terça-feira, 31 de agosto de 2021

"Sobre a cintura" - Eugénio de Andrade


 



Sobre a cintura




 

 

Deixa a mão


caminhar


perder o alento




até onde se não respira.




Deixa a mão


errar


sobre a cintura


apenas conivente


com o nácar da língua.




Só um grito desde o châo


pode fulminá-la.




A morte


não é um segredo


não é em nós jardim de areia.




De noite


no silêncio baço dos espelhos


um homem


pode trazer a morte pela mão.




Vou ensinar-te como se reconhece



repara



é ainda um rapaz


não acaba de crescer




nos ombros


                  a luz


desatada




a fulva


lucicez dos flancos.



A boca sobre a boca nevava.





Eugénio de Andrade

 

 



Divulgando o último livro do autor do blog Aqui   


Maria Rita Kehl: O viagra do Bozo



Depois do fracassado desfile de tanques de guerra, Bozo conclama “seu” exército, as polícias militares e a multidão de apoiadores de bota e berrante a manifestar, dia 7, seu apoio a outro projeto de golpe. Já repararam? Toda vez que a aprovação do presidente começa a, digamos, perder potência, ele convoca uma motociata. Tivemos uma quarta (ou quinta?), no ano que corre – o que indica que a força do homem que desgoverna o país anda bastante ameaçada. Nessas horas, nada como ter uma máquina possante entre as pernas. Para ler o texto de Maria Rita Kehl clique aqui


Leia "O que está em jogo no Brasil não é somente a destruição do futuro, mas a ruptura completa do pacto civilizatório de 1988" Entrevista com Luis Felipe Miguel clicando aqui


Leia "Cinco anos do golpe: um crime continuado" de Glauco Faria clicando aqui


Leia "O novo léxico da máquina de triturar gente" de Rosângela Ribeiro Gil e Manuella Soares clicando aqui


Leia "Dois marcos temporais, duas visões do passado e um só futuro" de Ruben Caixeta de Queiroz e Juliana Neuenschwander Magalhães clicando aqui


Leia "Nossas vidas pretas" de Helena Tabatchnik  clicando aqui


Leia "O futuro do trabalho é aqui: uberização, autogerenciamento subordinado e modos de vida periféricos" de Ludmila Costhek Abílio clicando aqui


Leia "Trabalho: a nova contrarreforma em detalhes" de José Dari Krein e Renata Dutra clicando aqui


Leia "42 anos da Lei da Anistia: que país é esse?" de Pedro Calvi clicando aqui



O poder do capital faz duas coisas muito bem: mentir e dar boas razões para matar

 



Pesquisador David Sanchéz Rubio do Departamento de Filosofia do Direito da Universidade de Sevilha analisa situação dos direitos humanos no mundo e tentativa de demonizar essa agenda. Para ler sua entrevista clique aqui


Leia "China proíbe menores de idade de gastar mais de três horas por semana com jogos online" de Inma Bonet Bailén clicando aqui


Leia "Theodor W. Adorno e Elisabeth Lenk, uma correspondência" de Bruna Della Torre clicando aqui


Leia "Mundo lotado e as apostas sobre o futuro da população global" de José Eustáquio Diniz Alves clicando aqui


Leia "O Estado haitiano está em situação de falência econômica, política e ambiental" Entrevista com Jean-Marie Théodat clicando aqui


Leia "Como e por que o FBI assassinou Fred Hampton" de Aaron J. Leonard e Conor A. Gallagher clicando aqui






Afeganistão: como o Ocidente aí tropeçou sempre e partiu os dentes


Do “Grande Jogo” à “Guerra Global contra o Terrorismo”, passando pela guerra fria, o Afeganistão tem-se revelado o túmulo dos impérios. Britânicos, Soviéticos e Americanos tropeçaram neste humilhante realidade. Para ler o texto de Antoine Perraud clique aqui


Leia "Como o Talibã tomou o Afeganistão" Entrevista com Paul Rogers clicando aqui


Leia "Novo começo. "A queda de Cabul é uma imagem espelhada da queda do muro de Berlim"" de Raniero La Valle clicando aqui


Leia ""Último soldado" é retrato da humilhação do Ocidente" de Jamil Chade clicando aqui


Leia "Não peçam mulheres-moeda ao Afeganistão" de Berenice Bento clicando aqui


Joyce Cândido e António Zambujo: "Queria Morar Num Boteco"

 



Queria Morar Num Boteco” é um samba da autoria do mineiro Roger Resende, que ganhou popularidade na interpretação de Rodrigo Campello. A cantora brasileira Joyce Cândido escolheu esta composição para primeiro single do seu novo álbum intitulado “Samba Nômade” um intercâmbio com o cantor português António Zambujo. Para assistir à interpretação de “Queria Morar Num Boteco” nas vozes de Joyce Cândido e António Zambujo clique no vídeo aqui


Slavoj Žižek: A última saída para o socialismo

 



Slavoj Žižek escreve à Jacobin sobre como a explosão das crises ecológicas pelo mundo apresenta a necessidade de uma derradeira solução para a humanidade e outros seres na Terra. Será que o socialismo pode ser nossa rota de fuga ou já é tarde demais? Para ler seu texto clique aqui

Trabalho sexual é trabalho

 



Trabalhadoras e trabalhadores do sexo não precisam ser salvos. Eles precisam, e estão demandando, o que todos os outros trabalhadores necessitam: a organização da sua categoria e o poder de ditar os termos de seu próprio trabalho. Para ler o texto de Nathalie Shure clique aqui

Capitalismo acadêmico

 




"O produtivismo acadêmico introjetado nos anos 1990 expressou valorização excessiva da quantidade em detrimento da qualidade e efetividade da produção científica e acadêmica às necessidades do país", escreve Márcio Pochmann, economista e professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais da UNICAMP. Para ler seu texto clique aqui


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

"Paisagem" - David Mourão-Ferreira

 




Paisagem

 

 



Desejei-te pinheiro à beira-mar


para fixar o teu perfil exato.



 

Desejei-te encerrada num retrato


para poder-te contemplar.



 

Desejei que tu fosses sombra e folhas


no limite sereno dessa praia.



 

E desejei: «Que nada me distraia


dos horizontes que tu olhas!»



 

Mas frágil e humano grão de areia


não me detive à tua sombra esguia.



 

(Insatisfeito, um corpo rodopia


na solidão que te rodeia.)



 

 

David Mourão-Ferreira



 

 


Divulgando o último livro do autor do blog Aqui   

O medo da queda de símbolos



A reconstrução do passado, e por tabela da memória, é feita em boa medida para responder aos desafios colocados pela luta de classe no presente. Para ler o texto de Renato Nucci Jr. clique aqui


Leia "7 de setembro: o campo popular deve sair às ruas?" de Gilberto Maringoni e Valerio Arcary clicando aqui


Leia "Implosão do Poder Executivo já começou" de Marcos Coimbra clicando aqui


Leia "Temos de discutir a realidade do país, e não a agenda de Bolsonaro, diz sociólogo Cândido Grzybowski" clicando aqui


Leia ""Raramente vi um país onde a elite tem tanto desprezo pelos pobres como o Brasil", diz Noam Chomsky" clicando aqui


Leia "Pochmann: a possível reinvenção da política" clicando aqui


Leia "Ruralistas trabalharam para adiar julgamento do Marco Temporal, revela Neri Geller" clicando aqui


Leia "A grana contra os indígenas" de Tatiana Dias clicando aqui


Leia "No sufoco das crises, o poeta e o historiador nos ajudam abrindo a 'janela para o pensamento'" Entrevista com Heloísa Starling clicando aqui


Leia "A luta pelo Despejo Zero, apesar do veto de Bolsonaro" de Karla Maria  clicando aqui


Leia "A atualidade de um filósofo brasileiro singular" de Nahema Falleiros clicando aqui


Leia "Memórias que resgatam o legado de Paulo Freire" de Maiara Rauber clicando aqui


Leia "Anita: história de um romance" de Flávio Aguiar clicando aqui


Leia "Os ecos do Orvil em 2021, o livro secreto da ditadura" de Lucas Pedretti clicando aqui


Leia "Lei Aldir Blanc e a crise da Cultura" de Rodrigo Juste Duarte clicando aqui


Leia "Educação Em Foco, v. 24 n. 43 (2021)" clicando aqui


Denis Souchon: Afeganistão e a reescrita da História - "Quando os jihadistas eram nossos amigos"

 



Este texto de 2016 resume as posições manifestadas pela imprensa francesa na década de 1980, revela-se de uma extrema ironia face às de hoje. Mostra, sobretudo, que a guerra conduzida durante os últimos vinte anos pelos Estados Unidos e seus aliados da OTAN estava submetida aos seus interesses estratégicos (o mesmo se poderia dizer das intervenções anteriores de outros países), desprezando as consequências dos apoios que prestaram aos ditos rebeldes. Estes derivaram em organizações fundamentalistas, radicalizadas, que nada têm que ver com a imagem, de certo modo idílico, que a imprensa (francesa e não só) oferecia nos anos de 1980 sobre os ditos moujahedines afegãos. O texto apresenta pois a curiosidade de ser uma reescrita da História, feita pelos media franceses e o mesmo se passou por outros espaços geográficos, ao sabor dos interesses do complexo político-militar americano e da sua geopolítica. O texto descreve-nos uma história idealizada para satisfazer esses mesmos interesses e nessa idealização da história participam jornais franceses importantes, jornalistas importantes. Gente notável, sublinhe-se. E aqui levanta-se uma séria questão: onde está a famosa independência dos media quando estes vivem do poder que eles próprios sustentam? Para ler o texto de Denis Souchon clique aqui


Leia "Reino Unido e EUA reativam coalizão internacional contra o Estado Islâmico" de Rafa De Miguel clicando aqui


Leia "O risco agora é um novo ciclo de guerra contra o terrorismo" Entrevista com Lucio Caracciolo clicando aqui


Leia "Por que Biden não será responsabilizado pelo Afeganistão" de Daniel Williams clicando aqui


Leia "A UE procura consenso face à crise migratória no Afeganistão" de Maria G. Zornoza clicando aqui


Cliff Richard - "Everything I Do"



Para assistir à interpretação de "Everything I Do" na voz de Cliff Richard clique no vídeo aqui

 

Fotografando erupçõers vulcânicas na Islândia: uma viagem pela arte de Anna Isabella Christensen

 



Anna Isabella Christensen, fotógrafa que vive na Islândia, caminhou nada menos que 25 vezes até o local do vulcão ativo Fagradalsfjall para tirar uma série de autorretratos diante do raro fenômeno natural. Os resultados são mágicos, sobrenaturais e quase surreais e demonstram a magnitude do poder da natureza. As fotografias são completamente naturais, o que significa que não foram manipuladas ou ajustadas com software de computador. Seu objetivo é simbolizar "renascimento e abandono do velho". Esta sessão de fotos é corajosa ou um pouco descuidada? De qualquer maneira, os resultados são de tirar o fôlego. Para assistir à realização deste trabalho fotográfico clique no vídeo aqui

Navegando pelo cinema

 



Bolsonarismo filmado e antecipado 


Para ler o comentário de Bruno Leites sobre filmes que anteciparam a atual destrutividade brasileira clique aqui




O cinema de Ingmar Bergman em perspectiva


Dono de uma das filmografias mais invejadas por seus pares e reverenciadas pelos amantes de cinema, o sueco Ingmar Bergman não foi um cineasta convencional. Dotado de um olhar capaz de capturar e mostrar a alma humana, lançou obras, nos seus mais de 60 anos de carreira, que são debatidas e discutidas até hoje não só pelo seu primor cinematográfico, mas pelos questionamentos existenciais presentes em cada filme do diretor. Para ler o texto de André Cardoso clique aqui


Primeira longa-metragem da marroquina Maryam Touzani, teve a sua estreia na Secção Un Certain Regard em Cannes de 2019. Um debut delicado, urgente e refrescantemente seguro de si mesmo que nos dá a conhecer o outro lado da sororidade. Para ver o trailer clique aqui



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