sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DOUTRINA OBAMA E A GUERRA NA SÍRIA

A política exterior norte-americana apresenta sinais de esgotamento. Não é mais possível aos EUA continuar operando sob o mesmo registro da última década. O mundo não é mais tão dócil aos seus comandos, nem sua situação econômica é doce o suficiente para projetar-se como modelo a ser seguido pela humanidade.
Diante desta encruzilhada o governo democrata atualizou sua estratégia militar para o mundo, reduziu as iniciativas de invasão norte-americana direta, que possui um custo político e econômico alto, e vem promovendo uma forma mais insidiosa de controle geopolítico. Em uma tática similar às empregadas pela administração Reagan (1981-89), que patrocinou oposições armadas contra o governo sandinista na Nicarágua, grupos conhecidos como Contras, o governo de Obama aposta na produção e fortalecimento de dissidências em países que rejeitam o comando de Washington. A onda de protestos em diversos países de maioria muçulmana, a chamada “Primavera Árabe”, foi percebida e explorada como uma janela de oportunidade para a política exterior norte-americana desestabilizar regimes não compatíveis com seu sistema de dominação. Foi assim na Líbia, tem sido assim na Síria.
A lógica de operação estadunidense na nova doutrina imperialista de Washington articula as seguintes linhas de ação: 1) Criação de uma opinião pública internacional e regional anti-regime utilizando como mote “a luta pela democracia”; 2) Ressureição de diferenças étnicas e religiosas no interior dos países, explorando em especial minorias alijadas do poder de estado; 3) Envolvimento e mobilização dos aliados regionais.
A CIA (Central Inteligence Agency)  não apenas colabora com as dissidências armadas, mais do que isso às fomenta, treina, arma e as abastece de suprimentos. No entanto, formalmente, tanto os EUA, quanto seus aliados europeus negam a participação direta nos conflitos, mas declaram apoio aos rebeldes em seus objetivos anti- regime. Depois do desmantelamento da Líbia, a Casa Branca tem a Síria e o Irã como alvos imediatos. 
Para ler a 1a Parte do texto de Pedro Otoni clique aqui 
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