A bomba de Hiroshima em Gaza
Há um tempo em que a poesia
parece um luxo, uma alienação, um traste inútil, uma ocupação desonrosa, de
fazer vergonha ao poeta, que se vê acovardado no meio do mundo. É um tempo em
que a pornografia migrou da pedofilia, dos abusos e animalidade. Porque em Gaza
hoje, na guerra e no desprezo à pessoa humana, se faz melhor, mais eloquente
pornografia.
Aquela informação acadêmica que
nos chegava do filósofo Adorno, de 1951, quando ele escreveu: “Escrever poesia
depois de Auschwitz é bárbaro. E isso corrói até mesmo o conhecimento de por
que se tornou impossível escrever poesia hoje”, essa frase do filósofo alemão,
que expressava o desacordo de razão e sentimento diante do horror, foi nestes
dias atualizada. Nesta última quarta-feira 6 de agosto, enquanto se dava um
cessar-fogo precário, um intervalo dos palestinos pelo Estado de Israel, o
mundo também lembrava os 69 anos da explosão da bomba atômica em Hiroshima. Mas
que coincidência, poderíamos dizer, se na história houvesse coincidências.
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Urariano Mota clique aqui
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