"Pandemia" - Caleb Alvez

 

Pandemia

 

Um ontem se inclina

por trás dos ombros,

espia.

Sobre as ruas,

rumores de plateia.

Civilização sanada de pessoas.

Somos todos indesejáveis

a céu aberto.

A cidade onde crescemos o passado,

em dias de afetos e obrigações,

nos abandona sem sair do lugar.

Resta um país íntimo,

ocupado por dentro,

de onde (re)partir.

 

Caleb Alvez

Soberania nas rochas: vassalagem, rendição à sanha imperialista pela "anexação" do Brasil

 

Ricardo Guerra

O imperialismo ianque desde a sua origem, mas de forma bastante intensificada depois que teve seus interesses (prepotentes e opressores) de dominação expansionista impactados pela crise mundial de 1974:

• Procurou meios e planejou estratégias para alcançar (e manter) irreais taxas de lucros para os capitalistas – principalmente ao custo do suor e do sangue dos povos latino-americanos;

• Tendo sempre ao seu lado, ilegítimas e oportunistas “lideranças” locais – compradas, cooptadas e/ou chantageadas para agir como vassalos dos seus interesses.

Para ler o texto de Ricardo Guerra clique aqui

João Filho: Se Lula está mesmo comprometido com a democracia, precisa demitir logo seu ministro da Defesa

André Luiz Pestana Carneiro, Guilherme Silva Lamana Camargo, Lilian Tavares Dias & Afrânio Catani: Educação superior no Brasil

Renomeie o mundo

 

Diz-se que Nero tocou violino enquanto a Roma pagã, que ele próprio incendiou, ardia. Hoje temos a imagem do Presidente Putin a tocar o seu violino enquanto o império sucessor da Roma pagã (o Ocidente pagão) arde. A diferença é que não foi o Presidente quem iniciou o incêndio, foi esta Roma que começou a arder e que, além disso, recusou até agora qualquer ajuda russa para extinguir o incêndio que ela própria criou. Para ler o texto de Batiushka clique aqui

Pepe Escobar: Europa, uma garota do Oeste Asiático, mais uma vez estuprada pelo touro americano

Ben Norton: A pobreza está crescendo em Porto Rico, sob o colonialismo dos EUA

Jonah Raskin - "Eu não sou agora, nem nunca fui": reflexões sobre o comunismo e o anticomunismo

Marilia Pacheco Fiorillo: Mulheres que foram reis

Salvador Sobral: "Ela disse-me assim / loucura"

Para assistir à interpretação de "Ela disse-me assim / loucura" na voz de Salvador Sobral clique no vídeo aqui

 

Navegando pelo cinema

 

Na tela, setembro amarelo

“Luz de Inverno”, filme de Ingmar Bergman, pensa o suicídio. Para ler o texto de Francisco de Oliveira Barros Júnior clique aqui

A.I. por A.I., no que é que o cinema "original" se tornou? 

É na atualidade pertinente (com uma greve sindicalista de argumentistas e atores à mistura) que nos chega um filme como "The Creator", uma produção distópica apropriada pela Disney (uma vez que a 20th Century Studios, sem a Fox, é apenas uma fachada), que viabiliza uma luta entre uma sociedade militarista, mas humana (EUA, quem mais?) e uma nação mista com androides de A.I. nas lides de uma insurreição. "A A.I. é 'amiga'", lê-se nas entrelinhas, encontrando refúgio num super-país multicultural situado em territórios asiáticos não definidos (só que reconhecíveis). Oriente contra Ocidente e vice-versa... Que leituras geopolíticas, bem como sociais, podemos fazer aqui!? Para ler o texto de Hugo Gomes clique aqui

Veneza 2023: "Quitter La Nuit" explora as dinâmicas entre vítima e agressor

Um dos filmes mais tensos e inquietantes da 80ª edição de Veneza, a estreia da belga Delphine Girard explora as nuances e diversas formas que uma agressão sexual possa tomar. O filme elabora uma narrativa que é quase um jogo de espelhos, desafiando as suposições e intenções da sua própria audiência. Para ler o texto de Wellington Almeida clique aqui

HUMOR - A vida imita a arte

 

Afinal, o que é arte? Com certeza música, teatro e cinema são formas de arte, mas há outras pouco reconhecidas. Uma figurinha de Zap bem feita, a atuação quando você mente falando que o novo corte de cabelo da vizinha ficou lindo. Uma louça bem lavada, perfeitamente empilhada no escorredor, um cocô bem feito, saudável, robusto. Uma sinopse de um compilado que poucas pessoas vão ler. A arte está em todas as pequenas coisas. Divirta-se clicando aqui

Novidade editorial CLACSO

 

En este libro el autor analiza el modo en que fueron evolucionando las visiones del cambio social en el mundo desde tiempos pretéritos hasta hoy, ligadas a transformaciones históricas de profundo calado. Quien decida leerlo descubrirá un esquema de análisis que desenmascara en nuevos términos los relatos eurocéntricos que aún prevalecen en el siglo XXI. A partir de diagnosticar la situación actual, el texto señala un camino para actualizar los marcos de resolución teórica y política del cambio social en América Latina.   "Este es el comienzo de una interesante y ambiciosa teoría latinoamericana del cambio social: ¿qué es lo que hay que transformar fundamentalmente? ¿Cómo y por quién? ¿Con qué fin?".  Göran Therborn

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"In Memoriam" - Giuseppe Ungaretti

 

In Memoriam

Chamava-se

Moammed Sceab

Descendente

de emires de nômades

suicida

porque não tinha mais

Pátria

Amou a França

e mudou de nome

Foi Marcel

mas não era francês

e já não sabia

viver

na tenda dos seus

onde se escuta a cantilena

do Alcorão

saboreando um café

E não sabia

desatar

o canto

do seu abandono

Acompanhei-o

junto com a dona da pensão

onde vivíamos

em Paris

do número 5 da rue des Carmes

esquálido beco em declive

Descansa

no cemitério de Ivry

subúrbio que parece

sempre

em dia

de

decomposta feira

E talvez apenas eu

ainda saiba

que viveu

Giuseppe Ungaretti

Anielle no alvo: a indignação dos brancos estampada nos jornais

Não era para tanto. Desde que a ministra Anielle Franco pegou um avião da FAB de Brasília para São Paulo no domingo passado, uma cobertura intensa – negativa – deu ares de escândalo ao que deveria ser apenas a assinatura de um protocolo de ações entre o governo federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo combate ao racismo no esporte. No Estadão, jornal mais aguerrido nas denúncias à ministra, foram mais de 20 conteúdos publicados nos quatro últimos dias. Para ler o texto de Marina Amaral clique aqui

 

Rodrigo Martins: Sim, é um genocídio legislado

Flávio César Montebello Fabri: O preço de um juramento

Heloísa Buarque de Almeida: Nem presa, nem morta: por que descriminalizar o aborto?

Antonio Martins: Conselhos Tutelares: por que é possível vencer

José Raimundo Trindade: Amazônia e as contradições do discurso ambiental

Ailton Krenak: A crise climática e as ideias para adiar o fim do mundo

Edna Castro, Silviano Santiago, Simon Schwartzman e Valter Silvério: Classe média, este enigma

Marcelo Semer: A guerra às drogas é uma guerra contra jovens negros

Marco Piva: A humilhação pela mentira

Sergio Amadeu da Silveira: Soberania digital

Frederico de Almeida: A greve na USP

Bruno Resck: Institutos Federais

João Roberto Martins Filho: O interventor

Rafael Mafei - Discrição e pulso firme: as lições que Weber deixa para Barroso

Livro: Uma análise séria da Guerra na Ucrânia

Escrito e organizado por especialistas no assunto, novo livro trata da guerra na Ucrânia com seriedade e rigor factual. Para ler o texto de Albert Caballé Marimón clique aqui

 

Um ano de mentiras sobre Nord Stream

A administração Biden não reconheceu nem a sua responsabilidade pelo bombardeamento do oleoduto e nem o propósito da sabotagem. Não sei muito sobre as operações secretas da CIA – ninguém de fora sabe – mas compreendo que o componente essencial de todas as missões bem-sucedidas é a negação total. Os homens e mulheres norte-americanos que entraram e saíram, disfarçados, da Noruega durante os meses que levaram a planejar e levar a cabo a destruição de três dos quatro oleodutos Nord Stream no Mar Báltico, há um ano, não deixaram vestígios – nem um indício da existência da equipe – além do sucesso de sua missão. Para ler o texto de Seymour Hersh clique aqui

Olivier Dujardin: Ucrânia e ressaca

Marcelo Zero: O que aconteceu no Canadá não foi exceção

Taylor C. Noakes: O Canadá e o problema dos monumentos nazistas

Como a América do Sul se tornou um porto seguro para soldados como o nazista aplaudido no Canadá

Tomasz Konicz - Nagorno-Karabakh: catástrofe da Armênia, derrota russa

Eduardo Jorge Vior: O confronto entre Biden e Trump eterniza a crise

Martin Martinelli: A crise do sistema imperial

Grant Dawson: Amor pela China?

Roger Flores Ceccon: Os refugiados na selva de Darién

Vijay Prashad: O Reino Unido e a França não deveriam renunciar aos seus assentos permanentes nas Nações Unidas?

Victor Farinelli - Argentina: Elites abandonam seu barco furado

José Mujica: A política não é uma profissão, é o sentido que encontrei para a vida

Luiz Marques: A direção que precisamos seguir é a da diminuição radical da emissão de gases do efeito estufa

Laís Barros Martins: Uma revolução dos sentimentos pode salvar o planeta da crise climática

Uma breve história do aborto - das ervas egípcias antigas ao combate ao estigma hoje

Matteo Bocelli: "Tempo"

Para assistir à interpretação de "Tempo" na voz de Matteo Bocelli clique aqui

 

Navegando pelo cinema

 

"Animalia": Elogio à dúvida, de Sofia Alaoui

Lançado nas telas francesas em 9 de agosto de 2023, o primeiro longa-metragem de Sofia Alaoui fascina e questiona, ao mesmo tempo em que põe em dúvida crenças arraigadas. Para ler o texto de Olivier Barlet clique aqui

A Argélia de Karim Aïnouz

Foi em 2019 que Karim Aïnouz viajou pela primeira vez à Argélia, terra de seu pai. Na ocasião, foi tomado pelo desejo de filmar uma jovem artista e militante da luta popular em Argel, o que resultou no longa "Nardjes A." (leia abaixo).  Mas seu propósito principal era outro. Ele queria conferir essa faceta de sua origem. Estava na capital de passagem rumo à região da Cabília, no norte do país. Quem sabe descobriria naquela paisagem montanhosa algum parente, algum traço seu, alguma coisa que o ajudasse a compreender Majid, o pai. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui

Navegar-se é preciso

Em cartaz, dois documentários do diretor cearense Karim Aïnouz. Um é o seu acerto de contas com o pai ausente, buscando-o num delírio febril, entre o fluido e o concreto, até a Argélia. No outro, o mesmo país, pelas lentes de uma jovem ativista. Para ler o texto de José Geraldo Couto clique aqui