sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Filmes de infância ou filmes sobre a infância?


Frequentemente, os filmes de infância revelam processos figurativos, narrativos, lineares. Existe, no entanto, uma outra categoria, que transita de modo impreciso entre a ficção e o cinema real, na qual se tenta o mais possível abandonar o terreno da narração, na busca de uma imagem diferente ou mais justa da infância. Porque falar em filme de infância e não de filme sobre a infância? Principalmente porque a infância, ao longo do tempo, passou do papel de simples sujeito, de temáticas de histórias, àquele de matéria-prima única. Nesta perspectiva, a designação de “filme sobre a infância” parece bem restritiva face aos múltiplos matizes que configuram as intenções mais diversas desses filmes. Para ler o texto completo de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui

Um mundo de torturadores: a crueldade dos Estados

Dos 194 Estados integrantes das Nações Unidas, cem deles praticam regularmente a tortura, seja como meio para obter informações ou confissões, seja como metodologia para fazer reinar o terror. Síria, Egito, Argélia, Chile, Argentina, Brasil, Cuba, Estados Unidos, França, Espanha, China, Vietnã, índia ou Rússia: não há continente que esteja livre dessa barbárie. Esta é a vergonhosa conclusão do informe “Um mundo de torturadores”, publicado na França pela ONG Ação dos Cristãos Contra a Tortura. O artigo de Eduardo Febbro pode ser lido integralmente aqui

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"O Unicórnio de Porcelana": um curta metragem surpreendente


O Unicórnio de Porcelana é um curta metragem premiado no festival de cinema "Tell It Your Way Competition". Os filmes deviam ter roteiro original com no máximo seis linhas de diálogo e três minutos de duração. “Unicórnio de Porcelana” mostra o reencontro de um garoto alemão e uma menina judia, cerca de 70 anos após o final da Segunda Guerra Mundial. Para Scott, o filme tem “uma forte narrativa, uma história completa, bem contada e executada”.
O público votou no You Tube até que um painel de jurados estreitou a seleção para 10 filmes, dos quais o público escolheu cinco. Ridley Scott que fazia parte do júri e responsável pela apuração dos votos, anunciou "Porcelain Unicorn" como o filme vencedor do festival, no qual participaram 600 filmes, e comentou sobre a sua escolha do vencedor de 2010: "Eu escolhi 'Porcelain Unicorn" para ser o filme vencedor, pois tinha uma narrativa muito forte, uma história muito completa, que foi bem contada e executada.", disse o diretor de filmes como "Blad Runner, o caçador de androides” e "Thelma e Louise".
Filmado pelo diretor americano Keegan Wilcox, o filme é um conto extremamente sensível e comovente de como um encontro traumático de guerra inspira um homem na vida adulta. O diretor do filme disse que se inspirou nas histórias de guerra contadas por seu avô.
Este filme dura apenas 3 minutos mas comove-nos mais que muitas longas metragens.
Para ver o filme clique aqui

Educação especial e inclusão

Em cerimônia no Palácio do Planalto, em 17/12, a presidente Dilma Rousseff anunciou aquela que é a primeira grande iniciativa de atenção à pessoa com deficiência em seu governo. O Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, batizado “Viver sem Limite”, destaca a necessidade de viabilizar a inclusão social das pessoas com deficiência em todo o país e prevê um investimento de cerca de 7,6 bilhões de reais até 2014 em áreas como acessibilidade arquitetônica e urbanística, saúde e educação, entre outras.
Na esteira do plano, o governo também lançou um conjunto de medidas visando a sustentá-lo legalmente, entre as quais os Decretos 7.611 e 7.612. Este último diz respeito ao detalhamento do plano em si mesmo, enquanto o primeiro reorganiza os serviços da educação especial, complementares ou suplementares ao ensino regular, o assim chamado atendimento educacional especializado (AEE), e a específica distribuição de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) destinadas a financiá-lo, nas diferentes modalidades de sua oferta. Para ler o artigo completo de Lucio Carvalho clique aqui

Religião e opressão contra as mulheres

A Arábia Saudita, berço do Islã, é o país que mais maltrata as mulheres em todo o mundo. A equação matemática é simples. Uma mistura de religião e opressão. Todos os dias a mídia mostra a violência e o desrespeito aos direitos das mulheres. São muitas as proibições. No dia-a-dia, não podem viajar sem o marido, muitas são obrigadas a se casar entre oito e nove anos, não podem acessar a internet, não podem ter contanto com homens, blogar, dirigir e estudar. Mesmo assim, algumas delas não tomam conhecimento dessas proibições. As punições são duras para quem descumpre a lei.
Afinal, o que diz o livro sagrado? Não consta no Alcorão nada que as coloque como inferiores aos homens. Aliás, ele prega o respeito e prevê a igualdade entre ambos. Portanto, os ensinamentos de Maomé são deturpados para garantir o jugo e domínio dos homens. Quem ganha com isso? Grupos radicais islâmicos ultraconservadores que controlam todo funcionamento do Estado. São eles que elaboram as leis, dominam o cenário político e o funcionamento das instituições do país. De outro lado, existem grupos minoritários, formados por homens e mulheres, que lutam pela igualdade. Contudo, não têm voz e pouco podem fazer para mudar essa dura e triste realidade.
Para ler o artigo completo de Ricardo Santos clique aqui

TV Multimídia e sua relação com a comunicação, a escola e a juventude


O artigo traz uma reflexão sobre a relação da juventude com a televisão, mais especificamente, com a linguagem audiovisual e sua proximidade com o ambiente escolar, a partir da inserção da TV Multimídia nas salas de aula no Estado do Paraná. Investigar a relação desse novo instrumento de comunicação a serviço da educação e sua interação com o professor, o aluno, a cultura e a escola é o objetivo desta pesquisa em andamento, no Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal do Paraná. O embasamento teórico foi fundamentado nos Estudos da Educomunicação e Mídia-Educação. Para ler o texto completo de Elizandra Jackiw, Luis Otávio Dias e Rosa Maria Cardoso Dalla Costa clique aqui

"Mama" - Khadja Nin


Khadija Nin nasceu em Burundi em 27 de junho de 1959. A caçula de uma família de oito filhos, Khadja foi criada em um ambiente altamente criativo por sua mãe e pai diplomata, estudou música desde tenra idade como a maioria de seus irmãos e irmãs. Khadja logo provou ter uma voz excepcional e aos 7 anos tornou-se uma das vocalistas no coro Bujumbara da catedral local. A jovem desenvolveu uma verdadeira paixão pela música e aos 14 anos de idade já tinha formado seu próprio grupo que atuou apenas dois anos. Khadja deixou o Burundi em 1975 para ir estudar em Kinshasa (capital do Zaire). Dois anos mais tarde ela iria deixar sua terra natal indo trabalhar na Bélgica, onde sua carreira de cantora acabaria por deslanchar. Depois de passar vários anos trabalhando como backing vocal e atuando em filmes, uma grande virada aconteceu quando em 1985 Khadja conheceu o guitarrista Nicolas Fiszman. Impressionado com a voz excepcional de Khadja, Fiszman ofereceu-se para se tornar seu produtor e a dupla passou a escrever uma série de canções. Em 1991 Khadja Nin conseguiu, finalmente, um contrato com uma grande gravadora, a BMG. Rapidamente entrou no estúdio de gravação com Fiszman para realizar seu álbum de estreia. Lançado no início de 1992, esse álbum foi inteiramente gravado em suaíli (língua franca da África Oriental). Mas as doze faixas do álbum eram suaves, em vez de melancólicas, não eram puramente africanas. Khadja Nin decidiu misturar sons tradicionais africanos com ritmos brasileiros e cubanos. Arriscou-se até em território do rock moderno, com canções mais otimistas como "Mulofa". Nem preto, nem branco - mas cor de café! Desde o início de sua carreira o objetivo de Khadja Nin foi a criação de interessantes fusões musicais capazes de cruzar fronteiras geográficas e culturais - uma vez famosa a cantora declarou: "Minha música não deve ser classificada como"branca"ou"negra"- é cor de café!"Dois anos após o lançamento de seu álbum de estreia, Khadja Nin voltou ao estúdio para gravar outro álbum, intitulado simplesmente "Ya Pili". Este álbum teve ainda mais fusões do que o primeiro. Khadja Nin, misturou ritmos tradicionais africanos e afro-cubanos com melodias pop ocidentais modernas. Khadja Nin gravou a maioria de seu segundo álbum em suaíli, uma vez mais, embora "Ya Pili" tenha incluída uma música em Inglês e outra gravada em francês. Mas foi o lançamento do single "Sambolera Mayi Son" (extraído de "Ya Pili"), que, realmente, a catapultou para a fama. Esta canção sobre uma mãe descreve o mundo ao seu bebê recém-nascido. Khadja Nin sempre demonstrou seu profundo comprometimento com preocupações ambientais. Subiu ao topo das paradas francesas em 1996, após o canal de TV TF1 ter selecionado uma canção sua como hit do verão. O vídeo foi mostrado várias vezes por dia em TF1, fazendo com que o trabalho da cantora e as vendas do álbum disparassem. Encorajada pelo sucesso fenomenal de "Sambolera", Khadja Nin prontamente voltou ao estúdio para gravar seu terceiro álbum, que contou com uma mistura de títulos novos e refundação do material anterior e provou ser um sucesso ainda maior. De fato, dois meses após seu lançamento o novo álbum vendeu surpreendentes 200 mil cópias, ganhando dois discos de ouro. Continuando a sua ascensão vertiginosa, Khadja Nin lançou um novo álbum, "Ya ..." (From You To Me), em outubro de 1998. O novo álbum tem faixas gravadas em suaíli, mas também em Kirundi (o idioma oficial do Burundi). A cantora escreveu todas as letras, trazendo os assuntos mais próximos de seu coração (crianças de rua, a guerra e sua luta constante contra todos os tipos de desigualdade. "Ya..." também incluiu um tributo pessoal a Nelson Mandela e uma canção sobre a maternidade, intitulado "Mama". Esta canção foi escolhida para o lançamento como o primeiro single e a famosa atriz francesa Jeanne Moreau concordou em estrelar o novo vídeo de Khadja Nin. Ela voltou ao noticiário da música em 1999, apoiando Sting em uma série de concertos em Nova York. Ouçam-na, interpretando “Mama”, aqui

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Editoras travam “guerra do e-book” com bibliotecas

No ano passado, o Natal foi o maior dia isolado para as vendas de e-books (livros eletrônicos) da editora HarperCollins, e tudo indica que isso tenha se repetido agora, por causa da forte demanda por e-readers (leitores eletrônicos) como o Kindle e o Nook. A Amazon anunciou, no último dia 15, que tinha vendido 1 milhão de Kindles em cada uma das três semanas anteriores.
Mas é possível também que o número de visitantes nas seções de e-book de sites de bibliotecas públicas deva também estabelecer um recorde. E isso é uma fonte de grande preocupação para as editoras. Para elas, tomar emprestado um e-book de uma biblioteca ficou fácil demais.
Preocupadas com que as pessoas cliquem para emprestar um e-book de uma biblioteca em vez de comprá-lo, todas as grandes editoras dos Estados Unidos agora bloqueiam o acesso de bibliotecas à forma eletrônica, ou a todos os seus títulos ou aos publicados mais recentemente.
Emprestar um livro impresso de uma biblioteca impõe um inconveniente a seus clientes. “É preciso ir até a biblioteca para pegar um livro emprestado e para devolvê-lo”, diz Maja Thomas, vice-presidente sênior encarregada da divisão digital do Hachette Book Group.
E cópias impressas não duram para sempre; as que são mais procuradas, em geral, têm de ser trocadas. “Vender um exemplar que poderia ser emprestado infinitas vezes sem nenhum atrito não é um modelo de negócio sustentável para nós”, disse Thomas. A Hachette parou de fornecer seus e-books a bibliotecas em 2009. Para ler o artigo completo de Randall Stross clique aqui

A utopia coletiva da carnavalização midiática da humanidade

No livro O inconsciente político (1992), o crítico literário americano Frederic Jameson propôs uma metodologia interpretativa baseada numa dupla perspectiva, ao mesmo tempo opositiva e complementar: uma primeira inscrita na tradição analítica marxista, cujo pressuposto se inscreve na necessidade de uma prática crítica negativa ou da negatividade, sob o ponto de vista de que, num mundo de opressores e oprimidos, para citar o filósofo alemão Walter Benjamin, todo monumento de e à cultura é também um monumento de e à barbárie, porque, querendo ou não, foi produzido a partir do sofrimento, do desespero, do esquecimento, humilhação, abandono e mortes de milhares ou milhões de outros seres humanos; uma segunda perspectiva analítica que parte de um princípio oposto ao primeiro, porque compreende que, pela simples existência, todo e qualquer artefato cultural inscreve nele mesmo uma vontade utópica, por mínima que seja, de outro mundo.
O método interpretativo proposto por Jameson, portanto, está implicado com o jogo analítico entre negar, em retrospectiva; e afirmar, em perspectiva: negar o que coopta ou compartilha com o abandono dos desterrados da terra, desde antes até a atualidade; e destacar, por outro lado, as chispas utópicas que se inscrevem nos artefatos culturais, como afirmação de coletivas vidas futuras.
Embora goste da proposta metodológica de Jameson e a adote em minhas análises, reflexões e pesquisas, penso que não podemos ignorar o uso recorrente que os opressores de ontem e de hoje (e principalmente os de hoje) fazem da perspectiva utópica presente em todos os artefatos culturais com o objetivo de camuflar a tragédia geral que atinge a vida da esmagadora maioria das populações do mundo, através do flagelo da fome, de guerras, de desempregos e do sem fim de humilhações e privações no campo do acesso à saúde, à moradia, à educação, à terra, à segurança, à dignidade pessoal, familiar, comunitária, simbólica, étnica, de gênero.
Para ler o artigo completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

Preconceito linguístico

Um dos debates mais quentes do ano foi sobre um livro didático acusado de ensinar regras de português erradas (na verdade, ninguém leu o livro; foram lidas algumas frases soltas de uma das páginas de um dos capítulos). A acusação mereceu diversas manifestações de especialistas, que tentaram mostrar que uma língua é um fenômeno mais complexo do que parece ser quando apresentada apenas em termos prescritivos.
Um dos pequenos avanços da mídia (que, no quesito, representa grande parte da sociedade instruída) foi reconhecer que as teorias e as pesquisas linguísticas têm legitimidade. Mas acha que devem restringir-se à universidade. Para um linguista, tal posição equivale a sustentar que só se deve ensinar reprodução na universidade. Até o fim do colegial, deve-se ensinar aos alunos que as crianças são trazidas pela cegonha.
Um dos itens do debate foi o preconceito linguístico; questionou-se sua existência. Chegou-se a afirmar que a “defesa” de traços da fala popular produziria como um dos efeitos um preconceito às avessas, contra os que falam corretamente. Foi uma das leituras mais desastrosas que a mídia conseguiu fazer da questão.
O que seria o tal preconceito linguístico? Ele existe? Se sim, qual a sua natureza? Se deve ser combatido, como todos os preconceitos, quais deveriam ser as armas de combate? Para ler o texto completo de Sírio Possenti clique aqui

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Meu Favor - Alexandre O'Neill


A meu favor

Tenho o verde secreto dos teus olhos

Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor

O tapete que vai partir para o infinito

Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor

As paredes que insultam devagar

Certo refúgio acima do murmúrio

Que da vida corrente teime em vir

O barco escondido pela folhagem

O jardim onde a aventura recomeça.

Globalização, multiculturalismo e currículo

Este texto tem como objetivo discutir as repercussões no campo educacional, sobretudo no campo do currículo, do processo de globalização. Se, por um lado, esse processo tem mostrado a necessidade de se compartilhar valores relativos à preservação e à qualidade de vida do e no planeta, por outro, implica também a intensificação do processo de homogeneização cultural. É inegável que a reação a essa homogeneização, imposta pelos grupos detentores do poder, intensifica, de forma crescente, a articulação de diferentes movimentos de afirmação do direito à diferença e o fortaleciemnto de grupos marginalizados social e culturalmente. Este quadro delineia para a educação múltiplos desafios, pois a grande complexidade das questões dessa área revela-se, concretamente, quando determinadas posições e práticas escolares - voltadas para a preservação de valores universais ou para a defesa do direito à diferença - apresentam resultados opostos ao esperado. Desta forma, o que se pretende neste artigo é polemizar em torno de algumas questões relacionadas à problemática da identidade e da diferença cultural, na tentativa de contribuir para a ampliação do panorama, a partir do qual propostas curriculares são discutidas.
Para ler o artigo completo de Lucíola Paixão Castro Santos e José de Sousa Miguel Lopes clique aqui

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bunker Roy: Aprendendo com um movimento de pés-descalços

Em Rajasthan, na Índia, uma escola extraordinária ensina mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.
Veja a palestra de Bunker Roy no vídeo aqui

A 'farsa democrática' e o desafio de inventar a democracia futura

Ante o que chama de “a farsa democrática”, Samir Amin levanta uma questão essencial: “Assim sendo... Renunciar às eleições e aos processos eleitorais? A resposta dele é não. Mas questiona: como associar novas formas de democratização, ricas, inventivas, que deem às eleições outro uso, diferente do uso que as forças conservadoras previram para elas? Para Samir Amin, aí está o desafio que a esquerda precisa enfrentar em todo mundo.
Para ler o artigo completo de Samir Amin clique aqui

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Da educação mercadoria à certificação vazia

O ensino superior, público e privado, no Brasil passou por grandes transformações nas últimas décadas. Essas mudanças – travestidas de democratização, por favorecerem o acesso – visaram atender a uma proposta de privatização e barateamento da educação.
O Ministério da Educação (MEC) alardeia números, sobretudo para organismos internacionais – que obrigam o país a se enquadrar em padrões estipulados por eles na competição do mercado de consumo, trabalho e pesquisa –, que demonstram o crescimento do acesso ao ensino superior, ainda que distantes daqueles objetivados pelo Plano Nacional de Educação (PNE) (o acesso é de apenas 13,8% dos jovens, entre 18 e 24 anos). Porém, esse suposto processo de inclusão tem facilitado, para além do aceitável, um crescimento vertiginoso das instituições de ensino superior (IES) privadas, com desdobramentos que passam pela precarização do trabalho docente e pela formação duvidosa que essas empresas têm oferecido aos alunos por ela formados.
A predominância de objetivos economicistas em detrimento dos pedagógicos nas IES privadas permitiu um fenômeno relativamente novo no Brasil: a formação de conglomerados educacionais, grandes empresas, de capital aberto e com forte participação de grupos estrangeiros em seu quadro de acionistas. A autorização para funcionamento dessa espécie de oligopólio do setor educacional tem intensificado a visão mercantil da educação superior no Brasil. Os exemplos mais representativos desse modelo de organização empresarial na educação ficam por conta dos grupos educacionais Kroton-Pitágoras, Estácio de Sá, SEB (Sistema Educacional Brasileiro) e Anhanguera Educacional. Esta última, com a recente aquisição da Uniban, passou a ser o maior grupo educacional do país, atendendo aproximadamente 400 mil alunos em campi espalhados por diversos estados brasileiros. Além disso, manteve sua projeção de crescimento de atingir 1 milhão de estudantes em cinco anos, segundo matéria do Valor Econômico de 17 de novembro de 2011.
Para ler o artigo completo de Andrea Harada Souza clique aqui

A nova literatura africana - uma geração de 
escritores livres 
que almeja ser
 universal

A negritude trouxe o mundo negro para dentro do campo literário francês. A africanidade e o mundo francês não são hoje os únicos horizontes da nova geração de escritores francófonos em busca da universalidade. Os anglófonos e lusófonos, que nunca cederam verdadeiramente à tentação de “romantização” da África como fizeram os poetas da negritude, definem-se por uma constante problematização da origem e por sua descrição espontânea em uma world literature sem fronteiras. Para ler o texto completo do crítico literário Tirthankar Chanda clique aqui

"A religião envenena tudo", dizia Christopher Hitchens


O escritor e jornalista britânico Christopher Hitchens, autor do célebre livro "Deus não é grande", morreu no dia 15/12/2011, vítima de um câncer no esôfago. Nascido em 1949 em Portsmouth (Reino Unido), ele morreu da doença que levou seu pai. A deteção da doença aconteceu quando o escritor promovia sua última obra, as memórias intituladas "Hitch-22".
Em "Deus não é grande", fez uma crítica às principais religiões com seu ateísmo afiado. Ele argumentou que a religião era a fonte de toda a tirania e que muitas das perversidades no mundo haviam sido cometidas em nome da religião. Ele escreveu ainda obras sobre Thomas Paine e George Orwell - e inúmeros artigos e colunas, sem nunca perder seu humor aguçado. Os alvos preferidos iam de Deus e Madre Teresa até Henry Kissinger. Considerado um dos intelectuais mais polêmicos e influentes do cenário internacional nos últimos 30 anos, Hitchens se mudou para os Estados Unidos em 1981 e colaborou com as publicações mais prestigiadas nos dois lados do Atlântico: "Vanity Fair", "Slate", "The Nation", "The New York Review of Books", "The Times" e "National Geographic", entre outras. Além de "Deus não é grande", Hitchens escreveu "Cartas a um jovem contestador", "A vitória de Orwell", "O julgamento de Kissinger" e "Amor, pobreza e guerra". "Christopher Hitchens - um crítico incomparável, um mestre da retórica com uma inteligência aguçada, e um bom vivant destemido. Jornalista, correspondente de guerra e crítico literário, Hitchens ganhou reputação por suas respostas engenhosas, críticas mordazes a personalidades públicas e uma inteligência aguçada. Hitchens estudou na Universidade de Oxford e trabalhou como crítico literário para a revista New Statesman, em Londres, antes de se mudar para Nova York para trabalhar como jornalista em 1981.
Graydon Carter, que contratou Hitchens depois de se tornar editor da "Vanity Fair", em 1992, afirmou que o britânico era um "homem de apetite insaciável - para cigarros, para scotch, para boa escrita, e acima de tudo, para conversas". "Você seria duramente pressionado para encontrar um escritor que juntasse o volume de colunas requintadamente trabalhadas, ensaios, artigos e livros que ele produziu nas últimas quatro décadas", escreveu Carter. O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, que trabalhou para Hitchens como estagiário, afirmou que o escritor era "tudo o que um grande ensaísta deve ser: irritante, brilhante, altamente provocador e, ao mesmo tempo, intensamente sério". "Sua falta será muito sentida por todos os que valorizam fortes opiniões e ótima escrita", acrescentou Clegg.
Em 2007 Hitchens concedeu uma entrevista no Brasil para a Globonews que pode ser assistida aqui

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

“O neoliberalismo situa a educação no mercado da competição, da produção exacerbada”

Alfredo Veiga-Neto estudou biologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduou-se em Música e dedicou-se à execução de piano, mas como um passatempo, diz com uma mistura de respeito e saudade.
Dedicou-se plenamente à publicação de livros e orientações de teses. Pensou a obra de Foucault aplicada ao campo da educação com a complexidade e variáveis que oferece uma dedicação ao estudo tão ampla quanto misteriosa.
Convidado, no começo de setembro, pela Universidade Pedagógica de Buenos Aires (Unipe) para o 1º Colóquio de Biopolítica, Veiga Neto é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Veiga-Neto conversou com Página/12 sem deixar de lado sua admiração pelos grandes poetas brasileiros como Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira e Mário Quintana. Em uma hora de conversa se estendeu sobre os temas que sempre o obcecaram, a escola no marco de uma sociedade que cada dia oferece mais possibilidades de reflexão, mas também sérios riscos de estratificação social.
Para ler sua entrevista clique aqui

sábado, 17 de dezembro de 2011

Faleceu Cesária Évora, a grande dama da música africana


Morreu na manhã deste sábado (17/12/2011) a cantora cabo-verdiana Cesária Évora, aos 70 anos, em São Vicente, Cabo Verde.
Conhecida como "Diva dos Pés Descalços", Cesária era considerada como a melhor intérprete da "morna", a música folclórica típica de Cabo Verde. "Nossa música é muitas coisas. Alguns dizem que ela é como o blues ou o jazz. Outros dizem que ela é como a música brasileira, ou a africana, mas ninguém sabe realmente. Nem mesmo os mais velhos", disse Cesária em entrevista à Associated Press em 2000. As canções dela tinham inspiração na amarga história da artista - que perdeu o pai ainda criança - e o sofrimento da população de seu país.
Foi uma das vozes mais expressivas e originais da música mundial. A qualidade da sua voz era de alcance universal, e o reconhecimento internacional que obteve comprovou isso mesmo. Era uma artista singular, que tão bem soube exprimir a cultura e a tradição musical da sua terra, muito para além das fronteiras da língua portuguesa. Sua discografia inclui 24 álbuns. Em 2004, a cantora ganhou um prêmio Grammy de melhor álbum de world music contemporânea. Ela se apresentou algumas vezes no Brasil e, em 2008, abriu a Virada Cultural, em São Paulo (SP).
Ouçam-na aqui a solo e aqui num dueto com Marisa Monte.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobre o conceito de fronteiras: uma reflexão em torno do diálogo entre a filosofia e a política visando interrogar o pensamento hegemônico

As reflexões que motivaram a elaboração deste texto resultam de um longo processo de maturação que o autor vem desenvolvendo na última década, ao ministrar aulas em várias Universidades, em diferentes cursos de graduação (Filosofia, Pedagogia, História, Geografia, Letras, Psicologia, Comunicação e Jornalismo), pós-graduação lato-sensu (principalmente Psico-Pedagogia) e Mestrado em Educação. Estas reflexões, de forma crescente, passaram a “incomodar” o autor, ao constatar como a célebre assertiva de Marx “a ideologia dominante em uma sociedade é a ideologia da classe dominante” se faz tão presente no modo de pensar de uma parte significativa dos estudantes. E esse modo de pensar se tornou tão forte, em resultado de um pensamento que se tem tornado hegemônico a nível mundial, que virou natural, evidente, óbvio, não passível de contestação, em suma quase cristalizado. Emerge, então, a necessidade de se enfrentar o senso comum, não como um inimigo, que ele não é, mas como, ele se pode transformar em obstáculo para construir novos maneiras de pensar e agir sobre o mundo. Ao transpormos nossa reflexão para o campo acadêmico, estaremos no lugar onde as disciplinas se entrincheiram nas suas fortalezas, coibindo consciente ou inconscientemente o diálogo. Assim, começaremos por discutir os conceitos de fronteira e limites, procurando mostrar a necessidade de realizar esse esforço transdisciplinar, que atravesse as fronteiras do saber, do pensar e do viver contemporâneo. Seguidamente, e privilegiando alguns recortes temáticos, procuraremos incitar cinco autores de vários campos do saber, - autores que designamos por “provocadores” - , ao diálogo com a Educação. São intelectuais que trabalham temas da Filosofia (Michel Onfray), da História (Jack Goody), da Ciência Política (Domenico Losurdo) e da Sociologia (Zygmunt Bauman e Boaventura de Sousa Santos) na perspectiva de questionamento do pensamento hegemônico. Assim, ocorreu um duplo desafio: para o professor que, através de vários autores, desencadeou, provocativamente, reflexões que, em grande medida, se configuraram polêmicas, e para os estudantes com quem dialogou, almejando aprofundar, aceitar e/ou discordar de seus pontos de vista. Ficou claro que as zonas de fronteira podem/devem transformar-nos, e frequentemente o fazem, em analistas minuciosos dos sistemas de representação que sustentam nossas crenças, valores e dinâmicas relacionais. Nesse processo, esse analista minucioso em que nos transformamos, pode estabelecer conexões a comunidades de pertencimento imprevisíveis.
Para ler o texto completo de José de Sousa Miguel Lopes, apresentado no "I Congresso Latino Americano de Filosofia da Educação",  deverá seguir os seguintes passos:
1. Clique aqui
2. No Sumário,  localizar o eixo temático "Política e Educação”. Neste, localizar o título do artigo “Sobre o conceito de fronteiras: uma reflexão em torno do diálogo entre a filosofia e a política visando interrogar o pensamento hegemônico”.
3. Clique em cima do título artigo e imediatamente será  remetido para o próprio artigo (pág. 737 a 746).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Oposição social na era da Internet

A relação entre as tecnologias da informação, e mais precisamente a internet, com a política é uma questão central para os movimentos sociais contemporâneos. Tal como outros avanços tecnológicos no passado, as tecnologias da informação (TI) servem um duplo propósito: por um lado contribuem para acelerar os movimentos de capitais (sobretudo de capitais financeiros), facilitando uma globalização imperialista. Por outro, a internet fornece importantes fontes alternativas de análise, assim como uma forma fácil de comunicação, que pode servir para a mobilização dos movimentos populares.
A indústria das tecnologias da informação criou uma nova classe de multimilionários, que se estende de Silicon Valey na California até Bangalore na India. Estes desempenham um papel central na expansão do colonialismo económico através do controlo monopolista que exercem sobre as mais diversas esferas de difusão da informação e do entretenimento.
Parafraseando Marx: “a internet tornou-se o ópio do povo”. Novos e velhos, empregados e desempregados, todos eles passam horas passivamente contemplando espectáculos, pornografia, video-jogos, consumindo online e até acedendo a “notícias”, isolados dos restantes cidadãos e trabalhadores.
Em muitas ocasiões, a superabundância de “notícias” na internet, absorve tempo e energia, desviando os “observadores” da reflexão e da acção propriamente dita. Assim como a escassa e tendenciosa informação dos meios de comunicação de massas distorce a consciência popular, o excesso de mensagens na internet pode imobilizar a acção dos cidadãos.
A internet, propositadamente ou não, “privatizou\particularizou” a vida política. Muitos activistas potenciais foram levados a acreditar que o envio de manifestos a outros cidadãos é um acto político, esquecendo-se que apenas a acção pública, incluíndo a confrontação com os seus adversários no espaço público, nos centros das cidades assim como no campo, é a base da transformação política.
Para ler o artigo completo de James Petras clique aqui

Os banqueiros são os ditadores do Ocidente

Escrevendo da região que produz a maior quantidade de clichês por palmo quadrado em todo o mundo – o Oriente Médio –, talvez eu devesse fazer uma pausa e respirar fundo antes de dizer que jamais li tal quantidade de lixo, de tão completo e absoluto lixo, como o que tenho lido ultimamente, sobre a crise financeira mundial.
Mas… que seja! Nada de meias palavras. A impressão que tenho é que a cobertura jornalística do colapso do capitalismo bateu novo recorde (negativo), tão baixo, tão baixo, que nem o Oriente Médio algum dia superará a acanalhada subserviência que se viu, em todos os jornais, às instituições e aos ‘especialistas’ de Harvard, os mesmos que ajudaram a consumar todo o crime e a calamidade.
Para ler o artigo completo de Robert Fisk clique aqui

A noção de erro na língua

A coisa é bem simples: é um fato elementar para as ciências da linguagem que a variação é uma característica inerente a qualquer língua. Não existe uma única língua no mundo sem variação linguística.
Num mesmo idioma, por exemplo, há regras diferentes para designar uma mesma construção ou palavra. Isso é fácil de observar. No dia-a-dia, encontram-se pessoas que dizem os peixe, os livro e dez real. A regra dessa “gramática” consiste em marcar com “s” apenas o primeiro elemento significativo, no caso o artigo e o numeral. Existe também outra gramática, essa mais famosa, conhecida como gramática normativa, que segue uma regra diferente daquela: marca com “s” todos os elementos da sequência – os livros, os peixes, dez reais. O interessante é que essas duas construções são regulares, ou seja, as duas seguem regras rigorosas, exatas.
A partir disso, a sociedade faz uma avaliação de cada uma dessas variedades, considerando uma errada e outra certa, uma feia e outra /bonita, uma que soa bem e outra que soa mal. Cria-se assim uma língua boa, bonita, elegante e que seria mais inteligível e exata do que outras variedades dela – pelo menos na cabeça das pessoas. O mito de que existe uma língua certa e outra errada começa aqui, em achar que o outro é quem fala errado, tomando como viés a sua própria fala. Isso porque as pessoas que falam qualquer língua acabam julgando que a diferença é um defeito. Ou um erro. O outro não sabe falar porque não fala igual a mim, pensamos.
Pode acontecer algo mais grave ainda: acabamos nos convencendo de que nós é que não sabemos falar quando falamos de forma um pouco diferente daqueles que são nossos “modelos de comportamento linguístico”. Daí ser possível ouvir algumas pessoas dizerem que não sabem falar sua língua materna. “Não sei falar português”, afirmam.
Bastava abrir o ouvido para constatar que só o fato dela falar, já demonstra que ela sabe falar. Para ler o artigo completo de Bruno Ribeiro Nascimento clique aqui

De pernas pro ar: a escola do mundo ao contrário - Eduardo Galeano

Dia após dia, nega-se às crianças o direito de ser crianças. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata as crianças ricas como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata as crianças pobres como se fossem lixo, para que se convertam em lixo. E as do meio, as crianças que não são ricas nem pobres, os têm atados ao pé do televisor, para que desde muito cedo aceitem, como destino, a vida prisioneira.
Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças. Os de cima, os de baixo e os do meio. No oceano de desamparo, se alçam as ilhas de privilégios. São luxuosos campos de concentração, onde os poderosos somente se encontram com os poderosos e jamais podem esquecer, nem por um instante, que são poderosos. Em algumas grandes cidades latino-americanas, os seqüestros são costumeiros, e os meninos ricos crescem encerrados dentro da bolha do medo. Habitam mansões amuradas, grandes casas ou grupos de casas rodeadas de cercas eletrificadas, de guardas armados, e estão dia e noite vigiados pelos guarda-costas, pelas câmaras dos circuitos fechados de segurança. Os meninos ricos viajam, como o dinheiro, em carros blindados. Não conhecem mais que de vista, sua cidade. Descobrem o metrô em Paris ou em Nova York, mas jamais o usam em São Paulo ou na capital do México. Eles não vivem na cidade onde vivem. Para eles é vedado o vasto inferno que lhes ameaça o minúsculo céu privado. Além das fronteiras, estende-se uma região de terror onde as pessoas são muito feias, sujas e invejosas.
Para ler o artigo completo de Eduardo Galeano clique aqui

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Método Científico

Entenda qual a importância do método científico no desenvolvimento das pesquisas e do saber. Trata-se de uma sequência de três videos. No final de cada um clique para ver o seguinte.  Para ver o primeiro vídeo clique aqui

domingo, 11 de dezembro de 2011

Polêmica acerca de literatura negra brasileira


No texto “Preconceito cultural” o poeta brasileiro Ferreira Gullar defende, entre várias questões, não ser pertinente considerar a existência de uma literatura brasileira negra, sustentando que Cruz e Souza e Machado de Assis foram herdeiros de tendências europeias, não se podendo afirmar que faziam ‘literatura negra’.
O texto provocou respostas dos escritores Francisco Maciel e Luiz Silva que contestam as posições defendidas por Gullar.
Os três textos podem ser lidos aqui

sábado, 10 de dezembro de 2011

A mais dolorosa das histórias


Silêncio

Façam silêncio

Quero dizer-vos minha tristeza

Minha saudade e a dor

A dor que há no meu canto


Oh, silenciai

Vós que assim vos agitais

Perdidamente em vão

Meu coração vos canta

A mais dolorosa das histórias

Minha amada partiu

Partiu


Oh, grande desespero de quem ama

Ver partir o seu amor


 Vinícius de Moraes

Foto:Gianni Candido

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Seu email e celular estão sendo vigiados?

A indústria de vigilância do século 21 é de alta tecnologia, sofisticada e terrivelmente persuasiva. É isso que revelam mais de 200 emails de mala direta e outros materiais de marketing publicados hoje pelo WikiLeaks e a Privacy International.
O equipamento à venda se encaixa em quatro categorias: localização geográfica de telefones móveis e veículos; invasão de computadores e telefones para monitoramento de cada tecla apertada; captura e armazenamento do que é dito em toda uma rede de telecomunicações; e análise de quantidades vastas de dados para rastrear usuários individuais. Par ler o texto completo de Pratap Chatterjee clique aqui

A culpa é das finanças?

Fala-se muito em crise do capitalismo financeiro. A narrativa é mais ou menos assim:
Os culpados principais da crise foram bancos internacionais e grupos de investimento, os grandes players que jogam com a riqueza mundial. Ao longo da última década, extrapolaram todos os limites da cobiça para realizar uma falsa multiplicação dos pães. Mirabolaram produtos financeiros, os derivativos, com o que criaram valor onde não havia nada. Como esse ouro de tolos, incharam bolhas especulativas, descoladas da economia real — fantasiosas e insustentáveis. Sem ser eleitos por ninguém, jogaram muito alto e sem nenhuma garantia com o dinheiro alheio. Aproveitaram-se da desregulamentação do setor e fizeram refém os governos nacionais, incapazes de conter a luxúria por lucros fabulosos — ou talvez cúmplices da brincadeira. Banqueiros, financistas, acionistas e executivos deitaram e rolaram em cima da economia mundial por anos e agora todos pagamos o pato, enquanto os verdadeiros culpados são salvos com o dinheiro público e ainda posam de popstar. Não admira que o movimento Occupy nos Estados Unidos tenha começado por Wall Street.
É o que temos ouvido todos os dias, mas não é bem assim.
Para ler o artigo completo de Bruno Cava, clique aqui

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ensino e mudança: um passeio pelo futuro

É nas escolas que as novas gerações poderão aprender a criar o futuro que desejam. Afinal, só temos aprendido o passado. Que tal aprendermos também o futuro?
Olhando para trás e percorrendo os últimos vinte e cinco anos num flashback imaginativo, dá para ter ideia da magnitude das mudanças que hoje vivemos e que vão continuar mais rápido daqui em diante.
Vinte e cinco anos atrás, a Coreia começava a competir com os Estados Unidos na indústria de transporte, informação e comunicação; não existia a União Europeia, nem a Organização Mundial do Comércio, nem o Tribunal Penal Internacional. Não tínhamos a aids, os transgênicos de toda ordem, ônibus espaciais, telefones celulares, internet… Casamento gay era sacrilégio, ensino a distância em tempo real era cena de ficção científica, consumidores colaborando na criação/produção de produtos que eles mesmos viriam a utilizar, quem poderia imaginar? Grupos de aprendizagem coletiva, centros de pesquisa abertos a cidadãos comuns, livros eletrônicos Kindles descartando livros de papel, música digital disponível free nas máquinas de todos os tamanhos, a consciência de que a vida pode ter fim com o aquecimento global, tudo além da imaginação. A ovelha Dolly, o ataque às torres gêmeas e a invasão Wikileaks seriam fruto de imaginações delirantes.
No campo do ensino, as tecnologias aplicadas nas escolas eram utilizadas mais para melhorar a qualidade do conteúdo do que para potencializar a capacidade de aprendizagem. Tempos do ábaco, de atenção farta, da tabuada na cola, do estojo com cheiro de madeira, não voltam mais.
Para ler o texto completo de Rosa Alegria clique aqui

Dois de nós - Uma análise do filme "Inquietos" de Gus Van Sant

Neste filme, Van Sant se apoia em dois adolescentes incomuns, desses que parecem sempre à margem de qualquer grupo. O deslocamento é compreendido ao longo do filme, embalado, já no começo, com a emblemática Two of Us, primeira música do último LP dos Beatles e que fala sobre jovens que dirigem sem rumo.
Diferentemente do que supostamente fariam os jovens de sua idade, Annabel Cotton, personagem de Mia Wasikowska (sim, a mesma da versão Tim Burton de Alice no País das Maravilhas) e Enoch Brae (Henry Hopper, filho de Dennis Hopper, morto em 2010) não ficam o tempo todo manejando iPods ou iPads, nem trocando e-mails nem ideias em salas de bate-papo eletrônico, nem bebendo com amigos, nem falando de festas ou baladas; ela não transparece o menor lamento por não ser líder de torcida nem ele por não ser atleta ou bolsista da escola.
Em vez disso, Annabel gosta de livros sobre pássaros e tem Charles Darwin como referência intelectual. Coleciona histórias sobre cada espécie, como a do pássaro que pensa ter morrido toda vez que escurece e, pela manhã, ao descobrir que está vivo, canta de alegria. Para ler o texto completoa de Matheus Pichonelli clique aqui

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A nova etapa dos movimentos globais

Durante os protestos na praça Tahrir em novembro de 2011, Mohamed Ali, de 20 anos, respondeu a um repórter que lhe perguntou por que estava ali: “Nós queremos justiça social. Nada mais. É o mínimo que merecemos”.
A primeira rodada de movimentos tomou múltiplas formas ao redor do mundo – a chamada Primavera Árabe, os movimentos que se espalharam por um grande número de países: Oxi, na Grécia, na Grécia; os indignados na Espanha; os protestos estudantis, no Chile; Occupy nos Estados Unidos e muitos outros.
Foram um sucesso fantástico. O grau de êxito pode ser medido pelo artigo extraordinário, escrito pelo ex-secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers no Financial Times em 21 de novembro, com o título “Desigualdade não pode mais ser mantida à distância com as ideias de costume”. Esse nunca foi um tema usual dos artigos de Lawrence Summers.
No texto, ele faz duas afirmações notáveis, considerando que foi um dos arquitetos da política econômica mundial dos últimos vinte anos, que nos colocou na crise em que o mundo se encontra hoje. Pra ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

A lusofonia como retrato de família numa casa mítica comum

O discurso colonial hegemónico da ditadura do Estado Novo não desassociou a língua da representação e da narrativa do processo de construção imperial. Partindo da análise de um dos órgãos mais importantes da propaganda colonial salazarista, inquirimos sobre as formas de representação apoteótica da língua como expressão do “sentido colonizador” português e a consequente sacralização da ideia de atrelar as então colónias à esfera de uma “tradição” expressa pela cultura da língua. Subsequentemente, problematizamos os discursos sobre a lusofonia, tendo em atenção quer os usos que a memória colonial ganha na reconstituição parcial da versão pós-colonial da identidade nacional portuguesa, como também as ambivalências e contradições entre a ideia de uma suposta identidade lusófona e a força de outras memórias inerentes às representações identitárias dos diferentes interlocutores lusófonos. Para ler o texto completo de Victor Barros clique aqui

Tango no trapézio


Se o circo já é algo hipnotizante e surpreendente, imagina misturar esta arte com o tango!?  
O número é estrelado por uma dupla francesa e faz parte da apresentação da trupe "Plus Grand Cabaret Du Monde", de Patrick Sébastien.

Veja a apresentação aqui  

A incultura totalitária

No conto “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, Guimarães Rosa nos fala de um homem perdido pelas veredas da vida mas que, no dia da sua morte, imprime à própria história um sentido que jamais tivera. Quantos de nós, quando chegar o momento, conseguirão fazer o mesmo? Trata-se, sem dúvida, de questão crucial, pois como seres semióticos não nos é dado viver sem perseguir significados – muito menos sem sermos por eles perseguidos.
Assediados por informações redundantes, a maioria dos humanos pós-modernos a elas reagem de maneira catastrófica: ora absorvem as notícias como se fossem parasitas, alimentando-se de bits que já chegam digeridos, ora engolem, sem critério, toneladas de conteúdos, para depois sofrerem de pantagruélica indigestão.
A internet é um caso exemplar. Por meio dela – creem os fiéis mais ardorosos – seria possível transmitir ao cidadão informações não distorcidas pelo “filtro pernicioso” da imprensa e também elevar o nível cultural do povo (há mesmo visionários que já sonham com democracias plebiscitárias, onde as questões relevantes seriam decididas “de casa mesmo”, pelo tamborilar obediente de milhões de dedos operosos no teclado místico da pátria).
Para ler o artigo completo de Cláudio L. N. Guimarães dos Santos clique aqui

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A onda que destrói a democracia


A ascensão do fascismo na Europa e nos EUA, assim como a reprodução de comportamentos autoritários pelos governos que pretendem impor às populações medidas de austeridade, são sinais de alerta.
Para ler o texto completo de Ricardo Coelho clique aqui

sábado, 3 de dezembro de 2011

O lugar da cultura acústica moçambicana numa antropologia dos sentidos


Uma antropologia dos sentidos deve sustentar que os modelos sensoriais universalistas da cultura, quer eles sejam visuais ou auditivos, quer se apoiem no texto ou na palavra, devem dar lugar à exploração de ordens sensoriais próprias das culturas. Neste trabalho, designa-se este tipo de cultura, que é predominante em Moçambique, como acústica, porque ela tem no som, no ouvido, e não na vista, seu órgão de recepção e percepção por excelência. Os traços fortes da oralidade (presentes nas línguas autóctones moçambicanas), contudo, não foram levados em consideração na política linguística adotada pelo poder político no pós-independência de Moçambique, o que acabou influenciando o processo de letramento. Ao analisarmos as possibilidades e limites duma revalorização da tradição oral, mais não pretendemos do que criar possibilidades de uma reflexão que possa mostrar caminhos para uma genuína revalorização cultural em Moçambique.
Para ler o artigo completo de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui

Os 'Grundrisse': uma mina para ajudar a descortinar o século XXI. Entrevista com Ricardo Antunes

Para o sociólogo e professor da Unicamp, Ricardo Antunes, os textos de Marx ressurgem com força no momento atual por vários motivos. Um deles "é a crise profunda que o capitalismo e, em termos mais precisos, o sistema de capital se encontram hoje. E segundo, porque junto a essa crise, e tendo claras conexões com ela, surgem as lutas sociais ampliadas em várias parte do mundo, o que permite uma certa retomada positiva da obra de Marx”.
Ao analisar os Grundrisse, Antunes afirma, na entrevista que concedeu por telefone para a IHU On-Line, que Marx vai mostrar, em 1857-1858 (ano em que escreveu seus cadernos), "que se a ciência se desenvolvesse de modo livre, se o progresso tecnocientífico não fosse limitado, plasmado por relações sociais moldadas pelo capital, nós podíamos chegar a uma situação em que o trabalhador seria um simples vigia e supervisor do processo de produção. De tal modo que o trabalho seria cada vez menor, cada vez menos extenuante, cada vez mais autoconstituinte e, portanto, seria um trabalho cada vez mais livre, autônomo, autodeterminado”. E percebe que a obra é publicada no Brasil "talvez no melhor momento da conjuntura mundial das últimas décadas. Desde 1968 não tínhamos lutas sociais em escala global tão amplamente difundidas. Isso marca um cenário mundial muito rico para o século XXI”.
Leia a entrevista a Ricardo Antunes aqui

"Revolution" - Tracy Chapman


Tracy Chapman (30 de Março de 1964) é uma cantora de música pop, R & B, Jazz, e soul norte-americana, vencedora por diversas vezes do Grammy. Tracy Chapman toca guitarra e escreve canções desde criança. Ingressou no programa "A Better Chance", voltado a identificar nacionalmente crianças negras talentosas para o desenvolvimento acadêmico, o que lhe permitiu frequentar a Wooster School, em Connecticut e posteriormente a Tufts University, em Medford (Massachussets). Em maio de 2004, a Tufts University concedeu-lhe o título de doutora honoris causa em Belas-artes, por sua contribuição como uma artista socialmente engajada e por suas realizações artísticas.
Ouçam-na cantando a música “Revolution” no vídeo aqui

Cinco fragmentos poéticos de Affonso Ávila


6/ V INTERNACIONAL


O poeta é visto todos os sábados no bar com um grupo de jovens dentre eles um negro e um barbado

O poeta é visto todos os sábados no bar com um grupo de jovens
negros e barbados

O poeta é visto todos os sábados no bar com um grupo de jovens
barbados

O poeta é visto no bar com um grupo de jovens barbados

O poeta é visto no bar com um grupo de barbados

O poeta é visto com um grupo de barbados

O poeta é visto com uns barbados estranhos

O poeta é visto com uns barbados suspeitos

O poeta é visto com uns suspeitos

O poeta é um suspeito

O poeta é suspeito

O POETA É UM TERRORISTA


7/ LE BATEAU IVRE


Os jovens cabeludos da rua onde mora o poeta têm fama de fumar
maconha

Os jovens cabeludos da rua onde mora o poeta fumam maconha

Os jovens cabeludos fumam maconha na rua do poeta

Os jovens cabeludos fumam maconha na casa do poeta

Os jovens cabeludos fumam maconha em sua casa com o poeta

Os jovens cabeludos buscam maconha na casa do poeta

Os jovens cabeludos buscam drogas na casa do poeta

Os jovens saem drogados da casa do poeta

Os jovens são drogados pelo poeta

O POETA É UM TRAFICANTE DE DROGAS


8 / PARNASO OBSEQUIOSO

O poeta recusou convite do governador para jantar em seu palácio
com o ministro

O poeta foi convidado pelo governador para jantar em seu palácio
com o ministro

O poeta convidado pelo governador foi jantar em seu palácio com
o ministro

O poeta jantou no palácio com o governador e o ministro

O poeta costuma jantar no palácio com o governador e seus convidados

O poeta janta sempre no palácio com o governador e seus convidados

O poeta jantando no palácio causa prazer ao governador e seus
convidados

O poeta alegra o governador e seus convidados nos jantares do palácio

O poeta diverte o governador e seus convidados

O poeta faz rir o governador e seus convidados

O POETA É UM BOBO-DA-CORTE DO SISTEMA


9/ PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO


O poeta articula lentamente as palavras e a gente parece perceber entre uma e outra longos espaços de reflexão e silêncio

O poeta articula lentamente as palavras e a gente percebe entre uma e outra longos espaços de salivação e silêncio

O poeta procura lentamente as palavras e a gente percebe entre uma e outra longos espaços de salivação

O poeta fala com dificuldade parecendo mastigar e salivar as palavras

O poeta fala com muita dificuldade e a boca cheia de saliva

O poeta não sabe falar e mastiga jocosamente as palavras

O poeta masca as palavras como se mascasse chicletes

O POETA É UM RUMINANTE DE PALAVRAS


10 / ARTE DE FURTAR

O poeta declarou que toda criação é tributária de outras criações no
permanente processo de linguagem da poesia

O poeta afirmou que todo criador é tributário de outros no processo
de linguagem da poesia

O poeta se confessou um criador tributário de outros na linguagem de
sua poesia

O poeta não esconde que sua poesia é tributária da linguagem de
outros criadores

O poeta não esconde que sua poesia é influenciada pela linguagem de
outros criadores

O poeta não faz segredo de que se utiliza da linguagem de outros poetas

O poeta fala abertamente que se apropria da linguagem de outros poetas

O poeta é um deslavado apropriador de linguagem

O POETA É UM PLAGIÁRIO



Affonso Ávila


Cinco dos onze fragmentos do DISCURSO DA DIFAMAÇÃO DO POETA que podem ser encontrados no volume "Homem ao termo – poesia reunida [1949-2005]", editado pela UFMG.  

CONTRA A LEITURA

 – “Não se ofenda, professor, mas eu quero saber se o senhor bebeu, hoje, antes de vir para a universidade?”. A pergunta me foi feita dentro da sala, por uma aluna, chamada Luíza, depois que eu anunciei, convicto, o tema da aula: uma reflexão CONTRA a leitura. Perplexa, Luíza confessou sua profunda decepção. Afinal, a gente havia se conhecido anos antes, numa biblioteca comunitária criada pelo pedreiro Evando dos Santos, na garagem da casa dele, Vila da Penha, no Rio, durante um concurso de poesia no qual ela fora premiada. A partir de então, militamos juntos em prol do livro, participando de vários eventos. Por isso, achou que, agora, eu devia estar de porre.
Apresento aqui um resumo da aula que dei, para que os quatro fiéis leitores dessa coluna possam avaliar também meu estado etílico, já que eles podem ficar incomodados com a crítica à leitura, pois todos os domingos a exercitam aqui nesse espaço. Dessa forma, espero também provocar os participantes do Festival Literário Internacional da Floresta – o Flifloresta – cuja abertura ocorre amanhã, em Manaus. Um dos seus objetivos é justamente o de formar novos leitores. Para ler o quê? Como?
O discurso dominante reverencia o livro, como algo sagrado que transporta luz e saber. Por isso, quem defende a não-leitura é considerado herege ou, no mínimo, bêbado. A leitura é endeusada como o único caminho que conduz ao conhecimento. Quanto mais leitura, mais humanos somos. A ausência de leitura nos brutaliza. Mentira! Puro blá-blá-blá. A História mostra que essa moralização da leitura é falsa. Por inacreditável que pareça, muitos professores, editores e pais de família que proclamam as vantagens da leitura, raramente abrem um livro.

Para ler o texto completo de José Ribamar Bessa Freire clique aqui

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