"O relógio" - Aluysio Mendonça Sampaio
O
relógio
No silêncio da noite
o relógio é o coração do tempo
pulsando.
Som metálico incessante,
do átimo que passa,
eis a cadência marcial
para o nada.
Belo é o fluir da vida
o desabrochar da flor
pletora de luz
ao despontar de sóis.
No ventre da vida
germina a morte
saliente, constante
lâmina cortante do tempo.
Pudéssemos parar o coração das eras!
O nosso instante - eterno.
O nosso amor - perene.
Ah! Maldito relógio
consciência do efémero
por que não cessas de bater
o ritmo monótono monocorde
do minuto que passa?
Deixe-me ficar no instante
- minha eternidade.
Aluysio
Mendonça Sampaio
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