Reflexões sobre o tempo presente
Nesses
dias, simultaneamente, vimos as atrocidades do terrorismo do Hamas com o revide
exterminador do povo palestino pelo governo de Israel; o poderio econômico em
mais um "acidente" fatal no trânsito; e, a indignidade em usar o
corpo de um ser humano falecido para proveito financeiro...
Mas
o que tais fatos tem a ver entre si?
Gostaria
que nada houvesse em comum, todavia se alinham...
Vou
explicar através da Teoria-do-centésimo-macaco.
Ela
se baseia num experimento feito em duas ilhas A e B, nas quais viviam uma
espécie de macaco e que lhes foi oferecida batatas-doces pelos cientistas, afim
de os observarem na praia.
Certa vez, na ilha A um macaco começou a lavar a batata antes de ingeri-la, de um modo jamais feito.
A
partir daquele dia os outros macacos foram, pouco a pouco, assimilando a nova
técnica.
Quando
o centésimo (número hipotético) símio a realizou, observou-se que, concomitante, todos macacos da ilha B passaram também a fazê-lo, sem que
tivessem nenhum contato sequer com o primeiro.
O biólogo Rupert Shedrake deu o nome a essa teoria de Ressonância Mórfica, ou
seja, se hábitos repetitivos alcançam um determinado número de indivíduos numa
sociedade eles passam a ser incorporados à cultura dela (mesmo que não haja
contato direto entre todos).
Voltando
ao começo da conversa, realmente, não faço idéia de quantos judeus ou palestinos
precisarão ser trucidados, ou quantos motoristas trabalhadores deverão ser
massacrados por "filhinhos-da-mãe" com seus Porshes, ou, ainda,
quantos falecidos "tios Paulos" serão indignamente usados ...?
Não
sei qual nem quando será o "Centésimo-humano" para que essa barbárie
nos aflija a todos, não como uma Ressonância Mórfica mas Mórbida...
A
teoria da evolução não tem mais respostas para a nossa sobrevivência. Adquirimos
consciência para sairmos das cavernas e vivermos como sociedade mas, estamos
vendo uma inconsciência coletiva (que me perdoe Carl Jung) em todos seus
aspectos, nos individualizar egoisticamente numa involução de nossa espécie.
O
que fazer diante de tudo isso?
O
que a própria teoria nos convida. Quer seja por intuição, bom-senso, inspiração
divina (ou o nome que quisermos dar) encontrarmos uma maneira diferente de
respeitar a alteridade, de exercer o poder para poder servir, de respeitar a
vida humana na sua essência, ou simplesmente "lavar a batata" de uma
maneira diferente...
Felipe Nogueira
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