"The Punishing Kiss" - Manuel de Freitas
The Punishing Kiss
Ainda tenho nas mãos a lanterna
de Diógenes, a mesma que me
levou da Sé Velha até ninguém.
Beijaram-se muito, naquela escura taberna.
Eram novos, eram talvez de outra
cidade. Mas acreditavam excessivamente
na colisão do afeto — e por pouco
os não apedrejaram, alegando por exemplo
que é proibido o amor a quem manifeste
sintomas inequívocos de estar apaixonado.
Este país, de fato, é um cemitério sem saída.
Sentado ao seu lado, preferi a cobardia
e o silêncio. Há versos — já pensaram nisso? —
que podem demorar quase tanto como a morte.
Manuel
de Freitas
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