Os 'Grundrisse': uma mina para ajudar a descortinar o século XXI. Entrevista com Ricardo Antunes
Para o sociólogo e professor da Unicamp, Ricardo Antunes, os textos de Marx ressurgem com força no momento atual por vários motivos. Um deles "é a crise profunda que o capitalismo e, em termos mais precisos, o sistema de capital se encontram hoje. E segundo, porque junto a essa crise, e tendo claras conexões com ela, surgem as lutas sociais ampliadas em várias parte do mundo, o que permite uma certa retomada positiva da obra de Marx”.
Ao analisar os Grundrisse, Antunes afirma, na entrevista que concedeu por telefone para a IHU On-Line, que Marx vai mostrar, em 1857-1858 (ano em que escreveu seus cadernos), "que se a ciência se desenvolvesse de modo livre, se o progresso tecnocientífico não fosse limitado, plasmado por relações sociais moldadas pelo capital, nós podíamos chegar a uma situação em que o trabalhador seria um simples vigia e supervisor do processo de produção. De tal modo que o trabalho seria cada vez menor, cada vez menos extenuante, cada vez mais autoconstituinte e, portanto, seria um trabalho cada vez mais livre, autônomo, autodeterminado”. E percebe que a obra é publicada no Brasil "talvez no melhor momento da conjuntura mundial das últimas décadas. Desde 1968 não tínhamos lutas sociais em escala global tão amplamente difundidas. Isso marca um cenário mundial muito rico para o século XXI”.
Leia a entrevista a Ricardo Antunes aqui
Ao analisar os Grundrisse, Antunes afirma, na entrevista que concedeu por telefone para a IHU On-Line, que Marx vai mostrar, em 1857-1858 (ano em que escreveu seus cadernos), "que se a ciência se desenvolvesse de modo livre, se o progresso tecnocientífico não fosse limitado, plasmado por relações sociais moldadas pelo capital, nós podíamos chegar a uma situação em que o trabalhador seria um simples vigia e supervisor do processo de produção. De tal modo que o trabalho seria cada vez menor, cada vez menos extenuante, cada vez mais autoconstituinte e, portanto, seria um trabalho cada vez mais livre, autônomo, autodeterminado”. E percebe que a obra é publicada no Brasil "talvez no melhor momento da conjuntura mundial das últimas décadas. Desde 1968 não tínhamos lutas sociais em escala global tão amplamente difundidas. Isso marca um cenário mundial muito rico para o século XXI”.
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