sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobre o conceito de fronteiras: uma reflexão em torno do diálogo entre a filosofia e a política visando interrogar o pensamento hegemônico

As reflexões que motivaram a elaboração deste texto resultam de um longo processo de maturação que o autor vem desenvolvendo na última década, ao ministrar aulas em várias Universidades, em diferentes cursos de graduação (Filosofia, Pedagogia, História, Geografia, Letras, Psicologia, Comunicação e Jornalismo), pós-graduação lato-sensu (principalmente Psico-Pedagogia) e Mestrado em Educação. Estas reflexões, de forma crescente, passaram a “incomodar” o autor, ao constatar como a célebre assertiva de Marx “a ideologia dominante em uma sociedade é a ideologia da classe dominante” se faz tão presente no modo de pensar de uma parte significativa dos estudantes. E esse modo de pensar se tornou tão forte, em resultado de um pensamento que se tem tornado hegemônico a nível mundial, que virou natural, evidente, óbvio, não passível de contestação, em suma quase cristalizado. Emerge, então, a necessidade de se enfrentar o senso comum, não como um inimigo, que ele não é, mas como, ele se pode transformar em obstáculo para construir novos maneiras de pensar e agir sobre o mundo. Ao transpormos nossa reflexão para o campo acadêmico, estaremos no lugar onde as disciplinas se entrincheiram nas suas fortalezas, coibindo consciente ou inconscientemente o diálogo. Assim, começaremos por discutir os conceitos de fronteira e limites, procurando mostrar a necessidade de realizar esse esforço transdisciplinar, que atravesse as fronteiras do saber, do pensar e do viver contemporâneo. Seguidamente, e privilegiando alguns recortes temáticos, procuraremos incitar cinco autores de vários campos do saber, - autores que designamos por “provocadores” - , ao diálogo com a Educação. São intelectuais que trabalham temas da Filosofia (Michel Onfray), da História (Jack Goody), da Ciência Política (Domenico Losurdo) e da Sociologia (Zygmunt Bauman e Boaventura de Sousa Santos) na perspectiva de questionamento do pensamento hegemônico. Assim, ocorreu um duplo desafio: para o professor que, através de vários autores, desencadeou, provocativamente, reflexões que, em grande medida, se configuraram polêmicas, e para os estudantes com quem dialogou, almejando aprofundar, aceitar e/ou discordar de seus pontos de vista. Ficou claro que as zonas de fronteira podem/devem transformar-nos, e frequentemente o fazem, em analistas minuciosos dos sistemas de representação que sustentam nossas crenças, valores e dinâmicas relacionais. Nesse processo, esse analista minucioso em que nos transformamos, pode estabelecer conexões a comunidades de pertencimento imprevisíveis.
Para ler o texto completo de José de Sousa Miguel Lopes, apresentado no "I Congresso Latino Americano de Filosofia da Educação",  deverá seguir os seguintes passos:
1. Clique aqui
2. No Sumário,  localizar o eixo temático "Política e Educação”. Neste, localizar o título do artigo “Sobre o conceito de fronteiras: uma reflexão em torno do diálogo entre a filosofia e a política visando interrogar o pensamento hegemônico”.
3. Clique em cima do título artigo e imediatamente será  remetido para o próprio artigo (pág. 737 a 746).

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