quarta-feira, 8 de maio de 2024

Não é Plano Marshall. Precisamos de um New Deal. E isso é incompatível com o arcabouço




PRECISAMOS DE UM NEW DEAL, um novo acordo, com a ousadia que os governantes dos Estados Unidos tiveram há noventa anos. Para ler o texto de Gilberto Maringoni clique aqui

 

Heverton Lacerda: Presos em sua "bolha opaca", governantes negligenciaram as previsões sobre a tragédia no RS


Brian Mier, Bryan Pitts, Kathy Swart, Rafael R. Ioris & Sean T. Mitchell: O envolvimento dos EUA no golpe que culminou com a eleição de Bolsonaro


Fabian Falconi - A Faixa de Gaza é aqui: por que armas israelenses alimentam conflitos no Brasil?


André Gattaz: A opinião pública, Israel e Palestina


Rafael Lopes Batista: O silêncio da filosofia brasileira sobre Gaza


Michel Goulart da Silva: Os trabalhadores, as instituições de ensino e a greve da educação federal


Ricardo Antunes analisa o inferno da precarização


Christina Queiroz - População de rua: quando a saída ainda é mitigar


Biden poderia impedir o ataque de Netanyahu a Rafah?

 






Um ex-oficial de segurança nacional dos EUA avalia os limites do poder dos EUA para influenciar Israel em tempos de guerra. Para ler o texto de Gregory F. Treverton clique aqui


























Giulia Be: "Perfeita"




Para assistir à interpretação de "Perfeita" na voz de Giulia Be clique no vídeo aqui

 

Navegando pelo cinema





O cinema de Messora e Salaviza com o povo indígena Krahô: "uma mesa farta para todos"




"A Flor do Buriti" (2024), "Crowrã" no original, é a segunda longa-metragem que resulta da aliança de cinema entre o realizador português João Salaviza (Lisboa, 1984), a realizadora brasileira Renée Nader Messora (São Paulo, 1979) e o povo indígena Krahô. Esta experiência coletiva de cinema é a parte mais visível de uma relação de amizade, que leva o casal de realizadores a viver longos períodos com os Krahô na aldeia Pedra Branca, onde filmaram "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos" (2018)A autoria do guião deste segundo filme, que mistura ficção com o real, é partilhada com dois dos seus principais atores - Ilda Patpro Krahô e Francisco Hỳjnõ Krahô - e com Henrique Ihjãc Krahô, protagonista de "Chuva é Cantoria". Para ler o texto de Anabela Roque clique aqui







"Foram Os Sussurros Que Me Mataram"




O filme narra a história de Ingrid Savoy, uma celebridade prestes a entrar em um reality show, que se encontra confinada em um quarto de hotel. Entre visões premonitórias, um ataque de paparazzi e atentados anarquistas que assolam a cidade, a artista vive sob a constante ameaça de um escândalo iminente. Para ler o texto completo clique aqui







"Guerra Civil" nos lembra o preço que pagaremos se nosso país afundar na loucura




"O filme de Alex Garland mostra aos americanos que uma guerra civil não será muito diferente daquilo que veem na televisão quando são informados das guerras na África e no Oriente Médio. Seu país, paradigma de progresso, não será tão especial quanto vocês pensam", escreve Iñigo Sáenz de Ugarte, em artigo que pode ser lido clicando aqui


Nos caminhos da arte

 


O navio da morte


Há uma sombra de mistério que envolve a biografia daquele que assinava seus livros por B. Traven. No entanto, como o próprio Traven desabafou certa vez, cansado de ser incomodado por investigadores quase paparazziz, “a biografia do homem criativo carece por completo de importância. Não reconhecer o homem através de sua obra significa que ou ele ou sua obra não valem nada. Por isso, o homem criativo não deve ter outra biografia senão sua obra. É nela que expõe sua personalidade e sua vida à crítica dos demais”. Para ler o texto de Alexandre Juliete Rosa clique aqui







A belíssima arte de papel da artista portuguesa Sena Runa




É raro ver pessoas que abandonam seu emprego em tempo integral para fazer o que amam, mas a artista portuguesa Sena Runa teve essa sorte. Ela cria uma arte de papel única e até escreveu um livro detalhando as técnicas que usa. Até agora, já criou mais de 1.200 peças de arte. Confira alguns de seus trabalhos clicando aqui

Para assistir a um vídeo acelerado que mostra como a artista dá início a cada trabalho clique aqui








Reflexões sobre o tempo presente





Universidades como fábricas

Para mim, na atual onda de manifestações pela liberdade de expressão nos Estados Unidos, a novidade está em que foram os administradores das universidades que pediram à polícia que atacasse os estudantes”, escreve Branko Milanović, economista sérvio-americano e professor da Universidade da Cidade de Nova York. “Hoje, seu papel é o de ser diretores-gerais de fábricas que se chamam universidades. Estas fábricas possuem uma matéria-prima que se chama estudantes e que convertem, em intervalos regulares anuais, em graduados”, avalia. Para ler seu texto clique aqui






A direita sequestrou o conceito de liberdade




Quando a direita captura um conceito essencial, um projeto emancipador precisa ressignificá-lo. Não a partir do individualismo, mas da justiça social e do resgate do tempo que o capital sequestra. Pois só uma vida digna pode ser livre. Para ler o texto de David Harvey clique aqui


 





 Considerar a possibilidade do fim do mundo humano não é mais uma alegoria ou metáfora

Ensaísta, sociólogo e professor universitário, Eduardo Grüner é autor dos livros "Un género culpable", "Las formas de la espada", "El fin de las pequeñas historias", "La oscuridad y las luces" e uma grande antologia: "Lo sólido en el aire: El eterno retorno de la crítica marxista", entre outros. Participou de revistas como SitioCinégrafoConjeturalConfinesEl cielo por asalto e El Rodaballo, e sua obra foi reconhecida por diversas instituições. Além disso, participou da Assembleia de Intelectuais em apoio à Frente de Esquerda e dos Trabalhadores. Seu novo livro, "La tentación del desastre", publicado por Red Editorial - acompanhado de um posfácio de Celeste Medrano -, apresenta uma série de debates a partir de autores da antropologia singulares e “heterodoxos”, do século passado, em uma reflexão teórica e política que nos convida a pensar a situação/tentação do desastre atual, produzida pelo capitalismo, tão mundializado quanto autodestrutivo e sem freios à vista. Para ler a entrevista de Eduardo Grüner clique aqui


terça-feira, 7 de maio de 2024

"minha excêntrica amiga chamada poesia..." - M.h.

 



minha excêntrica amiga chamada poesia me contou que ela enterrou meu

 coração na


montanha mais alta, no pico mais alto e que eu devia ir buscá-lo para preencher

 o buraco no


meu peito


quando cheguei, ele estava enterrado debaixo de nada mais além de neve


então pedi carinhosamente para que toda neve entrasse em mim e deixasse que

 eu pegasse


meu coração de volta.


bom, eu o peguei, mas minha excêntrica amiga poesia tem desgostado de mim

 por eu ser fria


como toda neve que corre em minhas veias, substituindo todo sangue, me dando

 um ar menos


humano.


M.h.


Para ter acesso ao mais recente livro de poesia "Nas sílabas do ventodo autor do blog clique aqui

Tragédia do Rio Grande do Sul. Um desastre previsto




Segundo o cientista, há 50 anos a ciência alerta sobre os riscos e perigos das mudanças climáticas, sem que fossem adotadas medidas eliminar os combustíveis fósseis; o resultado estamos vendo agora. Para ler o texto de Paulo Artaxo clique aqui


Luciano Velleda: Tragédia histórica expõe o quanto governo Leite ignora alertas e atropela política ambiental


Camila Bezerra: Gestão do RS colocou estado à venda e permitiu deterioração ambiental


Saúde Única: um olhar sobre as enchentes do RS


Joaquim Monteiro: A esquerda deve elevar o debate ambiental à práxis marxista


Cândido Grzybowski: Recuperar o sentido do comum e do pertencimento: uma questão central para uma democracia intensa


Fernando Castilho: Haddad se encanta com o neoliberalismo


Graça Druck e Luiz Filgueiras: Por que estamos em greve


Valéria Pilão: Racismo na Escola: não basta remediar


Wilson Roberto Vieira Ferreira - Celebração de Madonna, fiasco do 1º de Maio e calamidade pública no RS: espasmos da realidade


Francisco Fernandes Ladeira: Madonna e a esquerda


Revista Informática na Educação: teoria & prática, v. 26, n. 2 (2023)


Outro crime sionista - a destruição psicopática de Rafah




Esta manhã, o exército israelita ordenou que centenas de milhares de refugiados se deslocassem da parte oriental de Rafah para a área já destruída e também superlotada em torno de Khan Younis. Horas depois, começou a bombardear e destruir o lugar. A parte leste de Rafah inclui a travessia de Rafah para o Egito, através da qual alimentos e outras necessidades entram em Gaza. Também inclui a maior unidade de saúde ainda existente. Como a entidade sionista provavelmente continuará em seu padrão habitual, o lado leste de Rafah será completamente destruído. Depois disso, fará o mesmo com sua parte oeste. Não restará um único edifício em Gaza que seja habitável. Para ler o texto completo clique aqui




 

Salman Rafi Sheikh: Palestina e a queda da democracia neoliberal


Julio da Silveira Moreira: Palestina - Universidades e escolas destruídas


Martin Jay: A verdadeira razão pela qual Macron está a empurrar a narrativa das tropas francesas para a Ucrânia


Piotr Akopov - Se for sem a NATO, então não há problema: como preparamos os europeus para a guerra contra a Rússia


M. K. Bhadrakumar: EUA e Rússia se enfrentam no Níger


Luiz Marques: A opção da Europa pelas trevas


Tarik Cyril Amar: A mágica do Ocidente para esconder sua hipocrisia


Pablo Calvi: A terapia de choque de Javier Milei está destruindo a Argentina


Gavin O'Reilly: Irlanda, Bielorrússia e Grã-Bretanha - hipocrisia da imigração


Yuliya Novitskaya - Alikber Alikberov: "O estudo do Oriente é o estudo de nós mesmos" PARTE 3


José Manuel de Sacadura Rocha: Ensaio sobre a transmutação do homem burguês - parte II


Liza Featherstone: Para salvar o planeta, exproprie os ricos


José Raimundo Trindade: Energia fóssil e meio ambiente - os limites da acumulação capitalista


João Bernardo: Sobre o dinheiro. 7


Mariana Carneiro: Portugal - Para combater alguma coisa é preciso reconhecer a sua existência


Mariana Aydar e Mestrinho: "Te Faço Um Cafuné"

 




Para assistir à interpretação de "Te Faço Um Cafuné" por Mariana Aydar e Mestrinho clique no vídeo aqui

Navegando pelo cinema





Com "O Dublê", Ryan Gosling comprova mais uma vez sua versatilidade e conforto como ator cômico




Quando, para seu mais recente longa, “Era uma Vez em Hollywood” (2019), Quentin Tarantino escreveu a cena na qual o dublê Cliff Booth (Brad Pitt) encara uma briga supostamente amistosa com um soberbo Bruce Lee (Mike Moh) ao questionar suas habilidades, o diretor e roteirista inseriu uma fala do astro oriental em dúvida acerca do fato de Cliff ser mesmo um dublê. “Sabe, você é meio bonito para ser um dublê”, afirma Bruce, no set de “Besouro Verde”. “Pois é. Vivem me dizendo isso”, replica Cliff com ironia. Ao ver o bonitão do Ryan Gosling representando o dublê Colt Seavers no filme homônimo do diretor de “Atômica” (2017), “Deadpool 2” (2018) e “Trem Bala” (2022), David Leitch, a lembrança desse hilário momento tarantiniano é inevitável. Mas não somente por perceber os dois atores privilegiados nos padrões de beleza hollywoodianos atuando como dublês e não como astros naquele ambiente de metalinguagem fílmica, mas por notar as dificuldades para se manter em tal ramo da indústria cinematográfica e que, tanto o diretor de “Pulp Fiction” (1994) quanto Leitch homenageiam de modo louvável em suas respectivas obras.  Para ler o texto de João Paulo Barreto clique aqui








Um século de documentários brasileiros




Quem estuda a sério o Brasil, mais cedo ou mais tarde, vai passar pelos livros de Darlene J. Sadlier. A professora da Universidade de Indiana em Bloomington é uma das mais devotadas pesquisadoras de temas brasileiros, portugueses e latino-americanos dos Estados Unidos. Já traduzidos para o português ela tem "Nelson Pereira dos Santos", amplo estudo da obra do cineasta, lançado aqui em 2012; "Brasil Imaginado – de 1500 até o Presente"; e "A Diáspora em Língua Portuguesa", este editado em Portugal. Seus outros livros tratam de Fernando Pessoa, Cecília Meireles, escritoras portuguesas pós-revolucionárias, melodramas latino-americanos, a política de boa vizinhança dos EUA na América Latina e o filme cubano "Memórias do Subdesenvolvimento". À espera de uma imprescindível tradução para o português está "A Century of Brazilian Documentary Film – From Nationalism to Protest", publicado em 2022 pela editora da Universidade do Texas. Ali Darlene coloca sua paixão pela pesquisa e sua escrita objetiva e atraente a serviço de uma história do documentário brasileiro. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui






 "Dias perfeitos" - o peso do ordinário



“Dias perfeitos” expõe não as fissuras de pequenas belezas cotidianas, mas a rotina como forma de proteção contra o inesperado, o encontro, o outro, a reflexão. Para ler o texto de Alex Rosa Costa clique aqui


Nos caminhos da arte





A mão que escrevia". Uma morte que obriga a revisitar o passado




Circunstâncias desagradáveis obrigam Liv Jensen a deixar o emprego na polícia de Aalborg e voltar para a sua casa de infância. Liv sonha com um cargo no departamento de homicídios, mas tem que se contentar em trabalhar como detetive particular num caso que recebe do seu amigo e mentor, Petter Bohm. Trata-se da morte, por estrangulamento, de um jornalista cultural. O caso obriga-a a revisitar o passado, viajar para a costa oeste da Jutlândia e mergulhar num dos capítulos mais sombrios da história dinamarquesa. Esta é a trama de "A Mão que Escrevia", de Katrine Engberg. Confira um excerto deste livro clicando aqui

 






A artista Timea Papp faz arte com pedras




A arte assume muitas formas hoje em dia. Os artistas modernos agora usam uma tela que você normalmente não esperaria ou materiais que você nunca teria pensado em usar. Timea Papp é uma dessas artistas que usa pedras como atração principal. Papp geralmente obtém inspiração e os materiais de que precisa na própria natureza. Seu processo é bastante intrigante. Ao coletar todas as pedras, ela tenta encontrar formatos e formas dentro de cada uma das pedras. Esta deve ser uma tarefa demorada. A partir daí, ela constrói o que vê a partir de cada pedra. Confira sua coleção interessante e maravilhosa clicando aqui

Veja mais de seu incrível trabalho no vídeo aqui







Fotografia do ano do World Press Photo retrata palestiniana abraçada à sobrinha morta




O prémio de Fotografia do Ano do concurso World Press Photo foi atribuído à imagem de uma palestiniana abraçada ao corpo da sobrinha, morta a par da mãe e da irmã por um míssil israelita, anunciou hoje a organização. Para ler o texto clique aqui


Reflexões sobre o tempo presente





Matteo Lancini:  Inútil proibir as redes sociais a crianças frágeis




"Juntamente com vários colegas, tenho trabalhado no tema da dependência da internet há quase duas décadas. Não é possível elencar a infinidade de propostas e iniciativas nesse sentido de que ouvi falar e em que estive envolvido. Gostaria de declarar que foram inúteis, mas em vez disso revelaram-se deletérias, contraproducentes. A dissociação de uma sociedade que continua a testemunhar às crianças que o sucesso pessoal, social, profissional e econômico em todos os setores, assim como a explicitação do próprio papel parental, passa pela utilização cotidiana das redes sociais, nada mais fez do que confirmar quão frágeis são os adultos de hoje, levando os adolescentes a recorrer à internet, vista como interlocutor mais confiável do que os adultos, constantemente conectados", escreve Matteo Lancini. 

Ele é psicólogo e psicoterapeuta com formação psicanalítica. Presidente da Fundação “Minotauro” de Milão e professor do Departamento de Psicologia da Universidade Milão-Bicocca e da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Católica de Milão. É diretor do Mestrado “Prevenção e tratamento do vício em internet na adolescência” e leciona na Escola de Formação Minotauro em Psicoterapia para adolescentes e jovens. Para ler sus entrevista clique aqui








Restituir a importância à profissão de ensinar é o melhor remédio contra as dificuldades da Escola




"A Escola está desorientada - como está desorientado o discurso educativo - porque é cada vez mais difícil fazer existir e transmitir de uma geração a outra o sentido da Lei como condição da possibilidade vital do desejo. No entanto, o sentido da Lei não se reanima olhando para o passado, lamentando nostalgicamente uma Escola disciplinar, pré-1968, fundada nos ideais patriarcais da obediência e do autoritarismo. É verdade que nos momentos de desorientação a tentação da recuperação nostálgica da autoridade indiscutível é máxima, mas nunca é o caminho certo", escreve Massimo Recalcati, psicanalista italiano. Para ler seu texto clique aqui








Gary Gerstle: O neoliberalismo convenceu pessoas de diferentes ideologias de que seriam mais livres




No seu novo livro, o historiador Gary Gerstle discute o processo de nascimento, construção e domínio daquilo que chama de ordem política neoliberal. Para ler o texto de Andrés Villena Oliver clique aqui

segunda-feira, 6 de maio de 2024

"Poema inacabável" - Manuel de Freitas

 



Poema inacabável

 




Many loved before us, I know


that we’re not new…


– podia começar assim,


com uma dessas canções


profanas e furibundas


a que se regressa sempre


nos partidos tempos da vida.



Mas não creio que o alento possa voltar


a ser o daquelas manhãs de junho


em que uma despedida precoce ditou leis


que eu cumpri demasiado bem.


Que tem isso a ver contigo, dirás,


e a resposta cala-se no meu peito,



asfixia lentamente nas sílabas


do teu nome em forma de punhal,


enquanto eu, o próprio, ando por aí


a ver passar os navios que já não passam


e a preparar tabernas disponíveis


para a velhice que virá.


Já não sou, acredita, esse príncipe



de um reino que quis imundo e breve.


E sei agora que as algemas do amor


doem mais quando os pulsos mal abertos


calafetaram a memória numa travessa


sem espera. De pouco serve importunar-te:



és apenas o álibi dilacerante


de um poema que eventualmente terá


alguma coisa a ver comigo, nada


que mereça a pena que aliás nada merece.



E hás-de ter uma vida, uma família, um cão,


como toda a gente tem mesmo que não tenha,


inventando paliativos cheios de calor,


do sossego, que nunca curaram ninguém


da peste real do amor: esta vontade


de beber por mãos alheias o sangue derramado,


suspenso num sorriso em chamas


sobre o qual já tudo foi dito e ainda nada.



Que te protejam, na noite serrada,


as mais frias certezas e a boca da catástrofe


que não beijou nem quis o poema inacabável.



Manuel de Freitas




Para ter acesso ao mais recente livro de poesia "Nas sílabas do ventodo autor do blog clique aqui

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