De tripas de fora, o meu coração transforma...
Em coro, noticiamos um filme que se impõe numa vertente fabulista. Uma dívida de carne cometida por uma mãe vitimada pelas ameaças de uma “comedora de lobos”, criatura nefasta que se metamorfoseia em tudo o que mata, e que, num determinado dia, 'invade' o seu domicílio. O preço era a criança que segurava nos seus braços sob o olhar aterrorizado da progenitora, um pacto de sangue feito e cumprido… quer dizer, nunca chegando a esse propósito, visto que a criança, uma menina, é posteriormente mantida em segredo numa gruta, longe dos olhares humanos e sob a proteção da natureza perante aquela semi-bruxa disfarçada. Para ler o texto de Hugo Gomes clique aqui
No Grande Sertão, o devir decolonial do Brasil
Depois de exposição e peça teatral, Bia Lessa lança filme calcado no romance de Guimarães Rosa. Uma hipótese une as três obras: na matéria bruta do país encontra-se o seu inacabamento – a brecha e o desejo por trilhar outras veredas. Para ler o texto de Rodrigo Jorge Ribeiro Neves clique aqui
"Todas as Mulheres do Mundo", de Domingos de Oliveira
Uma das manias do protagonista, ele mesmo confessa, é fazer recortes de revistas e fotos e colar na parede. Não sabe explicar aos seus convidados, no Natal, como teria nascido a prática. A certa altura da festa, ele mira em um desses recortes – o de Gary Cooper – colado na porta de seu apartamento quando surge a mulher pela qual se apaixona. Ela própria, diz-nos o cineasta Domingos de Oliveira, é um recorte: na pele de Leila Diniz, representa todas as mulheres do mundo. Difícil ver nela algo fora do lugar. Mulher linda e palpável, que não precisa fazer pose, conjugada à normalidade. Compreendemos Paulo (Paulo José): é impossível não se apaixonar por esse misto de mulher pacata e vamp, professorinha de periferia e estudante liberal, tantas em uma só. Para ler o texto de Rafael Amaral clique aqui
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