"Com as fronteiras às costas" - Latifa Meskini
Com as fronteiras às costas
Uma pátria de cartão.
Umas fronteiras de ferro.
Uma cor escura que tinge
o odor a brisa queimada.
Uns olhos de gelo fundido,
um solo regado com secura,
o ventre vazio e a esperança
como uma vela eterna
que não acaba, que não se apaga,
cruza um mar de areia
para se encontrar
de novo com a miséria,
com a pátria desejada,
com a detestada fronteira.
Sonhos de um flamenco africano
com o sinal na testa
de proibida a passagem
para uma nova vida,
para uma dignidade ignorada.
Latifa Meskini*
*Nasceu em Fez (Marrocos) em 1970. Começou a publicar os seus poemas em jornais. Em 2004 foi-lhe
atribuído, pelo seu primeiro livro, A viagem esquecida, de 2003, o Prémio da Casa da
Poesia de Marrocos, e, em 2009, o Prix du Maroc du Livre, pelo seu livro A
garganta cega, publicado nesse mesmo ano. Publicou ain da, em
2007, Esboços das telas da paixão.
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