domingo, 30 de setembro de 2012

STING - Desert Rose

Sting - cantor, compositor, ator, ativista - ganhou aclamação universal em todos esses papéis, mas ele desafia a rotulagem fácil. Ele é melhor descrito como um aventureiro, um tomador de risco. Como ele mesmo disse, "Eu amo me colocar em situações novas. Eu não tenho medo de ser um novato."
No vídeo Sting faz dueto com o cantor argelino Cheb Mami na canção “Desert Rose”.
Veja o vídeo aqui

sábado, 29 de setembro de 2012

CARL SAGAN: A arte refinada de detectar mentiras

Meus pais morreram há anos. Eu era muito ligado a eles. Ainda sinto uma saudade terrível. Sei que sempre sentirei. Desejo acreditar que sua essência, suas personalidades, o que eu tanto amava neles, ainda existe — real e verdadeiramente — em algum lugar. Não pediria muito, apenas cinco ou dez minutos por ano, para lhes contar sobre os netos, pô-las ao corrente das últimas novidades, lembrar-lhes que eu os amo. Uma parte minha — por mais infantil que pareça — se pergunta como é que estarão. “Está tudo bem?”, desejo perguntar. As últimas palavras que me vi dizendo a meu pai, na hora de sua morte, foram: “Tome cuidado”.
Às vezes sonho que estou falando com meus pais, e de repente — ainda imerso na elaboração do sonho — sou tomado pela consciência esmagadora de que eles não morreram de verdade, de que tudo não passou de um erro horrível. Ora, ali estão eles, vivos e bem de saúde, meu pai fazendo piadas inteligentes, minha mãe muito séria me aconselhando a usar uma manta porque está frio. Quando acordo, passo de novo por um processo abreviado de luto. Evidentemente, existe algo dentro de mim que está pronto a acreditar na vida após a morte. E que não está nem um pouco interessado em saber se há alguma evidência séria que confirme tal coisa.
Por isso, não rio da mulher que visita o túmulo do marido e conversa com ele de vez em quando, talvez no aniversário de sua morte. Não é difícil de compreender. E se tenho dificuldades com o status ontológico daquele com que ela está falando, não faz mal. Não é isso que importa. O que importa é que os seres humanos são humanos. Mais de um terço dos adultos norte-americanos acreditam que em algum nível estabeleceram contato com os mortos. O número parece ter dado um pulo de 15% entre 1977 e 1988. Um quarto dos norte-americanos acredita em reencarnação.
Para ler o texto completo de Carl Sagan clique aqui

Os mistérios do Partido Comunista Chinês

O ano de 2012 vai, então, ver uma das maiores mudanças de dirigentes jamais operada num país que se diz comunista. Dos nove membros do Comitê Permanente do Escritório Político (CPEP),1 o coração do povo chinês, sete serão substituídos; 60% a 65% dos titulares das cadeiras do Comitê Central deverão também ceder seu lugar. Sob quais critérios serão designados os promovidos? Boca de siri. Lembrando o clima do tempo da Cidade Proibida, a sucessão no seio do PCC se prepara no maior segredo, empregando obscuros jogos de poder, intrigas maquiavélicas, alianças e golpes baixos.
Para ler o artigo completo de Martine Bulard clique aqui

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Manifesto «Lusofóbico», crítica da identidade cultural «lusófona» em Cabo Verde

É a persistência da branquitude, aplicada à produção de conhecimentos em Cabo Verde, que provoca simultaneamente a insipiência e invisibilidade desta, consubstanciando-se no que Quijano (2002) apelida de «colonialidade do saber» ou seja, esta colonialidade é um dos mecanismos pela qual, concretamente, a suposta identidade cultural lusófona é imposta, consumida e reproduzida pela incipiente academia sendo que no imaginário social esta mentalidade colonial é expressa de várias formas, e o caso cabo-verdiano não é o único. Apontamos o caso da Martinica, nas chamadas Antilhas francesas das Caraíbas, considerada uma sociedade crioula por excelência tal como a cabo- verdiana, sobre a qual, em 1957, Frantz Fanon, na sua obra Pele Negra, Máscaras Brancas, diz o seguinte a respeito dos emigrados antilhanos da elite:
É assim um desembarcado. Já não compreende o dialecto, fala da Ópera, que talvez só de longe tenha avistado, mas sobretudo adopta uma atitude crítica a respeito dos seus compatriotas. Diante do menor acontecimento comporta-se de modo original. É aquele que sabe. Revela-se pela sua linguagem (Fanon; 1975: 38).
Se se citar esta frase perante uma plateia de cabo-verdianos, ela pode não aparecer muito estranha pela seguinte razão: Parece que o Fanon está a falar dos «desembarcados» cabo-verdianos, e estes, como facilmente se infere, são os imigrantes, principalmente, neste caso, os que se fizeram a sua formação intelectual na ex-metrópole ou na diáspora. Nós admitimos que após a leitura inicial dessa frase pensamos: «ele parece que está a falar de mim, quando terminei a licenciatura». E somos conscientes de que ainda hoje essa arrogância eurocêntrica emerge pelos poros da nossa produção académica como se nota, por exemplo, na escrita e linguagem complicada, ou codificada, que para além de uma parte do mundo académico do Norte Global, é infelizmente inteligível, incompreensível ou pouco interessa à maioria das populações.
Para ler o texto completo de Odair Bartolomeu Varela clique aqui

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Chile investiga possível assassinato de Neruda

Uma coincidência de datas leva o Sul21 a novamente deslocar seu foco para o Chile. Afinal, uma semana após o inequívoco assassinato de Víctor Jara, houve uma estranha morte: a do poeta, diplomata e comunista Pablo Neruda. A insistência de Manuel Araya, antigo motorista do escritor, em afirmar que o poeta foi assassinado por agentes do regime, levou a Suprema Corte chilena a investigar, ainda sem resultados, a morte do Prêmio Nobel de Literatura de 1971, também nos primeiros dias da ditadura de Pinochet. No livro Sombras sobre Isla Negra, la misteriosa muerte de Pablo Neruda (2012), o jornalista espanhol Mario Amorós dá um panorama bastante amplo sobre as dúvidas que cercam a morte do grande poeta.
Para ler o texto completo de Milton Ribeiro clique aqui

O que aconteceu com a Esquerda?

Uma análise crítica toca em uma ferida aberta: em quais campos a esquerda se saiu vitoriosa? Onde ela perdeu suas principais batalhas? O que resta dela no momento atual?
Para ler o artigo completo de Renato Janine Ribeiro clique aqui

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O apartheid na África do Sul não morreu

O assassínio de 34 mineiros pela polícia sul-africana, a maioria atingida pelas costas, acaba com a ilusão da democracia pós-apartheid e revela o novo apartheid mundial do qual a África do Sul é modelo tanto histórico como contemporâneo.
Para ler o artigo completo de John Pilger clique aqui

"LABOR PERFEITO" - Maria Teresa Horta


LABOR PERFEITO

 
Foi um tempo de júbilo

E de labor perfeito, um tempo

De amainar desassossegos

 
De tomarmos nos braços

Inquietos, luz e beleza

E desatar o cerro

 
Foi um tempo de avidez

E desmesura

De paixão febril até ao fundo

 
Um tempo sequioso

Insaciado, parecendo

Ter passado num segundo

 
Foi um tempo de alento

E agasalho, de versos e amor

À sombra do seu muro

 
 Maria Teresa Horta

 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ENTREVISTA/RICARDO ABRAMOVAY: O modo pós-capitalista de estar no mundo

Num momento em que a humanidade debate-se diante de novos impasses – agora provocados pela crença absoluta na razão, pela exploração da natureza sem limites e por um sistema econômico que subordina todas as relações sociais ao dinheiro e ao lucro –, Ricardo Abramovay sustenta que a saída já existe. Ela está presente em valores e lógicas que, embora contra-hegemônicos, são adotados por um número expressivo de pessoas e se alastram de forma crescente pelas próprias relações de produção.
Não se trata, esclarece o entrevistado, de um retorno ao “socialismo real”. Ninguém mais defende o controle direto, pelos Estados, dos meios de produção e das decisões sobre o que produzir e como trocar. A crítica e a alternativa são de outra natureza. Provavelmente, muito mais profundas, porque questionam as relações sociais e simbólicas associadas ao sistema – não apenas o grupo ou classe social que está em seu comando.
Abramovay – que acaba de lançar um novo livro, “Muito além da Economia Verde“ [ler resenha] – aponta exemplos concretos. Vão ficando para trás as noções que associavam sucesso pessoal ao acúmulo de bens materiais. Um dos focos desta superação é o automóvel, mercadoria-símbolo do capitalismo. De que vale possuí-lo, se ele já não oferece mobilidade alguma, nos centros urbanos? Na desconstrução de seu fetiche, emergem reivindicações como o direito à cidade, ou o transporte coletivo de qualidade; e mesmo a valorização da bicicleta e das caminhadas, há pouco desqualificadas como arcaicas.
Coloca-se em xeque a competição, um valor central na lógica dominante. Cultiva-se a colaboração e o cooperativismo – que, graças à internet, já não estão presos ao território, à família e ao local. Pratica-se o trabalho compartilhado a distância: por exemplo, nas comunidades de software livre. Seus integrantes não pensam em restringir o uso dos conhecimentos que desenvolvem. Sabem que ele se enriquecerá cada vez mais, enquanto for compartilhado. Por isso, preferem mantê-lo aberto e disponível aos demais. E este modo de agir, que produz resultados notáveis, é acatado e contratado por grandes empresas do setor, como IBM e Google.
A estas práticas, corresponde uma nova visão de democracia – que vai muito além do voto, do partido ou da representação. Busca-se participar permanentemente da vida pública: em movimentos, redes e ONGs voltados a todos os tipos de causas. Exige-se das empresas padrões de comportamento adequados a objetivos sociais. Questiona-se seu suposto “direito” de buscar apenas resultados econômicos.
Onde chegará este questionamento, que coloca em xeque os próprios valores do sistema? Abramovay não está preocupado com rótulos. Como o Galileu de Brecht, enxerga que “o tempo antigo acabou, e começou um novo”. Quer valorizar um outro modo de estar no mundo; criar condições para que se propague, demonstrando como são obsoletas as velhas relações – mas também possível e indispensável a mudança.
Leia a entrevista de Ricardo Abramovay aqui

ENTREVISTA / WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS: “Mensalão será um julgamento de exceção"

O mensalão não tem nada de emblemático – ao contrário disso, será um julgamento de exceção. Essas são as palavras do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, para quem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm construído um discurso paralelo ao longo das sessões que destoa da tradição da Corte. “Nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça”, afirma.
As inovações citadas por Santos sustentam sua crença na exceção. Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, autarquia do Ministério da Cultura, o estudioso da democracia e de regimes autoritários é considerado um decano da ciência política no Brasil.
Os principais trechos da entrevista podem ser lidos aqui
Sobre o mesmo tema pode ler outra entrevista de Wanderley Guilherme dos Santos aqui

ENTREVISTA / ROGÉRIO MENEGHINI: Scielo: é hora de mudança

Há 15 anos, o bioquímico Rogério Meneghini e seu colega Abel Packer criaram o Scielo(Scientific Electronic Library Online), indexador de periódicos científicos que deu abrigo a centenas de publicações nacionais de acesso aberto, que antes ficavam dispersas e invisíveis à comunidade científica em geral. Hoje, o projeto reúne e dá selo de qualidade a 1.087 periódicos nacionais e internacionais e tem seu modelo adotado em outros 12 países. Muitos pesquisadores são da opinião de que a iniciativa foi fundamental para fortalecer e dar mais visibilidade para a pesquisa feita no Brasil.
Mas, passados os anos e as conquistas citadas, os periódicos nacionais continuam sendo a segunda opção de publicação dos pesquisadores que querem ver seus trabalhos lidos e citados. Mesmo os periódicos nacionais de maior visibilidade têm número de citações de seus artigos e fator de impacto (índice que mede a relevância das revistas) muito inferiores aos das publicações de áreas correspondentes de países desenvolvidos. Em entrevista à CH On-line concedida durante o Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, Rogério Meneghini comenta essas questões e expõe sua visão sobre o cenário atual dos periódicos brasileiros.
Para ler a entrevista com Rogério Meneghini clique aqui

"Diadorim" - Juarez Maciel e Grupo Muda


Criado há onze anos pelo músico e compositor Juarez Maciel, o Grupo Muda vem mostrando o seu trabalho regularmente em teatros e espaços culturais, em diversos locais do Brasil. Neste período o grupo gravou já gravou cinco CDs (Casa [1999], Desenho [2000], Objeto Sonoro [2005] e Planos [2006]), Jazzidas [2011] com a participação especial do músico Paulo Sérgio Santos, integrante do, também mineiro, Uakti.
O grupo trabalha com texturas da música popular num ambiente camerístico contemporâneo, produzindo uma música contemplativa, com sotaque mineiro, mas universal ao mesmo tempo. Os arranjos, todos feitos por Juarez Maciel, são delicados e minimalistas, e exploram os timbres e a sonoridade particular de cada instrumento.
Veja a interpretação de "Diadorim" no vídeo aqui

LEITURA DIGITAL: Biblioteca fica ao alcance de um clique

Se você nasceu antes da década de 90, suas pesquisas escolares não devem ter fugido muito desta rotina: o professor anunciava o tema – podia ser mitocôndrias, guerras púnicas ou triângulos equiláteros, não importava muito – e imediatamente tinha início uma corrida à biblioteca da escola. Se você não era o felizardo a chegar primeiro – e você nunca era –, o caminho era buscar as bibliotecas públicas. Era preciso procurar o título nas fichinhas em papel datilografadas, pedir o livro ao bibliotecário, torcer para a obra estar disponível e em bom estado, para só então começar a pesquisar para valer. Aí era encarar a fila para tirar xerox da parte que mais importava, ou copiar os trechos à mão.
A internet mudou tudo isso. Hoje, com um clique e sem sair de casa, é possível ter acesso a informações que antes levavam dias para obter. A oferta de livros eletrônicos para computadores, tablets e smartphones cresce rapidamente e na internet não faltam links para arquivos gratuitos de títulos de domínio público, que podem ser copiados ou impressos livremente. O que não mudou é o desejo humano de guardar todo o conhecimento disponível – ou, pelo menos, o que for possível disso – em um único lugar: a biblioteca.
Para ler o texto completo de Gustavo Brigatto e João Luiz Rosa clique aqui

BRASIL: Outros valores, além do frenesi de consumo

Preferiria começar por uma desgeneralização: vejo a sociedade brasileira como profundamente dividida no que concerne à sua visão do país e do futuro. A ideia de que existe um Brasil, no sentido não-trivial das ideias de unidade e de brasilidade, parece-me uma ilusão politicamente conveniente (sobretudo para os dominantes) mas antropologicamente equivocada. Existem no mínimo dois, e, a meu ver, bem mais Brasis. O conceito geopolítico de Estado-nação unificado não é descritivo, mas prescritivo. Há fraturas profunda na sociedade brasileira. Há setores da população com uma vocação conservadora imensa; eles não integram necessariamente uma classe específica, embora as chamadas “classes médias”, ascendentes ou descendentes, estejam bem representadas ali. Grande parte da chamada sociedade brasileira — a maioria, infelizmente, temo — se sentiria muito satisfeita sob um regime autoritário, sobretudo se conduzido mediaticamente pela autoridade paternal de uma personalidade forte. Mas isso é uma daquelas coisas que a minoria libertária que existe no país, ou mesmo uma certa medioria “progressista”, prefere manter envolta em um silêncio embaraçado. Repete-se a todo e a qualquer propósito que o povo brasileiro é democrático, “cordial”, amante da liberdade, da igualdade e da fraternidade – o que me parece uma ilusão muito perigosa. É assim que vejo a “participação política do povo brasileiro”: fraturada, dividida, polarizada, uma polarização que não está necessariamente em harmonia com as divisões politicas oficiais (partidos etc.). O Brasil permanece uma sociedade visceralmente escravocrata, renitentemente racista, e moralmente covarde. Enquanto não acertarmos contas com esse inconsciente, não iremos “para a frente”. Em outros momentos, é claro, soluços insurreicionais esporádicos, e uma certa indiferença pragmática em relação aos poderes constituídos, que se testemunha sobretudo entre os mais pobres, ou os mais alheios ao teatro montado pelo andar de cima, inspiram modestas utopias e moderados otimismos por parte daqueles que a historia colocou na confortável posição de “pensar o Brasil”. Nós, em suma.
Para ler a entrevista completa do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro clique aqui

domingo, 23 de setembro de 2012

O Angolês, uma maneira angolana de falar português

A linguagem é a capacidade específica da espécie humana de comunicar ideias ou sentimentos (só a espécie humana é que possui ideias e sentimentos) através de um sistema de signos convencionais (Se não fossem convencionais esses signos, cada indivíduo – imagine-se - falaria e escreveria como bem entendesse, constituindo, deste modo, uma autêntica ambiguidade linguística e correndo o risco de não ser apreendida a mensagem que pretendesse transmitir, não se operando, deste modo, o comunicar que é “transmitir uma mensagem através da utilização de um código e dentro de um certo quadro situacional”( FIGUEREIREDO s/d.: 10). Esse sistema, quando utilizado por um grupo singular ou por uma comunidade determinada, constitui aquilo a que chamamos de língua, entendida, então, como um sistema de signos vocais utilizados por um determinado grupo social para operar a comunicação ou o “conjunto de palavras e de expressões próprias de um povo (…)(SOBRINHO, 2000, 55). É através da língua que as ideias, os conceitos, as emoções, os sentimentos se coisificam.
Para ler o artigo completo de Francisco Kulikolelwa Edmundo clique aqui

sábado, 22 de setembro de 2012

Traçando a complicada história da origem humana

Para os cientistas que estudam a origem do Homo sapiens, a pesquisa avança em três frentes. Fósseis de ossos expõem alterações anatômicas, a genética mostra a cronologia e o lugar da "Eva" dos humanos modernos e a arqueologia revela artefatos antigos que refletem o pensamento abstrato e criativo e uma crescente autoconsciência.
O paleoantropólogo britânico Chris Stringer é uma autoridade na evolução humana. Stringer, 64, é antropólogo do Museu de História Natural de Londres e membro da Royal Society.
Trechos da sua entrevista podem ser lidos aqui

O cinema africano ao norte e ao sul do Saara

A experiência africana: a situação pós-colonialO cinema africano é fundamentalmente uma atividade e uma experiência póscolonial.
E em nenhum outro lugar isso é mais evidente do que nas duas áreas geográficas contíguas, mas de colonização variada, abordadas neste artigo. A primeira área compreende os países norte-africanos que formam o Magreb: Tunísia e Marrocos, que se tornaram independentes em 1956; e Argélia, cuja independência só foi obtida depois de uma longa e sangrenta guerra de libertação em 1962. A segunda área compreende os países ao sul do Saara formados por duas colônias gigantes da África ocidental francesa e da África equatorial francesa. Divididas no processo de independência em 12 países que hoje são conhecidos como Benin (antigo Daomé), Costa do Marfim, Guiné, Senegal, Mali, Mauritânia, Níger, Burkina Fasso (antigo Alto Volta), Chade, República Centro-Africana, Gabão e Congo. A essa lista podemos acrescentar os dois países africanos ocidentais, ex-colônias alemãs que se tornaram protetorados franceses após a Primeira Guerra Mundial: Togo e Camarões. A independência foi concedida a esses dois países em 1960, juntamente com os outros Estados africanos ocidentais com exceção da Guiné Equatorial, que havia proclamado independência em 1958. Juntas, as duas áreas contíguas ao norte e ao sul do Saara compõem um território de quase 11 milhões de quilômetros quadrados (aproximadamente 16,5 por cento maior que os Estados Unidos). Cerca de um terço dessa área (3,2 milhões de quilômetros quadrados) localiza-se no Magreb e pouco mais de dois terços (7,7 milhões de quilômetros quadrados) encontram-se no sul. O território estende-se do Mediterrâneo às margens do Congo e da costa atlântica do Senegal à fronteira do Sudão. Essa imensa área abriga cerca de 175 milhões de pessoas – 65 milhões no Magreb e 110 milhões ao sul.
Para ler o artigo completo de Roy Armes clique aqui
Para ler a 2a parte do artigo de Roy Armes clique aqui
Para ler a 3a parte do artigo de Roy Armes clique aqui

O horror da guerra na Líbia, segundo fotógrafo brasileiro




O paulista de Botucatu André Liohn é um homem corajoso. Aos 39 anos, ele ganhou o prêmio Robert Capa de 2011 por sua cobertura da guerra civil na Líbia, onde o embaixador americano Christopher Stevens e mais três diplomatas foram mortos por extremistas muçulmanos. Foi o primeiro sul-americano a obter a honraria em 57 anos. O prêmio é dado para fotos de conflitos. André é correspondente de guerra há mais de dez anos e já esteve na Somália e na Síria. Faz free lances para redes como CNN, a revista Newsweek e a ONG Human Rights Watch. Doze de suas imagens foram premiadas, todas elas em Misrata, a cidade mais devastada pela guerra, que ficou dois meses sitiada pelas tropas do ditador Muamar Khadafi.
Para ler o artigo completo de Kiko Nogueira, clique aqui
Para ler a entrevista ao programa Roda Viva clique aqui

Educação: a “prioridade nacional” e o discurso cínico

Diversos veículos da grande imprensa têm pecado pela fragilidade de argumentos no debate educacional brasileiro. Tirando algumas exceções, a maioria tem trazido simplificações equivocadas e discursos cínicos. O aspecto mais preocupante do fenômeno é o grave abandono do bom senso e da ulterior agenda dos direitos, como o direito a uma escola pública digna para se estudar. A opinião pública, a cada dia, vai se acostumando com uma agenda educacional medíocre, definida por termos que pouco ou nada dizem, como “expectativas de aprendizagem”, “exposição do aluno à aprendizagem” e outros disparates das mesmas e infelizes fontes terminológicas.
Para ler o artigo completo de Daniel Cara clique aqui

terça-feira, 18 de setembro de 2012

MÍDIA & EDUCAÇÃO: Da Idade Média à Idade Mídia


Quem chegou aos 50 anos idade, como eu, mantém um pé na Idade Média e outro na Idade Mídia. Da Idade Média (não me refiro ao período medieval propriamente dito, mas ao passado como um todo), ainda guardo o gosto pela leitura linear, palavra por palavra. Na Idade Mídia, sou um escaneador de carne e osso, plugado, conectado, interligado.
Não podemos ensinar ou trabalhar de costas para a sociedade digital, que atrai e congrega um número cada vez maior de habitantes. Mas também seria empobrecedor descartar o que aprendemos, deletar da memória os espíritos antigos, cujas vozes foram registradas em papel com lágrimas, com sangue... ou com caneta-tinteiro.
Por mais fascinantes que sejam os avanços “midievais”, tenhamos em mente que tais conquistas ainda não chegaram à vida de milhões de pessoas no planeta. Ainda há gente no mundo que mais necessita de acesso à água potável do que a um site.
Para ler o artigo completo de Gabriel Perissé clique aqui

LEI DE COTAS: Um passo gigantesco da educação brasileira

O assunto é de extrema importância, mas talvez tenha sido ofuscado pelo julgamento da Ação Penal 470, o famigerado “mensalão”, pela CPI do Cachoeira, pela greve dos servidores federais, pelas eleições municipais ou, ainda, pela novela global. Na verdade, o que tem saído na imprensa burguesa sobre a Lei de Cotas são sempre críticas, desaforos e inconformismos de representantes atuais da Casa Grande, em total descompasso com os anseios da Senzala.
A mídia empresarial brasileira, endossada pela elite conservadora e por boa parte da classe média “metida a rica”, vomitou ferozmente todo o seu racismo e preconceito social após Dilma Rousseff sancionar a Lei de Cotas. “Vai piorar o ensino superior público brasileiro”; “acabou a meritocracia como critério de seleção nas universidades”; “o problema não é a universidade, mas o ensino de base”; “é um tiro no pé, pois só vai aumentar o racismo e o preconceito contra alunos de escola pública”, entre outros, foram alguns dos argumentos tacanhos reiteradamente explorados pelos arautos defensores da educação de privilégios travestidos de jornalistas e analistas políticos.
Para ler texto completo de Artur Pires clique aqui

domingo, 16 de setembro de 2012

"Um Dia na Terra" - documentário de 104 minutos sobre a humanidade




 
O cineasta Kyle Ruddick criou o movimento ‘Um Dia na Terra’ e convidou pessoas anónimas do mundo todo a filmarem, no mesmo dia, em todos os países do mundo, um pequeno vídeo de algo que significasse muito para elas, que mostrasse um pedaço importante de suas histórias.
A ideia foi uma explosão: mais de 19 mil pessoas participaram. Do mundo inteiro, depoimentos foram enviados em mais de 70 línguas diferentes, contando experiências de vida. A iniciativa foi apoiada pelas Organizações das Nações Unidas, que ajudaram levando câmeras para os seus 95 escritórios espalhados pelo planeta, possibilitando o acesso de pessoas que não teriam, até então, como participar.
“Eu espero que as pessoas, ao assistirem, se sintam interconectadas e entendam que o mundo é esse lugar lindo e enorme, que nós precisamos tomar conta”, declarou o diretor Ruddick.
Coube a Brandon Litman escolher e editar todo este material.
O filme apresenta uma visão “real” sobre o mundo em que vivemos, focando-se nas similaridades e nas diferenças que existem entre os vários países. Deste filme pode-se realçar a forma como demonstra que, apesar de sermos diferentes, de termos acesso a recursos diferentes, temos também muitas semelhanças, mais do que muitas vezes pensamos.
O longa-metragem é considerado o primeiro a ser filmado em todos os países. Para levar o resultado para todos que participaram, os produtores do filme estão desenvolvendo uma plataforma chamada Tugg, que permite que pessoas de qualquer cidade do mundo solicitem que o filme seja exibido em seus teatros locais.
Para ver o documentário clique aqui

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O desastrado “ranking universitário” da Folha de S.Paulo

Há uma máxima que aprendi com os computeiros quando ainda era estudante: GIGO: Garbage In, Garbage Out, ou Entra Lixo, Sai Lixo. É um trocadilho com FIFO (First In, First Out, ou Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair), uma estratégia usada no gerenciamento de estruturas de dados. GIGO pode ser entendido como dados errados invariavelmente levam a conclusões equivocadas.
O universo acadêmico brasileiro começou a semana passada com uma notícia bomba: a divulgação do Ranking Universitário da Folha, o RUF. A exemplo do Times, que publica um dos mais respeitados rankings mundiais de universidades, a Folha de São Paulo decidiu fazer um ranking independente das avaliações oficiais feitas pelo INEP. Uma iniciativa desse tipo só merece elogios e tenho certeza que no futuro será uma referência fundamental. Até o ministro da Educação, responsável pela avaliação oficial, elogiou a iniciativa. Rankings universitários consistem num assunto polêmico sobre o qual não quero me alongar agora (talvez no futuro).
Para ler o texto completo de Leandro Tessler clique aqui

Educação e docência: diversidade, gênero e sexualidade

Este trabalho não é apenas teórico, mas é também político. As questões em torno dos gêneros e das sexualidades não envolvem apenas conhecimento ou informação, mas envolvem valores e um posicionamento político diante da multiplicidade de formas de viver e de ser. Como a escola tem lidado com tudo isso? Como nós, professoras e professores, nos vemos diante dessas questões? Quais são nossos pontos de apoio e onde se encontram nossas fragilidades e receios?
Para ler o texto completo de Guacira Lopes Louro clique aqui

REEDUCAÇÃO DE MULHERES, entrevista a Licínio Azevedo sobre o filme 'Virgem Margarida'

Em finais 1975, prostitutas de norte a sul de Moçambique foram levadas para centros de reeducação na convicção de que, através de muita disciplina e trabalhos forçados impostos por militares da pureza revolucionária, corrigissem a “má vida” e se transformassem na “mulher nova” socialista. Mas um equívoco destabiliza as mulheres rusgadas na boémia da rua Araújo em Maputo: Margarida, que nunca esteve com homem, seria igualmente levada. Todas se unem contra a opressão machista e põem a nu as injustiças da “Operação Produção”. Estreou dia 9 no Festival de Cinema de Toronto, e passará por Londres, Rio, Amiens, Córdoba e Dubai antes de brindar as salas portuguesas. Licínio Azevedo, realizador brasileiro radicado há quase 40 anos em Moçambique, conta-nos da sua admiração por estas mulheres e das peripécias de um filme que traz a lume um episódio negro do período pós-independência, quando o governo da Frelimo quis reeducar milhares de “anti-sociais”, dissidentes intelectuais, Jeovás, homossexuais, crimininosos, mães solteiras e prostitutas, fazendo-os desaparecer misteriorsamente para lugares recônditos de antigas bases da guerrilha, em pleno mato, onde muitos sucumbiram aos castigos e maus tratos. Em 1981 Samora Machel inicia a suspensão do processo reeducativo. Que aconteceu aos reeducados?
Para ler a entrevista de Licínio Azevedo clique aqui

Filme de animação "Vida Maria"


“Vida Maria” é um curta-metragem em 3D, lançado no ano de 2006, produzido pelo animador gráfico Márcio Ramos, que venceu inúmeros festivais nacionais e internacionais no ano de seu lançamento. Com apenas nove minutos de exibição, o curta denuncia a ausência de escolarização e as condições precárias de vida de várias gerações de mulheres do sertão cearense. A animação acompanha a rotina da personagem “Maria José”, uma menina que se diverte aprendendo a escrever o nome, mas que é obrigada pela mãe a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos. “Maria José” é apenas mais uma Maria que deixou de lado os estudos e se dedicou à casa, ao marido e aos filhos, vivendo em estado de auto-anulação, onde sua vontade e seus sonhos não ultrapassam a cerca da casa onde vive. O filme de Márcio Ramos explora as limitações e a falta de perspectiva que essas mulheres enfrentam durante toda a sua vida, se repetindo por diversas gerações. Mais que isso, “Vida Maria” transborda os limites do sertão, aproximando-se também das mulheres pobres urbanas, que da mesma forma que “Maria José” vivem a mercê do marido, cuidando da casa e dos filhos. Não é possível deixar de comparar a animação “Vida Maria’ com a obra literária do renomado autor pernambucano João Cabral de Melo Neto e o seu belíssimo “Morte e Vida Severina”. Onde as vidas severinas e marias se entrecruzam em vários e tristes aspectos. Pelo ponto de vista técnico, observa-se que o curta atende as expectativas do público, pois traz o máximo de realidade que uma animação pode trazer para uma tela. É possível notar a aridez do sertão nos momentos que a personagem vaga pelo quintal e também sentir o calor quando “Maria José” olha o sol escaldante do seu quintal. Márcio Ramos conseguiu fazer uma obra prima brasileira com o seu excelente e premiadíssimo “Vida Maria”. Um filme que merece ser visto e discutido por nordestinos, brasileiros e pessoas do mundo inteiro.

Claudia Maria Alves Henriques

Veja o filme de Márcio Ramos clicando aqui

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Fernando Pessoa anuncia fusão de heterônimos

LISBOA – Em pronunciamento que pegou de surpresa o mercado editorial, o poeta e investidor Fernando Pessoa anunciou ontem a fusão dos seus heterônimos. Com o enxugamento, as marcas Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro passam a fazer parte da holding Fernando Pessoa S.A. “É uma reengenharia”, explicou o assessor e empresário Mario Sá Carneiro, acrescentando que “de uns tempos para cá ficou claro que era preciso fazer um streamlining na nossa operação se quiséssemos sobreviver num ambiente poético cada vez mais competitivo.” Pessoa confessou que a decisão foi tomada “de coração pesado”, mas o seu CFO não lhe deu alternativas. “Drummond sempre foi um só. A operação dele é enxutinha. Como competir?”, indagou. O poeta chegou a pensar em terceirizar os heterônimos através de um call-center em Goa, mas questões de gramática e semântica acabaram inviabilizando as negociações. “Eles não usam mesóclise”, explicou Pessoa.
Para ler o texto completo clique aqui

FETICHES & SOCIEDADE: Para uma mídia dos não-aliados

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No âmbito do marxismo, fetichismo é o nome comum de um procedimento mágico e obscurantista, no qual e através do qual o inanimado, a mercadoria, adquire alma, autonomia, subjetividade, de modo a tornar-se mais humano que e humano, mais Deus que Deus, num contexto social e produtivo, o do capitalismo, em que a forma mercadoria determina religiosamente as formas de ser e de estar, no mundo, por se constituir como a encarnação da forma dinheiro, fetiche dos fetiches.

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No primeiro tomo de O capital, Karl Marx desenvolve o conceito de fetiche da mercadoria, tendo em vista o contexto de um mundo tomado pela seguinte fórmula: D – M – D, onde D significa dinheiro, M, mercadoria. Existe fetiche da mercadoria porque antes de tudo o dinheiro se constitui como a mercadoria-mor, de modo que toda mercadoria é tanto mais valorizada ou sobre-humanizada quanto mais, como forma mercadoria, torna-se a encarnação a um tempo objetiva e subjetiva do dinheiro, como forma abstrata da mercadoria, tal que esta é fetiche porque, nela, importa não o seu valor de uso, mas seu valor de troca, entendido como valor que gera mais valor ou dinheiro que gera mais dinheiro, sempre através de uma operação mágica, a impor-se sobre todos os limites, como os dos recursos da Terra, tendo em vista a crença de que a metamorfose do valor em mais valor não tem fim; é inesgotável, como infinito é o teto do déficit da dívida dos Estados Unidos, para o qual o céu é o ilimitado limite imposto contra a limitada Terra e seus habitantes.

Para ler o texto completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

RANKING UNIVERSITÁRIO FOLHA: O método, os alhos e os bugalhos

O jornal Folha de S.Paulo divulgou na segunda-feira (3/9/2012), um ranqueamento inédito: trata-se de uma listagem hierarquizada que leva em consideração unicamente as universidades brasileiras, ao modo do que se faz no exterior já há muito.
Para a organização dessa listagem foram criados critérios, como não poderia deixar de ser. Pois bem: e é neste ponto que geralmente tanto a listagem tupiniquim proposta, quanto as do exterior, recebem as mais variadas críticas de todos os lados.
De fato, o ato de classificar não é tarefa das mais fáceis em nenhum lugar: sempre se corre o risco da parcialidade, de ser tendencioso e injusto, a depender dos critérios adotados. Mesmo assim, jornalistas e suas instituições de abrigo costumam demonstrar certo afã por hierarquizações: vira e mexe surgem ranqueamentos dos mais variados, os chamados top ten. Há desde músicos de rock and roll, intelectuais franceses, “influentes”, e até ricaços globalizados organizados segundo a mesma lógica, a lógica dos “dez mais”.
Se em algumas vezes a curiosidade dos leitores médios de jornal pode ser saciada sem maiores problemas por meio desses indicadores de fins de semana, em outras, há fatores mais complexos implicados, fatores estes que merecem cuidadosa revisão e debate por parte de acadêmicos e demais especialistas antes de virem a público, dadas as injunções específicas daquilo que se tenta mesurar.
É o caso, a meu ver, da proposta de ranqueamento de universidades, instituições cujas lógicas próprias de organização, funcionamento, inserção e relevância sociais ultrapassam, e muito, uma listagem feita sem a participação ativa de diversos acadêmicos, pensadores, pesquisadores e especialistas em educação superior, como pedagogos, cientistas sociais, historiadores etc.
É o caso, por extensão, do ranqueamento proposto pela Folha, em que apenas o grupo liderado por um bioquímico da USP, em conjunto com a redação da Folha (!), desenvolveram todo o trabalho apresentado em um período de tempo escasso para uma incumbência de tal magnitude: apenas oito meses.
Para ler o texto completo de Dmitri Cerboncini Fernandes clique aqui
Ainda sobre o mesmo assunto pode ler o texto "132 universidades com zero em qualidade de ensino" de Paulo Costa Lima clicando aqui

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Castells: como elites estão rompendo o pacto social

O que estamos vivendo em todo o mundo, no contexto da crise financeira, é uma transição – do Estado de Bem-estar social para um Estado de Mal-estar. Na convenção do Partido Republicano, nos Estados Unidos, realizada em Tampa, semana passada, aclamou-se um programa baseado na proposta de Orçamento apresentada por Paul Ryan, o líder mais carismático da direita. Implica cortar serviços públicos; reduzir maciçamente os impostos pagos pelos endinheirados e grandes empresas; manter os que são exigidos dos setores médios e baixos. Alega-se que, assim, será possível reduzir o déficit orçamentário (principalmente através dos cortes de despesas) e estimular o investimento (porque os ricos supostamente investiriam com o dinheiro disponível, o que contraria a evidência empírica dos últimos vinte anos…).
Quem se importa? Há economistas que constroem gráficos para justificar qualquer coisa. O importante é ter o poder de fazer.
Para ler o artigo completo de Manuel Castells clique aqui

domingo, 9 de setembro de 2012

"O TEMPO" - Reginaldo Bessa


O TEMPO

O tempo não pára no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém 
O tempo não é, minha amiga
Aquilo que você pensou
As festas, as fotos antigas
As coisas que você guardou
Os trastes, os móveis, as tranças
Os vinhos, os velhos cristais
As doces canções de crianças
Lembranças, lembranças demais
 
O tempo não pára no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém
 
Você vem deitar no meu ombro
Querendo de novo ficar
Eu olho e até me assombro
Como pode este tempo passar
O tempo é areia que escapa
Até entre os dedos do amor
Depois, é o vazio, é o nada
É areia que o vento levou
 
O tempo não pára no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém
 
O medo correndo nas veias
Deixou tanta vida pra trás
E a gente ficou de mãos cheias
Com coisas que não valem mais
E fica um gosto de usado
Naquilo que nem se provou
A gente dormiu acordado
E o tempo depressa passou
O tempo não pára no porto
Não apita na curva

Não espera ninguém

 
Reginaldo Bessa 

"You and I " - Scorpions & Orquestra Filarmônica de Berlim

Há quatro décadas na estrada, o grupo, formado pelos músicos Klaus Meine (vocal), Rudolf Schenker (guitarra), Paweł Mąciwoda (baixo), James Kottak (bateria), além de Matthias, atravessou gerações e influenciou grandes nomes do rock. Álbuns clássicos como “Blackout” e “Love At First Sting”, e os hits “No Pain, No Gain”, “Wind of Change”, “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane” não só lançaram o grupo ao sucesso mundial, como fizeram a história do rock alemão.
Ao longo de suas vidas, os integrantes do Scorpions se envolveram em lutas contra diversos problemas sociais ao redor do mundo. Durante a aclamada turnê “Humanity – Hour 1″, em 2007, os músicos tocaram para mais de 150.000 fãs em shows no Brasil, fazendo uma campanha maciça com o Greenpeace para proteger as florestas tropicais do mundo.
Foram a primeira banda de rock do ocidente a se apresentar na então União Soviética, cuja a turnê virou o documentário “To Russia With Love”. Além de cooperar com instituições beneficentes, a banda faz questão de usar sua notoriedade para se envolver em projetos sociais e shows com mensagens de conscientização para as pessoas por meio da música.
O Scorpions foi fundado como uma banda de escola em 1965, pelo guitarrista e atual líder Rudolf Schenker em Sarstedt, Lower Saxony, na Alemanha. O vocalista Klaus Meine aderiu ao grupo em 1969 e, após o primeiro sucesso internacional nos anos 70, Matthias Jabs assumiu como guitarrista, tornando-se membro permanente da banda a partir de 1979.
No início da década de 1990, os músicos ganharam maior destaque com o álbum Crazy World, graças à canção “Wind of Change”, inspirada nas mudanças político-sociais ocorridas no Leste Europeu e também no fim da Guerra Fria. Além de “Wind of Change”, Crazy World trazia “Tease Me, Please Me”, “Don´t Believe Her”, “Send Me an Angel” e “Hit Between the Eyes” que virou tema do filme Freejack estrelado pelo cantor Mick Jagger.
Em 2000, o grupo lançou Moment Of Glory, resultado da brilhante parceria entre os Scorpions e a Orquestra Filarmônica de Berlim. Na época, os maiores sucessos da banda ganharam arranjos clássicos de uma das mais importantes orquestras do mundo. O álbum foi aclamado pelos fãs e pela crítica.
Veja a interpretação dos Scorpions e da Orquestra Filarmônica de Berlim na música "You and I" aqui

China ou Estados Unidos: quem será a potência do século XXI?

Com o estouro financeiro de 2008, formou-se um crescente consenso de que a China se converteria na potência dominante do século XXI. O debate se centrava mais em quando ela superaria os EUA: 2015, 2030 ou em meados do século. Como outras nações asiáticas, a China cresceu a passos gigantescos a partir de um modelo exportador com mão de obra barata e uma conjuntura internacional favorável. Esse modelo está esgotado hoje. O artigo é de Marcelo JustoCom o estouro financeiro de 2008, formou-se um crescente consenso de que a China se converteria na potência dominante do século XXI. O debate se centrava mais em quando ela superaria os EUA: 2015, 2030 ou em meados do século. Como outras nações asiáticas, a China cresceu a passos gigantescos a partir de um modelo exportador com mão de obra barata e uma conjuntura internacional favorável. Esse modelo está esgotado hoje. O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.
Com o estouro financeiro de 2008, formou-se um crescente consenso de que a China se converteria na potência dominante do século XXI. O debate se centrava mais em quando ela superaria os EUA: 2015, 2030 ou em meados do século. Como outras nações asiáticas, a China cresceu a passos gigantescos a partir de um modelo exportador com mão de obra barata e uma conjuntura internacional favorável. Esse modelo está esgotado hoje.
Para ler o artigo completo de Marcelo Justo clique aqui

"O Farol" - Vídeo de animação do diretor taiwanês Po Chou Chi




"O Farol" é um belíssimo vídeo de animação do diretor taiwanês Po Chou Chi (radicado em Los Angeles). Trata-se de um curta de animação pleno de sutilezas e simbolismos, que trata da relação entre pai e filho, de crescimento, de amor, carinho, admiração e respeito. Mostra o crescimento, o aprendizado, a partida, o retorno e o envelhecimento. E o fim, que é também começo e continuidade...
"O Farol" é a casa, o lar, o porto seguro, o sinalizador de que está tudo certo, o abraço do pai. Os barcos a um só tempo simbolizam as conquistas, mas também as idas e vindas. Cartas são escritas, o pai espera, as estações mudam, e o inverno chega. Tudo embalado pelo sensível piano de Chien Yu Huang.
Po Chou Chi criou esta obra de arte na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), onde está atualmente fazendo seu mestrado em Belas Artes, o MFA, e ganhou com este curta 27 prêmios internacionais e participou de 50 festivais de cinema. A animação emociona pela essência pura e pela simplicidade que autor aborda a família, a educação amorosa e a continuidade da estrutura educacional que se recebe através do amor, da paciência e da arte constante de EDUCAR.
Veja o curta aqui

Criador do Occupy Wall Street diz que "a magia acabou"

O famoso cartaz com a bailarina em cima do touro de Wall Street pergunta: Qual é a sua exigência? A hashtag #OccupyWallStreet convoca quem usa o twitter para as ruas. A revista mensal Adbusters publica vários artigos justificando a campanha e cria o mote: 99% da população que está fora do controle pode, unido, ir contra o poder do mercado financeiro e das grandes corporações.Um ano atrás, em 17 de setembro, a ideia do ativista Kalle Lasn de fazer uma coisa "muito, muito louca" deu certo, e milhares encheram o Zuccotti Park, no centro financeiro de Nova York. Desde então, o movimento ganhou vida própria e projeção em todo o mundo. Em entrevista à Folha, no entanto, Lasn falou que a magia acabou. O modelo de ocupação literal das ruas, dias a fio, está superado. "A magia só acontece uma vez".
Leia a entrevista aqui

sábado, 8 de setembro de 2012

A próxima reviravolta no Oriente Médio

Ao analisarmos a geopolítica do Oriente Médio, qual deveria ser o foco principal? Há pouco consenso na resposta, mas ainda assim essa é a questão-chave. O governo israelense tenta, constantemente e de modo diligente, fazer com que o foco seja o Irã. A maior parte dos observadores visto neste esforço uma tentativa de desviar atenções de sua falta de vontade de buscar negociações sérias com a Palestina.
De qualquer maneira, o esforço israelense falhou espetacularmente. O primeiro-ministro Benyamin Netanyahu foi capaz de conseguir que o governo norte-americano se comprometesse com o apoio a um ataque israelense a Teerã. E a habilidade do Irã de reunir a maior parte do mundo não-ocidental — incluindo Paquistão, Índia, China, Palestina e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon — para uma reunião do Movimento Não-Aliado (NAM, em inglês) esta semana evidencia a impossibilidade política dos israelenses quererem concentrar a atenção no Irã.
Para ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A luxúria

Conhecemos a luxúria como um termo antigo associado à falta, ao pecado, aos excessos. Com a laicização da vida quotidiana o termo foi inocentado. No entanto, ninguém necessita de ganhar um milhão de euros por ano, não é justo, ninguém é merecedor de um salário tão elevado num mundo onde milhões de pessoas vivem com menos de um dólar por dia.
A questão não é de natureza moral, é de natureza política. E o contrário de luxúria não é a advocacia de uma vida pobre nem mesmo austera, mas de um comportamento justo; daí que valha a pena desconstruir as políticas que permitem salários tão excessivos.
O conceito parece arredado da semântica contemporânea mas pode ser encontrado numa história da Ética, desde Aristóteles ao filósofo americano Michael Sandel, passando necessariamente por Amartya Sem. Esta história é acompanhada por uma outra que é a história da luxúria e das suas modelações ao longo de vinte e quatro séculos, e que foi recentemente revisitada por dois autores: Christopher J. Berry – The idea of luxury, a conceptual and historical investigation (1994), e Mike Featherstone em diversas obras sobre consumo e luxo.
Para ler o texto completo de António Pinto Ribeiro, clique aqui

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MARILENA CHAUÍ: Mídia, obstáculo à democracia

No evento de lançamento da Campanha Nacional pela Liberdade de Expressão, realizado no dia 27/8, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a professora Marilena Chauí falou sobre democracia, e a sociedade frente ao poder e a manipulação da mídia.
Leia a versão integral desta palestra aqui

domingo, 2 de setembro de 2012

DAVID GARRETT - Csárdás (Hungarian Dance)

Garrett nasceu em Aachen, filho de uma mãe americana e um pai alemão.
Quando Garrett completou quatro anos, seu pai comprou um violino para o irmão mais velho. David interessou-se pelo instrumento e logo aprendeu a tocar. Um ano depois ele participou numa competição e ganhou o primeiro lugar. Aos sete anos, ele tocava uma vez por semana em público. Ele estudou violino no Conservatório Lübeck. Aos doze anos, Garrett começou a trabalhar com a violonista polaco-britânica Ida Haendel, frequentemente viajando a Londres e outras cidades europeias para encontrá-la.
Aos treze anos firmou um contrato com a gravadora Deutsche Grammophon Gesellschaft que assegura exclusividade. Foi também nessa idade que decidiu mudar seu nome artístico e começou a usar o sobrenome de sua mãe.
Em 1999 foi aluno da Juilliard School, na sala de Itzhak Perlman, para aprofundar seus conhecimentos do violino. Saiu formado de lá em 2004.
Garrett toca alternativamente um violino de Antonio Stradivari de 1718 e um de Giovanni Battista Guadagnini de 1772.
Vejam sua empolgante interpretação das Csárdás no vídeo aqui

Contra o produtivismo universitário, um protesto solitário

Compreender as condições nas quais se reproduz a sociedade brasileira, iluminar os conflitos e a condição profundamente desigual desse processo, requer dos pesquisadores a disposição de "habitar o tempo lento" imposto pela atividade do conhecimento. Esta compreensão, como prova a história do conhecimento, não é individual, pois pressupõe o debate de ideias entre pares, fundado no respeito à diferença e nas possibilidades postas pela diferença de vertentes e posições teórico- metodológicas que, antes de se conflitarem, se enriquecem. Esse processo exige tempo e condições de trabalho, exige também compromissos, e exige, ainda, disposição para o debate. O trabalho individual de reflexão/análise se coloca como pressuposto da elaboração do conhecimento, condição do debate.
Para ler o texto completo de Ana Fani Alexandre Carlos clique aqui

Este texto incendiou Espanha

14 de Agosto de 2012. "O cano de uma pistola pelo cu" e "As relações impossíveis: Economia real- Economia financeira", eram os dois títulos do texto que Juan José Millás publicava na secção de cultura do El Pais. Em poucos dias tornou-se viral: 19000 shares no Facebook, 15 mil tweets, um país indignado. Hoje, o Dinheiro Vivo publica em exclusivo - e pela primeira vez em português - o texto sobre o capitalismo que incendiou Espanha.
Para ler o texto de Juan José Millás clique aqui 

Uma critica marxista aos pós-marxistas - James Petras


O presente artigo aborda os principais itens que o autor considera ser a ideologia dos intelectuais pós-marxistas e crítica do ponto de vista marxista, indicando a contemporaneidade desta última.
Para ler o texto completo de James Petras clique aqui

“Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben

“O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro”, afirma Giorgio Agamben, em entrevista concedida a Peppe Salvà e publicada por Ragusa News, 16-08-2012.
Giorgio Agamben é um dos maiores filósofos vivos. Amigo de Pasolini e de Heidegger, foi definido pelo Times e pelo Le Monde como uma das dez mais importantes cabeças pensantes do mundo. Pelo segundo ano consecutivo ele transcorreu um longo período de férias em Scicli, na Sicília, Itália, onde concedeu a entrevista.
Segundo ele, “a nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governamentalidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas”. Assim, “a tarefa que nos espera consiste em pensar integralmente, de cabo a cabo, aquilo que até agora havíamos definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “vida política”, afima Agamben.
Para ler a entrevista de Giorgio Agamben clique aqui

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