
Hoje não que a ferida é funda
Hoje não que a amargura é sólida.
Amanhã sim eu serei tudo
farei tudo ao contrário.

Encandescente

ÁUREA - "Scratch My Back"


Para ver a interpretação de "Scratch My Back" na voz de Áurea  clique no vídeo aqui

'Apostamos numa reascensão dos movimentos de massa no Brasil', diz líder do MST


Nos 30 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, um de seus coordenadores nacionais, o economista João Pedro Stédile, não vê mais como prosperar, no Brasil, a luta pela reforma agrária tal como conhecida nos primórdios do MST. Ele observa que no senso comum das pessoas trata-se de repartir o latifúndio e entregar para os sem-terra. “E é isso mesmo, na essência, romper com a grande propriedade. Porém, os projetos de reforma agrária, feitos pelo governo com os instrumentos do Estado, só se viabilizaram, no passado, porque eram política combinada com um projeto de desenvolvimento nacional que objetivava desenvolver a indústria para o mercado interno”, diz.
O movimento, no entanto, avalia que a questão agrária não pode se resumir ao objetivo de proporcionar trabalho para segurar as pessoas no campo. “A reforma agrária não é apenas resolver um problema de trabalho. Tem de ser para resolver o problema do veneno, da alimentação sadia. De garantir um futuro, de fazer uma agricultura que respeite o meio ambiente, que respeite a biodiversidade”, explica. Enfim, tem de ser base de um novo modelo de desenvolvimento, que una na mesma planilha progresso industrial e sustentabilidade.
Stédile critica a permissividade com que se prolifera no Brasil o uso de agrotóxicos já proibidos em outras partes do mundo por sua agressividade ao ambiente e à saúde. Cita pesquisas que associam o veneno agrícola ao crescimento da incidência de doenças como câncer de próstata, de mama, mal de Parkinson e a problemas de infertilidade. Alerta que, no cigarro, a má fama fica com a nicotina, que só vicia – o que mata são os produtos químicos usados, sobretudo, no cultivo do fumo. E que a produção em larga escala de cana-de-açúcar levando o veneno também para a aguardente: “Pode largar mão de tomar pinga. No Brasil se bebe cachaça há 400 anos, mas antigamente não tinha veneno, e agora tem”.
Para ler a entrevista de João Pedro Stédile clique aqui

Impeachment é pouco


Você na rua, de novo. Que interessante. Fazia tempo que não aparecia com toda a sua família. Se me lembro bem, a última vez foi em 1964, naquela "Marcha da família, com Deus, pela liberdade". É engraçado, mas não sabia que você tinha guardado até mesmo os cartazes daquela época: "Vai para Cuba", "Pela intervenção militar", "Pelo fim do comunismo". Acho que você deveria ao menos ter tentado modernizar um pouco e inventar algumas frases novas. Sei lá, algo do tipo: "Pela privatização do ar", "Menos leis trabalhistas para a empresa do meu pai".
Vi que seus amigos falaram que sua manifestação foi uma grande "festa da democracia", muito ordeira e sem polícia jogando bomba de gás lacrimogêneo. E eu que achava que festas da democracia normalmente não tinham cartazes pedindo golpe militar, ou seja, regimes que torturam, assassinam opositores, censuram e praticam terrorismo de Estado. Houve um tempo em que as pessoas acreditavam que lugar de gente que sai pedindo golpe militar não é na rua recebendo confete da imprensa, mas na cadeia por incitação ao crime. Mas é verdade que os tempos são outros.
Para ler o texto completo de Vladimir Safatle clique aqui

O Sniper Americano e o de Bagdá

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O “sniper de Bagdá” segundo uma das narrativas a seu respeito que circulam no Iraque

A história de Chris Kyle, o “American Sniper já está perpetuada em celuloide, gerando mais de 300 milhões de dólares de bilheteria. Mas o Exército Islâmico no Iraque também tem seu homem-lenda: é “Juba – o Sniper de Bagdá”.
Um tribunal no Texas declarou o ex-Marine Eddie Ray Routh culpado de crime capital. Em 2013, Routh matou a tiros o ex-membro das forças de elite da da Marinha norte-americana (SEAL) Chris Kyle, o homem cuja história está contada em American Sniper – livro, depois adaptado para filme blockbuster pelo diretor-ícone de Hollywood, Clint Eastwood. O governador do Texas, também registrou sua sentença pós-veredicto e tuitou “JUSTICE!
Nada adiantou que os advogados de Routh – e a família dele – insistissem que o homem sofria de psicose, provocada por desordem mental por estresse pós-trauma [PTSD, em inglês]. Os procuradores do estado do Texas em duas pinceladas apagaram todas as alegações – e “provaram” que os surtos de PTSD em Routh aconteciam por ação de álcool e maconha.
Para ler o texto completo de Pepe Escobar clique aqui

Futebol: sócio-torcedor ou buyers-club

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Uma discussão que parece ter-se perdido nos últimos anos é o histórico dessas modalidades populares de associação de torcedores aos clubes. Nos anos 2000 foram diversos os movimentos de torcedores, reservados aos seus clubes, que exigiam democratização na participação política das instituições. Esses movimentos aproveitavam – em casos bem esparsos – a criação de planos de associação que, à época, buscavam atrair os torcedores aos estádios com a vantagem de ter acesso livre aos jogos.
Era uma contraofensiva torcedora à proposta amplamente difundida pela imprensa comercial de que a saída para o fim dos desmandos dos cartolas era a transformação dos clubes em empresas. Os movimentos de torcedores propunham ser necessário ampliar o arco de decisões para além das famílias e grupos políticos restritos que dominavam a direção dos clubes.
Para ler o texto completo de Irlan Simões clique aqui

Sete cidades que estão livrando-se dos carros

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Um típico paulistano que utiliza o carro todos os dias para trabalhar perde um mês por ano de sua vida no trânsito. Algumas cidades já perceberam que o automóvel não é a melhor opção para grandes centros urbanos. Os carros poluem o meio ambiente, causam acidentes e mortes e estão se tornando um meio de transporte lento e estressante.
Em Londres, se você for a algum lugar de bicicleta, chegará mais rápido do que se tivesse utilizado um carro. Um estudo britânico constatou que os motoristas gastam 106 dias de suas vidas à procura de vagas em estacionamentos. Para fugir desta caótica realidade, algumas cidades estão proibindo o uso de carros em determinados bairros, aplicando multas aos que descumprem as regras.
Para ler o texto completo clique aqui

Dúvidas e certezas norte-americanas

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“O Deus Todo-Poderoso abençoou nossa terra de muitas maneiras.
Ele deu ao nosso povo corações robustos e braços fortes com os quais
podemos desferir golpes poderosos por nossa liberdade e verdade.
Ele deu ao nosso povo uma fé que se tornou
a esperança de todos os povos em um mundo angustiado”

Franklin D. Roosevelt, 1944
No seu último livro, recém lançado no Brasil, o historiador inglês, Perry Anderson, incursiona no campo da geopolítica e das relações internacionais e reconstitui, de forma impecável, os principais acontecimentos e inflexões da politica externa dos EUA, no período que vai do fim da II Guerra Mundial até o início do século XXI. A política exterior dos EUA e os seus teóricos é uma obra sucinta e que se inscreve dentro da literatura crítica do imperialismo, mas não repete os seus argumentos clássicos, nem acredita, como a maioria dos analistas de esquerda, que os EUA estejam vivendo um “declínio inevitável”, ou algum tipo de “crise terminal”. Para Perry Anderson, a oposição radical ao império norte-americano não “exige garantias do seu recuo ou do seu colapso iminente”. Mais do que isto, Anderson considera que apesar das grandes mudanças geopolíticas que estão em pleno curso nesta segunda década do século XXI, os EUA mantêm sua hegemonia mundial.
Para ler o texto completo de José Luis Fiori clique aqui

Um contrapeso ao poder do Ocidente?

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O que foi feito do “fim da História”? Conflitos multiplicam-se em três continentes. Do Afeganistão até o norte da África, há um “arco de guerra”, intervenção estrangeira e colapso dos Estados. Agora, o chamado Estado Islâmico – filho mutante da “guerra ao terror” – é o alvo de nova intervenção, conduzida pelos EUA no Iraque e na Síria. Na Ucrânia, milhares já morreram na guerra por procuração entre rebeldes apoiados pela Rússia e o governo de Kiev, patrocinado pelo Ocidente. E no Extremo Oriente, crescem as tensões entre China, Japão e outros aliados americanos.
As tropas britânicas finalmente encerraram as operações de combate no Afeganistão após treze anos de uma ocupação desastrosa. A justificativa bizarra, apesar do aumento da presença global da al-Qaeda, é de que a missão foi “muito bem-sucedida”. Isso em um país no qual dezenas de milhares de pessoas foram mortas, o Talibã controla áreas imensas, a violência contra as mulheres aumentou demais e as eleições são uma cortina de fumaça para fraudes e intimidações.
Para ler o texto completo de Seumas Milne clique aqui

A nova tática das Pussy Riots

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Se Nadya Tolokonnikova quisesse abandonar os protestos e fugir da Rússia para uma vida tranquila de exílio no Ocidente, isso não seria tão surpreendente. Apesar de ter sido libertada por anistia presidencial em dezembro passado, depois de cumprir 18 meses de prisão por participar de um protesto punk anti-Putin, a integrante do Pussy Riot permanece sob a estrita vigilância do Estado russo. Naturalmente, seus e-mails são monitorados, entretanto, o mais perturbador ainda foi a sua descoberta recente que os agentes de segurança do Estado descobriram um café que ela visita regularmente e instalaram ali aparelhos de escuta. Ela foi açoitada pela polícia em Sochi e teve tinta verde jogada em seus olhos por policiais à paisana em uma loja do Mcdonalds.
Muitos de seus amigos e companheiros de protestos decidiram deixar a Rússia, em uma nova onda de partidas que ela descreve como “a emigração da desilusão”. Nos dois anos e meio desde que a Pussy Riot, com suas calças justas e máscaras coloridas, invadiram a Catedral de Moscou “Cristo, o Salvador” para cantar sua oração punk (Virgem Maria, mãe de Deus, expulse Putin! Virgem Maria, mãe de Deus, expulse-o, te pedimos!), a exuberância otimista da cena de protesto anti-Putin na Rússia, em sua maioria, está fadada a desaparecer.
Para ler o texto completo de Amelia Gentleman clique aqui

As duas faces de Vladimir Putin

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Dois intelectuais de projeção internacional publicaram, nas últimas semanas, textos provocadores sobre a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin. O escritor e cineasta britânico John Pilger, sempre elogiado por Noam Chomsky, destacou que os grandes jornais do Ocidente conduzem, contra Moscou, uma campanha de mentiras semelhante à dirigida contra o Iraque, às vésperas da invasão norte-americana. Pilger está convencido de que o noticiário internacional no Ocidente deixou-se enquadrar, como na Guerra Fria, pela posição do governo norte-americano. Esta atitude servil ampliaria os riscos de que seconcretizem as previsões mais sombrias de George Orwell e submeteria, inclusive, publicações antes respeitáveis e charmosas, como The Guardian. Já o sociólogo Boaventura Sousa Santos advertiu: “Tudo leva a crer que está em preparação a terceira guerra mundial. É uma guerra provocada unilateralmente pelos EUA com a cumplicidade ativa da UE. O seu alvo principal é a Rússia e, indiretamente, a China”.
Como cotejar estes alertas com os textos, abundantes também no Brasil, segundo os quais a Rússia atual seria, em essência, um túmulo das liberdades – um Estado autoritário e conservador? E para os quais seu presidente é um populista disposto a provocar conflitos externos apenas para ampliar, por meio deles, suas chances de sobrevivência? 
Para ler o texto completo de Antonio Martins clique aqui

segunda-feira, 16 de março de 2015

ELIANE BRUM: A mais maldita das heranças do PT


O maior risco para o PT, para além do governo e do atual mandato, talvez não seja a multidão que ocupou as ruas do Brasil, mas a que não estava lá. São os que não estavam nem no dia 13 de março, quando movimentos como CUT, UNE e MST organizaram uma manifestação que, apesar de críticas a medidas de ajuste fiscal tomadas pelo governo, defendia a presidente Dilma Rousseff. Nem estavam no já histórico domingo, 15 de março, quando centenas de milhares de pessoas aderiram aos protestos, em várias capitais e cidades do país, em manifestações contra Dilma Rousseff articuladas nas redes sociais da internet, com bandeiras que defendiam o fim da corrupção, o impeachment da presidente e até uma aterradora, ainda que minoritária, defesa da volta da ditadura. São os que já não sairiam de casa em dia nenhum empunhando uma bandeira do PT, mas que também não atenderiam ao chamado das forças de 15 de março, os que apontam que o partido perdeu a capacidade de representar um projeto de esquerda – e gente de esquerda. É essa herança do PT que o Brasil, muito mais do que o partido, precisará compreender. E é com ela que teremos de lidar durante muito mais tempo do que o desse mandato.
Para ler o texto completo de Eliana Brum clique aqui

Chomsky: A invasão do Iraque está na origem de grupos como o Estado Islâmico

Pode-se ter a certeza de que à medida que o conflito se desenvolva, eles vão ficar mais extremistas. Os mais brutais, mais duros grupos vão ganhar predominância. É o que acontece quando a violência se torna no meio de interação. É quase automático. Foto de Jacobin

Nesta entrevista ao Jacobin, Noam Chomsky explica as raízes do EI e por que os Estados Unidos e os seus aliados são responsáveis pelo surgimento do grupo. Em particular, argumenta que a invasão do Iraque de 2003 provocou as divisões sectárias que provocaram a desestabilização da sociedade iraquiana. O resultado foi um clima onde os radicais apoiados pelos sauditas prosperaram. Entrevista de David Barsamian.
Para ler a entrevista de Noam Chomsky clique aqui

domingo, 15 de março de 2015

Corruptos e corruptores


A cobertura da grande imprensa sobre os recentes casos de corrupção centra sempre seu foco nos administradores públicos, como se a questão fosse apenas ética, de pessoas sem caráter ou de mau caráter, que se aproveitam dos postos em que estão para roubar. Esquece-se que para haver corruptos é preciso que haja corruptores, tão ou mais criminosos que os primeiros.
Mas ficar no plano ético ou moral não resolve a questão, considerada endêmica no Brasil. Ela está presente em todos os níveis de governo; portanto, com seus funcionários públicos corruptos e com empresas corruptoras.
Se ela é tão generalizada e parte de empresas que operam em todos os níveis de governo, pode-se então dizer que a corrupção é uma forma de ação das empresas para auferir vantagens ilegais na relação com os poderes públicos. E isso envolve os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Para ler o texto completo de Silvio Caccia Bava clique aqui

A universidade pós-apartheid: as lições de um reitor negro na África do Sul

O professor Jonathan Jansen, reitor da Universidade de Free State (África do Sul)

Reitor da Universidade de Free State, Jonathan Jansen comanda há cinco anos o processo de inclusão de negros nos quadros de professores e alunos da instituição. O professor prega uma "pedagogia pós-conflito" que revisite o apartheid de maneira crítica, mas vá além do moralismo fácil que demarca bons e maus.
Para ler a entrevista de Jonathan Jansen clique aqui

O país insensato

Mino
Jesus também pensou neles ao morrer na cruz

A noite do dia 8 de março, domingo, ofereceu um impecável retrato do Brasil. A presidenta vai dirigir-se à nação estacionada diante do vídeo, a Globo nos proporciona a bem de um gordo ibope oDomingão do Faustão, festival de inomináveis bobagens e vulgaridade irrefreável. Irritados com a interrupção do programa, os telespectadores, sobretudo aqueles dos bairros que se declaram nobres, erguem-se do sofá da sala e, de panela em punho, vão à janela, debruçam-se a meio busto e batem no instrumento improvisado com talheres adequados à tarefa e com o vigor dos tocadores de tambor de gasolina na Martinica. Acompanha o batuque clangoroso o coro “Fora Dilma”, com o contorno dos melhores exemplos do primitivo turpilóquio nacional.
Para ler o texto completo de Mino Carta clique aqui

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