quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LINGUAGEM & ÉTICA: Não existem palavras inocentes

A socialite Carmem Mayrink Veiga ficou pobre. Precisou empenhar-se e partir para a luta. Para provar que daria conta do recado, disse em entrevista que sempre trabalhou como uma negra. Tradução: trabalho pesado é “coisa” de negro.
Fernando Henrique Cardoso estava em campanha eleitoral. Num laivo de humildade, confessou que possuía um “pé na senzala”. Para os bons entendedores, ficou claro. O homem não era tão perfeito quanto parecia. Tinha nódoas de origem.
“Tenho aquilo roxo”, pronunciou Fernando Collor de Melo. Delfim Netto se encarregou de pôr os pontos nos is. “Os brancos”, ironizou ele, “têm aquilo rosa. Se você tem roxo, branco não é.” Conclusão: o não ser branco constitui defeito que as pessoas precisam esconder.
As três histórias possuem o semblante do racismo brasileiro. É disfarçado, deturpado... Frequenta com tanta naturalidade o dia a dia que raramente nos damos conta de que estamos reforçando preconceitos. Por causa do preconceito, existe uma certa dificuldade de dizer que alguém é negro. Parece ofensivo. Criativos, inventamos uma gama de vocábulos para designar afrodescendentes. É o caso de mulato, moreno, escurinho, sarará, cabo verde, neguinho.
E por aí vai.
Para ler o texto completo de Tarcizio Macedo clique aqui

domingo, 28 de outubro de 2012

No palanque da política


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

“Chama o Pepe Mujica!”

O Senado do Uruguai aprovou, nesta quarta (17), lei que autoriza a interrupção da gravidez até a 12ª semana para qualquer mulher, com exceção das vítimas de estupro – que terão duas semanas a mais para fazer a opção. O texto, que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, segue agora para a certa sanção presidencial de Pepe Mujica. A lei prevê que as interessadas em fazer o aborto recebam orientação sobre as consequências da interrupção da gravidez e as opções disponíveis e tenham um tempo de reflexão – tal como ocorre em alguns países onde o direito ao aborto é garantido. Por fim, a decisão final caberá apenas à mulher – como as coisas deveriam ser.
A oposição do país de 3,5 milhões de pessoas quer um plebiscito sobre o tema, correndo o risco de uma vexatória derrota, uma vez que a mídia apontou que a maioria da população é favorável à lei.
Para ler o artigo completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

DOUTRINA OBAMA E A GUERRA NA SÍRIA

A política exterior norte-americana apresenta sinais de esgotamento. Não é mais possível aos EUA continuar operando sob o mesmo registro da última década. O mundo não é mais tão dócil aos seus comandos, nem sua situação econômica é doce o suficiente para projetar-se como modelo a ser seguido pela humanidade.
Diante desta encruzilhada o governo democrata atualizou sua estratégia militar para o mundo, reduziu as iniciativas de invasão norte-americana direta, que possui um custo político e econômico alto, e vem promovendo uma forma mais insidiosa de controle geopolítico. Em uma tática similar às empregadas pela administração Reagan (1981-89), que patrocinou oposições armadas contra o governo sandinista na Nicarágua, grupos conhecidos como Contras, o governo de Obama aposta na produção e fortalecimento de dissidências em países que rejeitam o comando de Washington. A onda de protestos em diversos países de maioria muçulmana, a chamada “Primavera Árabe”, foi percebida e explorada como uma janela de oportunidade para a política exterior norte-americana desestabilizar regimes não compatíveis com seu sistema de dominação. Foi assim na Líbia, tem sido assim na Síria.
A lógica de operação estadunidense na nova doutrina imperialista de Washington articula as seguintes linhas de ação: 1) Criação de uma opinião pública internacional e regional anti-regime utilizando como mote “a luta pela democracia”; 2) Ressureição de diferenças étnicas e religiosas no interior dos países, explorando em especial minorias alijadas do poder de estado; 3) Envolvimento e mobilização dos aliados regionais.
A CIA (Central Inteligence Agency)  não apenas colabora com as dissidências armadas, mais do que isso às fomenta, treina, arma e as abastece de suprimentos. No entanto, formalmente, tanto os EUA, quanto seus aliados europeus negam a participação direta nos conflitos, mas declaram apoio aos rebeldes em seus objetivos anti- regime. Depois do desmantelamento da Líbia, a Casa Branca tem a Síria e o Irã como alvos imediatos. 
Para ler a 1a Parte do texto de Pedro Otoni clique aqui 
Para ler a 2a Parte do texto de Pedro Otoni clique aqui

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Gordo e o Magro - Uma montagem surpreendente


O Gordo e o Magro foi uma famosa dupla de comediantes e uma das equipes cômicas mais populares do cinema dos Estados Unidos, em atividade desde o cinema mudo até meados da Era de ouro de Hollywood. Composta por um magro, o inglês Stan Laurel (1890–1965) e um gordo, o americano Oliver Hardy (1892–1957), a dupla tornou-se conhecida durante as décadas de 1920 e 1930 pelo seu trabalho em filmes de comédia e também apareceram em apresentações teatrais na América e na Europa.
Neste vídeo pode ver uma recente montagem musical com flashes onde aparecem os dois comediantes. Divirta-se clicando aqui

A JORNADA DA HUMANIDADE: O Povoamento da Terra


Em poucos minutos tem, aqui, a possibilidade de acompanhar toda A JORNADA DA HUMANIDADE ao longo de milhares de anos e apreciar o processo de Povoamento da Terra.
A Fundação Bradshaw, em associação com Stephen Oppenheimer, apresenta a jornada global virtual do homem moderno, nos últimos 160.000 anos. Esta apresentação também mostra a interação entre as migrações e o clima existente neste período. Vai poder verificar que somos os descendentes de pequenos grupos de africanos tropicais unidos frente à adversidade.
O mapa mostra pela primeira vez a interação entre a migração e o clima existente neste período. Nós, descendentes de pequenos grupos de africanos tropicais que unidos frente à adversidade, não somente do ponto de vista da sobrevivência mas para o desenvolvimento de uma sofisticada interação social e expressão de cultura através de diversas formas. Baseado em análises do genoma mitocondrial (mtDNA) e evidências do cromossomo Y em conjunto com a arqueologia, climatologia e o estudo de fósseis, Stephen Oppenheimer seguiu as rotas e os momentos da migração, contextualizando com vestígios em rochas prospectadas em todo o mundo.
Para ver o mapa dessa fascinante evolução clique aqui

Menos de 30% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, diz pesquisa


A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.
Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.
Para ler o texto completo de Amanda Cieglinski clique aqui

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Affonso Romano de Sant’Anna: Silêncio Amoroso – 2


Silêncio Amoroso – 2

Preciso do teu silêncio
cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir. É um modo
denso/tenso
- de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.

Affonso Romano de Sant’Anna

'Ensinar é muito mais que passar conteúdo'

Se a escola focar apenas o conteúdo, o processo de aprendizagem não tem a menor chance de ser bem-sucedido. Isso é o que defende a neurocientista canadense Adele Diamond. "Se as necessidades emocionais, sociais e físicas forem ignoradas, não há excelência acadêmica.
Para ler sua entrevista clique aqui

Curta metragem “Erro 0036” - Raúl Fernández Rincón



Madrid, ano 2057. A tecnología proporciona ao ser humano uma vida plena de comodidades e... “sem falhas”. Jorge Arellano, uma pessoa comum, fica aprisionado em sua própria casa pelos mesmos dispositivos que garantiam sua segurança. Como reagirá um homem acostumado a que sejam as máquinas a solucionar todos os seus problemas?
Estamos perante uma sátira à nossa dependência tecnológica.
Veja o perturbador curta metragem “Erro 0036” (2011, 12 minutos) do diretor espanhol Raúl Fernández Rincón no vídeo aqui

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DITADURA MIDIÁTICA: Kit de sobrevivência para a selva do capital


Num mundo tão confuso como o nosso, aparentemente pleno de matizes, com tantas entradas e saídas, encruzilhadas, para viver nele mais do que nunca, tal qual numa selva cheia de feras, é necessário trazer consigo um kit de sobrevivência mínimo, razão por que o objetivo deste artigo é o de apresentar (sob a ótica do autor, é claro) um kit de sobrevivência constituído de três princípios comportamentais capazes de nos orientar em nossas escolhas, decisões, perspectivas, tendo em vista o compromisso com a construção de um mundo justo, democrático, de paz, pleno de futuro e tolerância.
O primeiro princípio comportamental é: numa encruzilhada, nunca pegue o caminho do american way of life. A primeira ferramenta para esse kit de sobrevivência na selva do dinheiro, que tomou todo o planeta, é o de evitar a todo custo o american way of life – o estilo americano de vida. Acautele-se e esteja preparado para enfrentá-lo vinte e quatro horas por dia, com as armas do pensamento, da criação, da liberdade, da solidariedade, da cooperação, do conhecimento de suas engrenagens internas e externas, assim como de suas devastadoras implicações no mundo atual.
O american way of life vive enganosamente do seguinte imperativo categórico: “Seja diferente!” Essa é a razão pela qual tendemos, todos nós, a valorizar quem estilisticamente age como diferente, de tal sorte que ser democrático, inteligente, despojado, livre, interessante, sedutor, expansivo, alegre; ser, enfim, gente boa, um mano, está vinculado inevitavelmente com o modo comportamental e individual de se vestir, de falar, de cortar o cabelo, de rir, de agir – modo, bem entendido, estreitamente ligado ao que usualmente chamamos de american way of life ou o estilo americano de ser diferente dos demais seres deste planeta.
Para ler o texto completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

Por que a carreira de docente não é atraente

Na segunda-feira (15/10), Dia do Professor, o iG publica uma reportagem de Priscila Borges a respeito da carreira docente, cujo título é: “Salários baixos provocam fuga de professores da carreira.” A matéria traz depoimentos de profissionais de ensino e links relacionados ao tema. No geral, o texto de Priscila é bem elaborado e informativo. No entanto, deixou de lado aspectos fundamentais que envolvem os profissionais de ensino, ou seja, situações que vão além de salários. Melhor dizendo: a questão salarial é apenas a ponta do imenso iceberg dos problemas e desafios da educação. É preciso trazer à tona os obstáculos e os conflitos – da carreira do magistério – para que a sociedade saiba e compreenda, em profundidade, o que vem acontecendo.
Por sua vez, a repórter tem razão ao afirmar que a baixa remuneração é desestímulo para os novos talentos. Saldo: faltam profissionais de ensino em todo o país para lecionar as diversas disciplinas. A cada ano que passa, muitos alunos terminam o ano letivo sem ter assistido a uma única aula de algumas matérias. A verdade é que a maioria dos docentes é obrigada a sobreviver com um salário insuficiente para suas despesas e manutenção digna de sua família. Por essa razão, muitos trabalham em até quatro escolas. Ante essa condição desfavorável, os professores não podem comprar revistas, jornais, livros e não se atualizam. Há muitos que não possuem um computador. Ainda assim, infelizmente, existem políticos e burocratas de educação que compartilham da ideia que o profissional não precisa de boa remuneração para poder desenvolver um bom trabalho e sobreviver.
Para ler o texto completo de Ricardo Santos clique aqui

Um epitáfio para Hobsbawm

O sociólogo Demétrio Magnoli brinda-nos com duas aparições na edição da Folha de S.Paulo do dia 10/10/2012. Na primeira, um texto de três colunas intitulado “O esqueleto que sorri”, afirma que o autor de Age of extremes (the short twentieth century: 1914-1991) “falsifica a história para absolver Stalin”. Resume o articulista, a “versão” de Eric Hobsbawm sobre a 2ª Guerra “foi aquela fabricada em Moscou”, afirmação, esta sim, capaz de fazer sorrir outros esqueletos, mortos ou vivos, porque bem ao agrado daquela direita que anunciou o fim da história com a queda do muro de Berlim. Na segunda aparição, ouvido a propósito do julgamento de José Dirceu (“repercussão”, coluna à direita), o sociólogo oferece o seu ponto de vista: “O STF decidiu aplicar a lei, que não exige atos de ofício, documentos assinados, gravações para se condenar”. E afirma sua jurisprudência: “Essas exigências têm como fim assegurar a impunidade de poderosos”. A crítica raivosa e a opinião sobre o julgamento têm em comum a marca da simplificação catequista. Para ler o texto completo de Beatriz Vargas Ramos clique aqui

Documentário "Mulheres Africanas - A Rede Invisível"


Graça Machel, política e ativista, durante gravação do documentário
 
 
Depois da estreia em um dos mais importantes festivais de documentários da África, o Dockanema, em Moçambique, o filme, Mulheres Africanas – A Rede Invisível, dirigido por Carlos Nascimbeni e produzido pela brasiliense Cinevideo, desembarca no Festival do Rio para fazer sua primeira exibição ao público brasileiro. O documentário conta por meio de uma emocionante narrativa, a experiência de vida de alguns exemplos de mulheres africanas, entre as quais Graça Machel, política e ativista, esposa de Nelson Mandela; Leymah Gbowee, vencedora do Prêmio Nobel da Paz;  Mama Sara Masari, empresária e Nadine Gordiner, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura. Baseado nas incríveis histórias dessas africanas, Nascimbeni constrói uma “rede invisível” e cheia de esperança, que envolve o telespectador e revela a força e a importância das mulheres para o continente africano.
Para ver o trailer do documentário clique aqui

domingo, 21 de outubro de 2012

Toni Negri, 80 anos e mais dois livros

Toni Negri fará 80 no ano que vem. É, sem dúvida, dos maiores, senão o maior filósofo em atividade. Isso numa época em que a produção filosófica está no ápice. A vida e a obra de Negri, ainda dando frutos, não geraram apenas teorias revolucionárias, mas revoluções profundas na teoria. A filosofia não é uma atividade homogênea, uma linha do tempo mais ou menos coerente, preenchida por medalhões credenciados, de Heráclito a Heidegger. Cada filósofo tanto inventa novos conceitos e problemas, quanto recria o próprio modo de fazer filosofia. Assim, cada filósofo condiciona a sua maneira a questão “o que é a filosofia?”, não por acaso respondida diferentemente a cada vez. Filosofia, para Negri e o movimento operaísta que ele integra, é campo de luta e luta ela mesma. Não pode ser reduzida à “italian theory”, como a nova grande ideia depois da “french theory”.
Para ler o artigo completo de Bruno Cava, clique aqui

sábado, 20 de outubro de 2012

MANIFESTO EM DEFESA DA CIVILIZAÇÃO

Diante do quadro de regressão social que atinge os países ditos desenvolvidos, um grupo de economistas formados pela Unicamp decidiu elaborar um "Manifesto em Defesa da Civilização". "Estamos, hoje, vivendo uma crise que nega os princípios fundamentais que regem a vida civilizada e democrática? Quanto tempo mais a humanidade suportará tamanha regressão?" - pergunta o manifesto. As respostas para tais questões, acrescenta, não serão encontradas nos meios de comunicação de massa, "ocupados hoje por aparatos comprometidos com a força dos mais fortes e controlado pela hegemonia das banalidades".
Para ler a íntegra do Manifesto clique aqui

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

JORGE BEN JOR - W/Brasil (Chama O Síndico)


Reconhecido, admirado, assimilado e imitado à larga. E não apenas no Brasil, mas mundo afora. Presença marcante em nosso imaginário coletivo por meio de clássicos absolutos como Mas que nada, Chove chuva, País tropical, W-Brasil... Inventor de um “esquema novo” na canção brasileira. Criador de uma sonoridade única e inconfundível, que virou do avesso a Bossa Nova. Letrista mais do que inspirado, por vezes francamente delirante, livre. Canal privilegiado de comunicação com o inconsciente carioca, portador da ancestral sabedoria de rua. Construtor de imagens, de mitos e heróis inesquecíveis. Jorge Ben Jor é Rio de Janeiro. É bailinho de iê-iê-iê na Zona Norte e futebol de praia na Zona Sul. É samba, blues, rock’n'roll e funk. É São Jorge e os deuses nagôs do candomblé. É Taj Mahal e Maracanã. É Domingas e Barbarella (e Magnólia, Palomaris, Rita Jeep...). É Fio Maravilha e Cassius Marcellus Clay. Misticismo e malandragem. João Gilberto e Chuck Berry. Alquimia e escravidão. É África e Brasil.
Veja sua interpretação W/Brasil (Chama O Síndico) no vídeo aqui

Caminhos para Outro Desenvolvimento

A humanidade está hoje na direção da não-sustentabilidade, caminhando rapidamente para tornar a Terra inabitável: estamos desmatando numa velocidade incrível por toda parte, seja para vender a madeira, seja para exportá-la, seja para dar lugar a grandes pastagens e plantações de commodities (no caso brasileiro, soja e etanol, principalmente). As florestas são fundamentais para garantir a biodiversidade, mas também, entre outras coisas, para termos chuva e lençóis freáticos abundantes. Nossa água doce está sendo utilizada em uma quantidade muito acima de sua capacidade de reposição. Além disso, ela está sendo poluída pelo não-saneamento (despejo de esgotos diretamente nos rios), pelos agrotóxicos, pelas indústrias e seus produtos tóxicos, pela mineração (na qual muitas vezes são usadas substâncias químicas). Por outro lado, o aquecimento global está derretendo fontes de água doce que são as geleiras, os glaciares e as calotas polares, o que pode tornar a vida muito difícil em inúmeras regiões do mundo.
Para ler o artigo completo de Ivo Lesbaupin clique aqui

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Para entender o julgamento do "mensalão"

O julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão. O procedimento costuma ser bem outro. Em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua visão de mundo.
O artigo completo de Fábio Konder Comparato pode ser lido aqui

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As eleições e seus limites

João Rabelo

domingo, 14 de outubro de 2012

O território da enunciação

É possível pensar o processo de produção de sentido do texto a partir de uma abordagem que procure circunscrevê-lo ao território da ação enunciativa da linguagem. A partir de Bakhtin (1999), é possível dizer que o texto é operação que conta com a ação do lugar simbólico do locutor que, ao dizer eu, para a posição imaginária de um, diz, simultaneamente, tu, para a posição imaginária de o outro. Nesses termos, configura-se a instância da produção que, pressupondo uma certa instância de recepção, encontra, na ação produtiva dessa outra instância, um outro lugar simbólico para as posições imaginárias de um e de o outro. Tais posições, obrigatoriamente, não se reduzem à mera reprodução da projeção imaginária construída a partir desses lugares simbólicos na instância da produção. É o que se pode pensar quando se toma a interação autor-leitor como território de mediação em que se cruzam, ambiguamente, as vozes da produção e da recepção dos interlocutores na ação de linguagem que os aproxima e os distancia.
Para ler o texto completo de Edson Nascimento Campos clique aqui

PEDRO ABRUNHOSA : "Vamos fazer o que ainda não foi feito"

Pedro Abrunhosa inicia cedo os estudos musicais, mas mais seriamente em 1976. Termina o Curso de Composição do Conservatório de Música do Porto. Aos dezasseis anos já dava aulas na Escola de Música da mesma cidade. Funda a Escola de Jazz do Porto e a Orquestra da mesma, que dirige e para a qual escreve. Em Abril de 1994 é editado o álbum “Viagens”, gravado conjuntamente com os “Bandemónio”. É convidado por Caetano Veloso a realizar um espetáculo conjunto na Expo 98. É convidado pelo realizador Manoel de Oliveira para protagonista masculino do filme “A Carta”, rodado em Paris, Itália, Nova Iorque, Lisboa e Londres, no qual contracena com Chiara Mastroianni. O filme é laureado no Festival de Cinema de Cannes com o Grande Prémio do Júri. As suas canções são gravadas e interpretadas no Brasil por artistas como Caetano Veloso, Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, entre outros. Em 2003 edita o álbum triplo, “Palco”, resultado dos emblemáticos concertos ao vivo com os Bandemónio e os HornHeads de Prince. Um dos discos inclui duetos com Lenine e Zélia Duncan. Em 23 de maio de 2010, apresentou-se, num dueto, ao lado da brasileira Ivete Sangalo, durante a Gala de entrega dos Gobos de Ouro, promovida pela SIC. No encontro, os dois cantaram uma canção de autoria do próprio Abrunhosa chamada "Vamos fazer o que ainda não foi feito".
É essa canção, agora interpretada a solo, que pode ver aqui

O sonho do ministro Joaquim Barbosa

O racismo, adotado pelas oligarquias brasileiras para justificar a exclusão dos negros no período de transição do modo de produção escravista para o modo de produção capitalista, foi introjetado pelos trabalhadores europeus e seus descendentes, que aqui aportaram beneficiados pelo projeto de branqueamento da população brasileira, gestado por aquelas elites.
Impediu-se, assim, alianças do proletariado europeu com os históricos produtores da riqueza nacional, mantendo-os com ações e organizações paralelas, sem diálogos e estratégias de combate ao inimigo comum. Contudo, não há como negar que o conjunto de organizações sindicais, populares e partidárias, além das elaborações teóricas classificadas como “de esquerda”, sejam aliadas naturais dos homens e mulheres negros, na sua luta contra o racismo, a discriminação e a marginalização a que foram relegados.
Para ler o texto completo de Ramatis Jacino clique aqui

sábado, 13 de outubro de 2012

Nova Lei de Cotas entra em vigor já

O Ministério da Educação (MEC) vai cobrar que a Lei de Cotas em universidades e institutos federais seja implementada a partir de 2013. A determinação ainda será regulamentada por meio de decreto a ser assinado pela presidenta Dilma Rousseff nos próximos dias. Pela lei, 12,5% das vagas já têm de ser reservadas para estudantes que fizeram todo o ensino médio em colégio público.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (5) que as instituições de educação superior que já tenham publicado seus editais terão que fazer ajustes para adequação à lei. Os alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para o início de novembro, já serão avaliados de acordo com as novas regras.
Para ler o texto completo de Heloisa Cristaldo clique aqui

Informática e redes na Educação: para transformar ou repetir?

Desde que o computador se tornou pessoal e a rede mundial, muito se fala sobre uma revolução iminente na educação – educação entendida como sistema escolar. O fato é que já estamos há duas décadas neste processo e o sistema de ensino pouco se afetou. Mas este baixo impacto da revolução tecnológica no ensino escolar não passou incólume – a cada dia, mais e mais se fala do fracasso do sistema, do descrédito da profissão de ensinar, da indisciplina dos estudantes. Os dois fenômenos – a revolução tecnológica e o fracasso do sistema escolar – estão ligados: a nova geração tem uma forma de pensar, agir, se comunicar e relacionar que não encontra ressonância no modelo escolar.
Para ler o artigo completo de Helena Singer clique aqui

"Divulguem a teoria política do Supremo"

Diante de um Legislativo pusilânime, Odoricos Paraguassú sem voto revelam em dialeto de péssimo gosto e falsa cultura a raiva com que se vingam, intérpretes dos que pensam como eles, das sucessivas derrotas democráticas e do sucesso inaugural dos governos enraizados nas populações pobres ou solidárias destes. Usando de dogmática impune, celebram a recém descoberta da integridade de notório negocista, confesso sequestrador de recursos destinados a seu partido, avaliam as coalizões eleitorais ou parlamentares como operações de Fernandinhos Beira-mar, assemelhadas às de outros traficantes e assassinos e suas quadrilhas.
Os quase quarenta milhões de brasileiros arrancados à miséria são, segundo estes analfabetos funcionais em doutrina democrática, filhos da podridão, rebentos do submundo contaminado pelo vírus da tolerância doutrinária e pela insolência de submeter interesses partidariamente sectários ao serviço maior do bem público. Bastardos igualmente os universitários do Pró-Uni, aqueles que pela primeira vez se beneficiaram com os serviços de saúde, as mulheres ora começando a ser abrigadas por instituições de governo para proteção eficaz, os desvalidos que passaram a receber, ademais do retórico manual de pescaria, o anzol, a vara e a isca.
Para ler o texto completo de Wanderley Guilherme dos Santos clique aqui

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

MYLÈNE FARMER - "Les mots" (dueto com Seal & dueto com Abe Laboriel)


Mylène Farmer, nascida em 12 de setembro de 1961 é uma cantora, compositora e atriz francesa, de origem canadense. Tendo vendido mais de 25 milhões de cópias, é a artista musical de maior sucesso em todos os tempos no território francês. Enigmática, misteriosa e muitas vezes alvo da crítica da imprensa pelo seu silêncio promocional, Mylène Farmer é a maior e mais bem sucedida cantora  francesa dos últimos anos.
Podem escutá-la na canção "Les Mots" em duas versões:
Com Seal aqui e
com Abe Laboriel aqui

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Por que o preço das universidades dispara em todo o mundo?

Na França, o custo das universidades subiu 50% em dez anos. Entre as causas do encarecimento, está o aumento da taxa de matrícula defendido por think tanks e organizações internacionais. Nos Estados Unidos, muitos estudantes jamais conseguirão quitar os empréstimos contratados para pagar sua formação.
Para ler o artigo completo de Isabelle Bruno clique aqui

A visita de Einstein ao Brasil

Para usar de uma linguagem mais própria, devemos dizer: como a luz de uma estrela que vem do passado, assim nos atinge a visita de Einstein ao Rio de Janeiro. E com mais propriedade, acrescentar: se os 80 anos-luz que nos separam da estrela Algol fazem dela um lugar muito estranho e diferente da nossa Terra, o mesmo não podemos dizer dos 87 anos que nos separam da boa sociedade do nosso Brasil, quando Einstein nos visitou. Os tipos e personagens brasileiros continuam vivos, com uma sobrevivência além da lógica, arqueológica, deveríamos dizer.
Para ler o texto completo de Urariano Mota clique aqui

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ALAIN BERGALA / ENTREVISTA: A presença da sétima arte nas escolas

Provocativo, Alain Bergala defende que as obras cinematográficas merecem um espaço na Educação tão importante quanto os livros. O cineasta, crítico de cinema e professor da Universidade Paris III, na França, tem consciência do peso e do impacto dessa ideia: foi o responsável por torná-la realidade entre o fim década de 1990 e o início dos anos 2000 em seu país.
Convidado pelo então ministro da Educação Jack Lang, Bergala integrou a equipe do projeto Plan de Cinq Ans pour les Arts et la Culture (em português, Plano de Cinco Anos para as Artes e a Cultura) e elaborou ações e material para reintroduzir a cultura cinematográfica nas regiões em que ela havia desaparecido e desenvolvê-la onde as pessoas só tinham acesso a filmes comerciais ou nem isso, caso do interior do país. Um dos produtos foi a coleção de DVD L'Éden Cinéma, com diversas produções renomadas distribuídas para todas as escolas. A proposta era que, além de ser usada para trabalhar conteúdos curriculares e organizar estudos sobre o gênero propriamente dito, a coletânea fosse explorada para promover debates sobre as histórias. "Tal como as pessoas costumam fazer depois de uma sessão: elas falam sobre os personagens que formam o casal romântico, por exemplo. O cinema foi feito para isso", ele defende.

Leia a entrevista de Alain Bergala aqui

domingo, 7 de outubro de 2012

E POR VEZES, David Mourão-Ferreira - Poema declamado por Teresa Coutinho

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.


Teresa Coutinho
 
Para ouvir o poema na voz de Teresa Coutinho clique aqui 

A suprema caricatura

Recebi, via e-mail [como muitos, imagino], uma fotografia do ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470 em julgamento no Supremo, de costas no plenário, associando-o ao Batman. Essa mensagem, imantada com o brilho reluzente e enganador do verniz das aparências, parece simbolizar e sintetizar uma espécie de redenção do povo brasileiro, que estaria, finalmente, vingado de toda a corrupção e de todas as mazelas da política brasileira por esse novo paladino, “o vingador” – aquele que (re)surge das trevas para nos redimir. Mas, se formos um pouco além das aparências na análise dessa caricata imagem, ela poderá de fato nos ensinar algo: que a fantasia pode mascarar a realidade. E algo mais: que a luz ainda não iluminou, de fato, as trevas. Pobre da sociedade que educa o seu povo através de grotescas caricaturas.
Para ler o artigo completo de Lula Miranda clique aqui

A anistia no Brasil e a construção do esquecimento

Em entrevista à Carta Maior, a historiadora Caroline Silveira Bauer, autora de uma pesquisa premiada sobre os aparatos de repressão das ditaduras do Brasil e da Argentina, desaparecimentos e políticas de memória, fala sobre seu trabalho e analisa o longo processo da transição política no Brasil e a ideologia da reconciliação que tem impacto no país até hoje. O processo de anistia no Brasil, defende, não propiciou uma verdadeira reconciliação, mas sim criou um mito, uma ideologia da reconciliação baseada no esquecimento.

Para ler a entrevista concedida a Marco Aurélio Weissheimer clique aqui

Um tribunal que condena por achar que existe crime onde faltam provas


Fui um dos últimos, talvez o último jornalista a ser processado por crime de opinião nos termos da infame Lei de Segurança Nacional da ditadura, em 1983. Havia feito uma série de reportagens na “Folha de S. Paulo” vinculando uma trama financeira fraudulenta na cúpula da Capemi a personagens proeminentes do antigo SNI, Serviço Nacional de Informações. A acusação contra mim não era que houvesse mentido mas sim que, ao divulgar informações que podiam até mesmo ser verdadeiras, tinha, em hipótese, a intenção de desestabilizar o regime.
Assim era a Justiça da ditadura: julgava pela intenção imputada subjetivamente, não pelo fato. Contudo, meu processo caiu em mãos de um destemido juiz militar, Helmo Sussekind, que me deu o direito da “exceção da verdade”. A exceção da verdade é a figura jurídica que possibilita ao processado fazer a prova de que o que escreveu ou disse era a verdade, independentemente de intenção. Esse, aliás, é o fundamento que torna a liberdade de imprensa efetivamente justa. Do contrário, seria uma cobertura para a calúnia, a injúria e a difamação.
Recordo-me dessa experiência pessoal porque vejo o Supremo Tribunal Federal caminhar para um tipo de jurisprudência, no caso do chamado mensalão, em que se substitui a criteriosa apuração do fato por uma odiosa e subjetiva suposição sobre as intenções. Supõe-se, sem prova convincente, que recursos financeiros mobilizados pelo PT foram usados para comprar votos. Supõe-se, sem prova convincente, que esse esquema de compra de votos foi comandado pelo ex-chefe da Casa de Civil José Dirceu.
Para ler o artigo completo de J. Carlos Assis clique aqui

sábado, 6 de outubro de 2012

Comunidade, Criatividade, Loucura

Muitos autores já escreveram sobre a importância da criatividade para mudarmos o mundo e para o surgimento de um novo ser. Simone de Beauvoir disse: “A vida se ocupa com a própria perpetuação e a superação de si mesma. Se tudo que ela faz é manter a si mesma, então viver é apenas não morrer.” Muito em sintonia com o que o mestre indiano Osho fala no livro Criatividade: Liberando sua Força Interior.
Assim como Simone, Osho acredita que o ser humano não-criativo está apenas não morrendo. “Sua vida não tem profundidade. Sua vida ainda não é vida, mas apenas um prefácio. Seu livro da vida ainda não começou a ser escrito. Na criatividade, está a superação.” Para ele, a criatividade é a maior forma de rebeldia da existência. “Se deseja criar, você tem que se livrar de todos os condicionamentos; do contrário, sua criatividade não passará de mera imitação, será apenas uma cópia de algo.”
Para ler o texto completo de Katia Marko clique aqui

A necessária crítica a uma ciência mercantilizada: a quem servem o publicismo, o citacionismo e o lema “publicar ou perecer”?

"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,

seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence".
(Privatizando, Bertold Brecht, 2007)
 
Em meu trabalho por três anos como Editora Geral da revista Psicologia em Estudo, foi comum o recebimento de mensagens de autores angustiados em saber sobre a tramitação de seus artigos, pois sua aprovação ou não punha em risco a conclusão de sua pós-graduação (mestrado ou doutorado). Professores pesquisadores de séria produção científica também escreviam, preocupados com isso devido às pressões impostas pelos programas de pós-graduação a que estavam vinculados, pois tinham que atestar uma boa quantidade de artigos produzidos em um determinado triênio, sob pena de serem deles sumariamente desvinculados, a despeito da solidez de suas pesquisas e da qualidade de suas aulas ou orientações - estas últimas, fundamentais para a formação de profissionais e pesquisadores compromissados eticamente com a ciência.
Por outro lado, pesquisas apontam um crescente adoecimento físico dos docentes pesquisadores, como, por exemplo, a pesquisa de Santana (2011). Nela o autor evidencia de modo contundente a correlação entre o aumento de produção científica e o número médio anual de orientandos por pesquisador, com maiores ocorrências médicas relacionadas a intervenções cardíacas.Para ler o texto completo de Silvana Calvo Tuleski clique aqui

Para desvendar as novas formas de Política

Pesquisadora da Escola do Futuro provoca: juventude é engajada, solidária e generosa; Educação é que parou na era industrial.
Para ler a entrevista com Drica Guzzi clique aqui

A quem as universidades estão servindo?

No Brasil, as universidades estão entre as instituições públicas mais submetidas a avaliações externas de desempenho. Além de contrariar o princípio da autonomia, previsto no artigo 207 da Constituição Federal, tal excesso de cobrança também pode ser considerado anômalo por induzir desvios de função, em detrimento da geração de bens públicos que não podem ser adequadamente aferidos por meio de indicadores quantitativos.
Em contraste com as atividades produtivas agrícolas e industriais, ou nas áreas de segurança, saúde, transporte e energia, os "inputs" e "outputs" mais essenciais da "função de produção acadêmica" envolvem coisas intangíveis como pensamentos e ideias científicas, políticas ou artísticas.
Podem-se somar quantidades de diplomas concedidos ou de artigos publicados em revistas indexadas, mas não os conteúdos dos diplomados e das publicações. Além disso, atividades como as filosóficas e científicas são caracterizadas por períodos de gestação longos e variáveis, incompatíveis com os objetivos imediatistas subjacentes à ação dos órgãos avaliadores.
Desde o início da peregrinação científica de Charles Darwin, no navio Beagle, até a publicação da "Origem das Espécies", passaram-se 18 anos. Pelos critérios de avaliação vigentes hoje nas universidades brasileiras, esforços científicos de grande fôlego, como o de Darwin, estão completamente fora de cogitação.
Durante o tempo que levou para concluir a teoria da relatividade geral, Albert Einstein publicou alguns artigos em revistas científicas, mas não com intuitos "carreiristas" e sim porque precisava se comunicar com os colegas, para melhor conduzir suas investigações.
Para ler o artigo completo de José Maria Alves da Silva clique aqui

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LUÍS CARLOS PATRAQUIM - Almanaque de lembranças

Segundo as últimas notícias, a literatura moçambicana acabou. Um pré-aviso para este fim inglório, agora anunciado, surgiu há cerca de dois anos quando um grupo de jovens decretou a sua morte. Dada a abolição da pena de morte da ordem jurídica e penal do país, a sentença então pronunciada foi alvo de alguma polémica e causou agitação nos potenciais candidatos ao tenebroso corredor. Ao que tudo indica, quer as providências cautelares quer os recursos interpostos não surtiram o efeito desejado e a sentença final acaba agora de ser proferida. Desconhece-se ainda o teor do acórdão.
Resgatam-se para o almanaque de lembranças algumas imagens, memórias, livros avulsos, versos soltos, primeiros parágrafos de romances e novelas. Parte desse espólio beneficiará, sem dúvida, do soberano princípio da não-retroactividade da Lei. Ao que tudo indica, sobreviverá ainda a literatura oral, dado não existir nenhuma referência a ela no lead ou corpo da notícia que aqui comentamos.
Para ler o texto completo de Luís Carlos Patraquim clique aqui

Neoconservadorismo religioso: fé, dinheiro e comunicação de massa

Os candidatos que surpreenderam por suas intenções de voto em algumas cidades podem não ser apenas “azarões”. Talvez sejam a face mais evidente de um fenômeno político que junta fé, dinheiro e comunicação de massa. Uma legião de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador será eleita fazendo uso dessa receita.
Para ler o artigo completo de Antonio Lassance clique aqui

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

JOSÉ PASTOR DUARTE SILVA - Poema


José António Pastor Duarte Silva (1954-1993) nasceu em Nampula (Moçambique). Foi professor, ativista cultural, encenador de teatro, poeta e contista. Si Silva e Broeiro Duarte São Pedro foram pseudônimos de José Pastor. A sua obra permanece inédita em livro.

POEMA

Nessa madrugada acordei

com o meu peito em flor.

O meu lençol branco

onde ontem me acostei,

estava esverdeado de árvore

e de amor.

 
Gradeados por raízes
meus lábios febris e ardentes
beijaram o nevoeiro

e meus olhos feirais e quentes
saíram do viveiro do meu rosto

e na alvorada um olhar ficou posto.


Voltei ao quarto e a ti.
Escorreguei nos flancos

das colinas do teu corpo
porque chovias suor abundante.

A noite caiu por sobre a tua ausência.

Fiquei só, com o meu lençol branco,
Com tudo aquilo que sou

E mais o pranto!

In: Antologia da Nova Poesia Moçambicana.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PARA ALÉM DO MENSALÃO: A retórica do ódio na cobertura

Os brasileiros no exterior que acompanham o noticiário brasileiro pela internet têm uma impressão de que o país nunca esteve tão mal. Explodem os casos de corrupção, a crise ronda a economia, a inflação está de volta e o país vive imerso no caos moral. Isso é o que querem nos fazer crer as redações jornalísticas do eixo Rio-São Paulo. Com seus gatekeepers escolhidos a dedo, Folha de S.Paulo,Estado de S.Paulo,Veja e O Globo investem pesadamente no caos com duas intenções: inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e destruir a imagem pública do ex-presidente Lula da Silva. Até aí, nada novo. Tanto Lula quanto Dilma sabem que a mídia não lhes dará trégua, embora não tenham – nem terão – a coragem de uma Cristina Kirchner de levar a cabo uma nova legislação que democratize os meios de comunicação e redistribua as verbas governamentais para o setor. Pelo contrário, a Polícia Federal segue perseguindo as rádios comunitárias e os conglomerados de mídia Globo e Abril celebram os recordes de cotas de publicidade governamentais. O PT sofre da síndrome de Estocolmo (aquela em que o sequestrado se apaixona pelo sequestrador) e o exemplo mais emblemático disso é a posição de Marta Suplicy como colunista de um jornal cuja marca tem sido o linchamento e a inviabilização política das duas administrações petistas em São Paulo.
O que chama a atenção na nova onda conservadora é o time de intelectuais e artistas com uma retórica que amedronta. Que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso use a gramática sociológica para confundir os menos atentos já era de se esperar, como é o caso das análises de Demétrio Magnoli, especialista sênior da imprensa em todas as áreas do conhecimento. Nunca alguém assumiu com tanta maestria e com tanta desenvoltura papel tão medíocre quanto Magnoli: especialista em políticas públicas, cotas raciais, sindicalismo, movimentos sociais, comunicação, direitos humanos, política internacional... Demétrio Magnoli é o porta-voz maior do que a direita brasileira tem de pior, ainda que seus artigos não resistam a uma análise crítica.
Para ler o artigo completo de Jaime Amparo Alves clique aqui

Filmes da África e da diáspora: Imagens, narrativas, músicas e discursos

Introdução do livro Filmes da África e da Diáspora, organizado por Mahomed Bamba e Alessandra Meleiro

“(…) os cineastas africanos, ao tomarem parte das estruturas multiculturais da Europa e dos Estados Unidos, entram no nicho de filmes antropológicos tanto na televisão quanto nos cinemas. As pessoas vão assistir aos filmes africanos como se eles retratassem a realidade da África, em vez de vê-los como filmes” (Manthia Diawara, 2007, p.62)

Os textos reunidos neste livro resultam de um exercício hermenêutico coletivo sobre um mesmo objeto: os filmes da África e de suas diásporas. São textos analíticos tecidos a partir de perspectivas diversas: antropológica, literária, sociológica, estética e política. Depois de ter despertado o interesse dos críticos ávidos de novidade, as obras dos cineastas africanos acabaram se constituindo em valiosos objetos de estudo para os pesquisadores universitários. Em resenhas, teses, dissertações e outros trabalhos acadêmicos, os filmes africanos são estudados como “textos” e pretextos a partir dos quais se elaboram reflexões teóricas abrangentes sobre questões identitárias, culturais e ideológicas que formam o bojo do pensamento pós-colonial e dos cultural studies.
Para ler o texto completo clique aqui

terça-feira, 2 de outubro de 2012

ERIC HOBSBAWM: “Como mudar o mundo”

Última obra de Eric Hobsbawm debateu Marx — que via na arte, mais que no trabalho, essência da atividade humana.
Para ler a resenha do último livro de Eric Hobsbawm escrita por Terry Eagleton clique aqui

Lembrança e legado de Eric Hobsbawn

Se Eric Hobsbawm tivesse morrido há 25 anos atrás, os obituários o descreveriam como o historiador marxista britânico mais notável e acabariam mais ou menos aí. Mas ao morrer agora, aos 95 anos, ele atingiu uma posição única na vida intelectual de seu país. Nos últimos anos, tornou-se o historiador britânico mais respeitado de qualquer tipo, reconhecido (se não aprovado) tanto pela esquerda quanto pela direita, e um dos poucos historiadores de qualquer era a desfrutar reconhecimento nacional e internacional genuíno.
Para ler o texto completo de Martin Kettle e Dorothy Wedderburn clique aqui

ENTREVISTA / RAY KURZWEIL: Computadores vão se equiparar à mente humana no ano 2029

Em coisa de 50 anos, a humanidade será completamente diferente do que sempre foi. Máquinas menores que a espessura de um fio de cabelo ajudarão a manter a saúde no interior do corpo e participarão da atividade cerebral, tornando mundos virtuais tão realistas para os sentidos quanto o mundo verdadeiro. E a imortalidade estará ao nosso alcance.
Maluquice? Pode ser. Mas o maior proponente dessas ideias certamente não é maluco. Um dos inventores mais brilhantes das últimas décadas, o americano Ray Kurzweil é um importante impulsor da inteligência artificial há mais de 30 anos. Entre suas criações estão sistemas de reconhecimento de caracteres e de voz.
Aos que torcem o nariz para a sua futurologia, Kurzweil lembra que, usando o mesmo raciocínio, ele foi capaz de prever a explosão mundial da internet quando ela se resumia a 2.000 cientistas usuários, na década de 1980. Ele prevê alguns avanços notáveis que podem servir de balizas para o seu poder de previsão. O inventor sugere, por exemplo, que um computador poderá exibir comportamento que imite de forma indistinguível um ser humano em 2029.
Confira trechos da entrevista que ele concedeu à Folha durante sua última passagem por São Paulo, durante o evento de gestão Fórum HSM aqui

Para compreender as novas ciberguerras

Novo tipo de confronto bélico já começou. Como Estados e exércitos capacitam-se para bloquear capacidade militar de adversários, atingir instalações industriais e própria população civil.
Para ler o artigo completo de Cauê Seignemartin Ameni clique aqui

No princípio era Portugal

Já em 1293, D. Diniz criou uma Bolsa de Mercadorias e seguros navais. Mas Portugal nunca contou com sistemas de crédito semelhantes aos que garantiriam o poderio da Holanda e Inglaterra.
 
 
Como pequeno feudo, rebelado contra castelhanos e mouros, guerreou dois séculos e abriu caminho para sistema-mundo que perdura até hoje.
Para ler o artigo completo de José Luís Fiori clique aqui

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