sexta-feira, 31 de março de 2023

"Os amantes de Novembro" - Alexandre O´Neill

 




Os amantes de Novembro

 

 




Ruas e ruas dos amantes


Sem um quarto para o amor


Amantes são sempre extravagantes


E ao frio também faz calor




Pobres amantes escorraçados


Dum tempo sem amor nenhum


Coitados tão engalfinhados


Que sendo dois parecem um




De pé imóveis transportados


Como uma estátua erguida num


Jardim votado ao abandono


De amor juncado e de outono.





Alexandre O´Neill



Para ler o Prefácio da 2ª edição do livro CULTURA ACÚSTICA E LETRAMENTO EM MOÇAMBIQUE: Em busca de fundamentos antropológicos para uma educação intercultural” do autor do blog clique aqui


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Polêmica: Os "identitários" sabem ouvir?

 





Contraposição a um artigo publicado em Outras Palavras. Antagonismos esvaziados tem efeito colateral: o marxismo desaparece como prática fundamentalmente política – e protagonistas das lutas sociais tornam-se figuras mudas e surdas. Para ler o texto de Alex Moraes clique aqui

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Terá a América um futuro?

 





Neste artigo, explico porque penso que a guerra nuclear está nas cartas. Sei que a maioria não quer ouvir isto. Mas se ninguém souber, há ainda menos hipóteses de a evitar. Para ler o texto de Paul Craig Roberts clique aqui


Leia "Raniero La Valle: Ah! Serva Europa, à mercê de armas, dinheiro e poderosos" clicando aqui


Leia "Hamid Hajizadeh: A exata mensagem da manobra conjunta entre Rússia, China e Irã" clicando aqui


Leia "Stephen Karganovic: O Tribunal Penal Internacional atravessa Irreversivelmente a Linha da Decência Legal" clicando aqui


Leia "Carlos Matos Gomes: O fim dos Acordos de Bretton Woods" clicando aqui


Leia "Daniel Afonso da Silva: O mal-estar francês" clicando aqui


Leia "Maior greve em três décadas paralisa a Alemanha" clicando aqui


Leia "Paulo Ghirardelli: De Taxi Driver aos assassinos na escolas" clicando aqui


Leia "Reis Friede: A Guerra do Vietnã em breve retrospecto" clicando aqui


Leia "Reis Friede: A Ofensiva do Tet (30 de janeiro a 23 de setembro de 1968)" clicando aqui

Renata Arruda: As 14 melhores músicas da carreira do Skank




Não há dúvida de que o Skank é uma das bandas mais queridas do Brasil. Formada nos anos 90 em Belo Horizonte, a banda emplacou diversos hits em trilhas sonoras, alcançou o topo das paradas e vendeu milhões de álbuns. Para ler o texto e a seleção de Renata Arruda das 14 melhores músicas da carreira do Skank clique aqui

 

Navegando pelo cinema

 





O lado B das aeromoças




Uma concepção ingênua atribui às aeromoças um glamour especial, agregado à fantasia das viagens constantes. Aeromoças devem ser bonitas, gentis, sorridentes e solícitas. Cassandre, a protagonista de "Bem-vindos a Bordo" (Rien à Foutre) preenche esses requisitos, ainda que seja somente na fachada. O filme de Emmanuel Marre e Julie Lecoustre nos mostra o que acontece quando elas viram as costas e se escondem no fundo da cabine. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui









Os filmes sobre a ditadura 




Em uma passagem de Flores Raras, filme de Bruno Barreto, a poeta norte-americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto) espanta-se com a passividade do povo brasileiro diante da derrubada do governo de João Goulart. Corre o dia 1º de abril de 1964, Bishop olha pela janela do apartamento e vê um grupo de rapazes disputando animada pelada na praia. Em outra cena, falando em uma recepção, ela relembra o trauma coletivo com o assassinato do presidente nos Estados Unidos. Aqui, ninguém parecia ligar para nada. Evoca a dificuldade de entender o país onde está morando e cita Tom Jobim: “O Brasil não é para principiantes.” Quase como acusação, diz: “Com o golpe militar, vocês acabaram de perder a liberdade e o que foram fazer? Jogar futebol na praia. Eu vi isso”. Para ler o texto de Luiz Zanin Oricchio clique aqui









"Na democracia, militares devem ficar afastados da política"




Memória sufocada” é o primeiro filme a mostrar as dependências do Doi-Codi em São Paulo. Para diretor Gabriel Di Giacomo, conclusão é que “a ditadura foi um período muito nocivo para o país”. Para ler o texto de Edison Veiga clique aqui

HUMOR - Presencial

 




Não, não me obriga a voltar pro presencial, por favor, eu imploro! O Porchat exige que a gente se pinte de azul toda "sexta casual", tem treino obrigatório com o João Vicente às segundas, o Kibe fica andando com aquela farda pra cima e pra baixo e faz blitz todo quinto dia útil, fora o clube do livro do Gregório Duvivier que só indica poesia. Tava tão bem em casa assistindo cortes de podcast na hora do almoço sem ser julgado. Divirta-se clicando aqui

A ruína está chegando

 





Uma recessão severa é a única coisa que pode moderar a inflação de preços e salários, mas tornará a crise da dívida mais severa. Para ler o texto de Nouriel Roubini clique aqui








Filosofia: o que ensinam os estados psicodélicos



Em processo de cura de depressão, filósofo recorre a estados alterados da consciência – e os analisa. Afasta-se da árida solidão de Descartes e reencontra, no pertencimento ao mundo e na correlação entre os seres, o pensamento de Leibniz. Para ler o texto de Justin E. H. Smith clique aqui









 Uma possível leitura marxista de Elena Ferrante




Seria o realismo feminista da autora um dos grande adversário da melancolia neoliberal de hoje? Como a nostálgica tetralogia napolitana convida a aprender a desaprender – e pode ser trunfo para resgatar esperanças e fazê-las ecoar no presente? Para ler o texto de Bruna Della Torre clique aqui

quinta-feira, 30 de março de 2023

"Haiti" - Caetano Veloso


 


Haiti

 




Quando você for convidado pra subir no adro da fundação


Casa de Jorge Amado


Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos


Dando porrada na nuca de malandros pretos


De ladrões mulatos e outros quase brancos


Tratados como pretos


Só pra mostrar aos outros quase pretos


(E são quase todos pretos)


Como é que pretos, pobres e mulatos


E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados


E não importa se olhos do mundo inteiro


Possam estar por um momento voltados para o largo


Onde os escravos eram castigados


E hoje um batuque um batuque


Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária


Em dia de parada


E a grandeza épica de um povo em formação


Nos atrai, nos deslumbra e estimula


Não importa nada


Nem o traço do sobrado


Nem a lente do fantástico


Nem o disco de Paul Simon


Ninguém, ninguém é cidadão


Se você for a festa do pelô, e se você não for



Pense no Haiti


Reze pelo Haiti


O Haiti é aqui


O Haiti não é aqui



E na TV se você vir um deputado em pânico


Mal dissimulado


Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer


Plano de educação que pareça fácil


Que pareça fácil e rápido


E vá representar uma ameaça de democratização


Do ensino do primeiro grau


E se esse mesmo deputado defender a adoção


Da pena capital


E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto


E nenhum no marginal


E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual


Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco


Brilhante de lixo


Do Leblon


E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo


Diante da chacina


111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos


Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres


E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos


E quando você for dar uma volta no Caribe


E quando for trepar sem camisinha


E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba



Pense no Haiti


Reze pelo Haiti


O Haiti é aqui


O Haiti não é aqui



 

Caetano Veloso



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