sexta-feira, 26 de abril de 2024

"Aquela cativa" - Luís de Camões






Aquela cativa

 




Aquela cativa


que me tem cativo,


porque nela vivo


já não quer que viva.


Eu nunca vi rosa


em suaves molhos,


que pera meus olhos


fosse mais fermosa.



 

Nem no campo flores,


nem no céu estrelas


me parecem belas


como os meus amores.


Rosto singular,


olhos sossegados,


pretos e cansados,


mas não de matar.



 

Uma graça viva,


que neles lhe mora,


pera ser senhora


de quem é cativa.


Pretos os cabelos,


onde o povo vão


perde opinião


que os louros são belos.



 

Pretidão de Amor,


tão doce a figura,


que a neve lhe jura


que trocara a cor.


Leda mansidão,


que o siso acompanha;


bem parece estranha,


mas bárbara não.



 

Presença serena


que a tormenta amansa;


nela, enfim, descansa


toda a minha pena.


Esta é a cativa


que me tem cativo.


E pois nela vivo,


é força que viva.



 

Luís de Camões



Para ter acesso ao mais recente livro de poesia "Nas sílabas do ventodo autor do blog clique aqui


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Fiz descoberta que ganhou o Nobel, mas foi meu chefe que levou prêmio


Álbum com inéditos de Johnny Cash verá finalmente a luz do dia: ouça aqui 'Well Alright', canção 'perdida' de 1993

 




O disco conterá gravações feitas pelo falecido músico ao longo de várias sessões, num estúdio em Nashville (EUA), em 1993. Estas mesmas gravações foram descobertas pelo filho de Johnny Cash, John Carter Cash, e conterão instrumentais novos cortesia da banda que o acompanhava. À altura, estas canções foram arquivadas após Cash se ter cruzado com o produtor Rick Rubin, com quem trabalhou na série de discos hoje conhecida como “American Recordings”.Songwriter” tem data de lançamento marcada para o dia 28 de junho e é precedido por ‘Well Alright’, o seu primeiro single. Ouça clicando aqui


Navegando pelo cinema





 'Guerra Civil' expõe os EUA como vencíveis




Estrelando Wagner Moura, o filme sinaliza que, mesmo repleta de armas militares pesadas, a narrativa revela-se o elemento mais mortal da história. Para ler o texto de Mirna Wabi-Sabi clique aqui

 






Dia dos Povos Indígenas: três filmes chegarão aos cinemas



O Dia dos Povos Indígenas celebra os saberes e contribuições dos povos originários na cultura brasileira. É também é uma data para reafirmar o combate frente às discriminações, preconceitos e violências. Criada originalmente em 1943, então como “Dia do Índio”, a celebração foi rebatizada em 2022 para exaltar a ancestralidade e luta dos indígenas, desde a colonização até desafios atuais, como o Marco Temporal. Para ler o texto completo clique aqui





Poesia e dores da Europa por duas grandes diretoras 



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HUMOR - Reparação histórica: Portugal pretende pagar Brasil com espelhinho e cobertor com varíola

 




Nos caminhos da arte

 






Por que os jovens andam lendo fantasia?




Leitores são atraídos pela capacidade do gênero de oferecer não só aventuras épicas em universos construídos, mas também pela possibilidade de explorar temas complexos como justiça, poder, diversidade e transformação pessoal sob novas perspectivas. Para ler o texto de Vilto Reis clique aqui









O fotógrafo japonês Ryosuke Kosuge capturou lindas fotos da vida cotidiana




Ryosuke Kosuge, profissionalmente conhecido como RK, é um maestro da fotografia baseado em Tóquio, conhecido pela sua excepcional capacidade de encapsular a rica tapeçaria da beleza e diversidade da Ásia. Com um desejo insaciável de viajar, ele embarca em viagens por países como Japão, Taiwan, China e Vietnã, imortalizando habilmente a arquitetura cativante, as paisagens urbanas movimentadas, a serenidade da natureza e os rostos cativantes das pessoas que chamam esses lugares de lar. Para ver algumas das suas fotos clique aqui







A sublime arte em vidro de Émile Gallé 




Émile Gallé (8 de maio de 1846 em Nancy - 23 de setembro de 1904 em Nancy) foi um artista e designer francês que trabalhou em vidro e é considerado um dos maiores inovadores do movimento Art Nouveau francês, no final do século 19, início do século 20. Trabalhou com vidros opacos e semitransparentes, ganhando fama internacional pelos motivos florais.  A principal temática de seus artefatos são flores e folhagens, realizadas em camadas sobrepostas de vidro, técnica por ele desenvolvida, trabalhando com maestria a opacidade e translucidez do material. Aprecie a arte desse gênio do vidro, das cores e das formas clicando aqui e aqui 


quinta-feira, 25 de abril de 2024

"A Voz do Povo é a Voz (Cravos de Portugal)" - Romério Rômulo

 




A Voz do Povo é a Voz (Cravos de Portugal)

 




Porque de nós, amplíssimo horizonte


vamos varrer a média combinada


na dura revisão de um desponte



Pelo fim já perdido em minha pele


pelo visgo do Senhor, sempre mais bruto


pelos aros do mundo que me abre



Pelo gosto da vida sempre tida


como toda manhã e todo braço


de um olho que abate cada noite



Eu me arranco daqui e sempre leve


vou passar nas estradas desta Minas


onde a pedra me cabe e me abraça



Onde o tempo fulcral, visto da luz


sempre diz ser a vida seca e dura


e que em toda manhã a vida cabe.



Romério Rômulo



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DOSSIÊ: 50 anos do 25 de Abril




O Legado de Abril, sempre


Passaram 50 anos desde 25 de Abril de 1974. O País mudou, entre lágrimas, risos, promessas e esperanças. Éramos menos, muito menos. Éramos pobres, e ainda somos, mas mais pobres. Não havia estradas, quanto menos auto, e os comboios ronceavam por montes e vales. Água, que não dos poços e das fontes, e saneamento para lá da latrina, ainda era um luxo para muitos. Uma côdea de pão e uma sardinha enganava a fome de inúmeros. Partíamos com uma mala de cartão e demandávamos franças e brasis. O campo lavrava-se de suor e o bafo do gado dormia com as almas e aquecia as casas. Os novos saiam da idade das fisgas para a idade da jorna, ou para o óleo das fábricas, os mais hábeis de mãos. Para ler o texto completo clique aqui




















Até quando crimes da pandemia continuarão impunes?

 




Deisy Ventura, autora de um importante estudo que mostrou a ação do governo Bolsonaro na disseminação da covid, defende mais rapidez na responsabilização pela mortes e sofrimento. Para ela, é hora de ir muito além de esforços simbólicos. Para ler sua entrevista clique aqui


Renato Dagnino: Tecnociência solidária e plataformização da sociedade


Eduardo Colombari: Fuga de cérebros: por que o interesse por cursos de mestrado e doutorado está caindo no Brasil?


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Victor Almeida Gama - Direitas católicas no Brasil: um projeto de longa duração


Luís Nassif: Como o dinheiro sai do SUS para os cofres da Globo


Ana Gabriela Sales - Pastor do PCC fica milionário lavando dinheiro com igreja: o elo entre o crime organizado e a política no Brasil


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