"Terceira Metade": Transnacionalização de talentos e tecnologias no cinema moçambicano
Diferentemente de outros países africanos, Moçambique teve, mesmo antes de sua independência, uma relação privilegiada com o cinema. A nova República Popular de Moçambique, tornada independente em 1975, iniciou um processo de transformação política, social e cultural, em muito inspirado nos exemplos soviéticos e cubanos.
A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique –, visando cumprir objetivos políticos, investiu fortemente na produção de filmes, especialmente no gênero documentário, e soube utilizar o cinema como meio de afirmação e unificação – em um país que conta com 28 línguas reconhecidas e muitos dialetos – bem como meio de pressão diplomática.
Além da produção, a exibição de filmes moçambicanos também tornou-se uma prioridade para o governo no período pós-independência. Em 1978, a pequena indústria de distribuição e exibição é nacionalizada, e é criado o “Cinema Móvel”, trinta e cinco carros equipados para projeções itinerantes que levavam às aldeias os filmes intitulados Kuxa Kanema (“Nascimento do Cinema”). O cinema móvel difundia o discurso do governo em zonas rurais, bem como propiciava a descoberta do cinema para platéias de regiões remotas.
A continuação do artigo de Alessandra Meleiro e Mahomed Bamba, pode ser lido aqui.
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