"Poema de homenagem ao poeta Herberto Helder..." - Maria Machamba
Como não podia deixar de ser, um poema de homenagem ao poeta
Herberto Helder ...
Nem as folhas dormindo o silêncio,
podem lançar já as sementes à beira do vento,
na urgência da carne, desfez-se
o ruminar da estrofe.
podem lançar já as sementes à beira do vento,
na urgência da carne, desfez-se
o ruminar da estrofe.
Mas nenhum poder destrói o poema,
quando ri ou ferra.
quando ri ou ferra.
[Se feito borboleta morta,
fica para ali pendurado num quadro,
a fazer pouco uso
do troféu do encantamento]
fica para ali pendurado num quadro,
a fazer pouco uso
do troféu do encantamento]
É o poema,
afinal,
que na magia de um só dia,
pode carregar as estrelas
e plantar vinhedos nas eternidades,
ir para lá do astronómico,
ou ficar na cota soleira de um girassol.
afinal,
que na magia de um só dia,
pode carregar as estrelas
e plantar vinhedos nas eternidades,
ir para lá do astronómico,
ou ficar na cota soleira de um girassol.
Poeta,
vai lá, então, aprender com os silêncios.
e nós, vivos, a respirar
o jeito das palavras,
contra o tempo e a carne
como quando eras um espelho de pé.
Deixaremos os jardins a brilhar com teus olhos.
vai lá, então, aprender com os silêncios.
e nós, vivos, a respirar
o jeito das palavras,
contra o tempo e a carne
como quando eras um espelho de pé.
Deixaremos os jardins a brilhar com teus olhos.
Quando o poeta morre,
o poema também chora?
o poema também chora?
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