Na morte do poeta moçambicano Eduardo White (1963-2014)
Morreu este domingo de madrugada, no Hospital Central de Maputo, o poeta
moçambicano Eduardo White, um dos nomes mais significativos da actual
literatura moçambicana e autor de uma extensa bibliografia, inaugurada há 30
anos com Amar sobre o Índico (1984). Tinha 50 anos.
A morte de Eduardo White ocorreu às 3h da manhã, segundo uma mensagem
colocada por familiares na página de Facebook do escritor, que algumas horas
depois já tinha mais de centena e meia de mensagens lamentando o
desaparecimento do autor de Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia
de Ser Ave(1992), Janela para Oriente (1999) ou O
Manual das Mãos (2004).
Eduardo Luís de Menezes Costley-White nasceu a 21 de Novembro de 1963 em
Quelimane, de mãe portuguesa e pai inglês. É um dos poetas ligados à fundação
da revista bimestral Charrua, da Associação de Escritores
Moçambicanos (AEMO), que em meados dos anos 80 contribuiu para renovar a
literatura do país.
Para ler o texto completo de Luis Miguel Queirós clique aqui
Leia o texto de Eduardo White “Requerimento
de um cidadão desiludido consigo mesmo” clicando aqui
Leia
também o seu texto “MANUAL DAS MÃOS” (excerto) clicando aqui
País de
mim
42.
O peso da vida!
Gostava de senti-lo à tua maneira
e ouvi-la crescer dentro de mim,
em carne viva,
não queria somente
rasgar-te a ferida,
não queria apenas esta vocação paciente
do lavrador,
mas, também, a da terra
e que é a tua
Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar,
repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido
Deixa nele crescer o sol
até tarde,
deixa-o ser a asa da imaginação,
a casa da concórdia,
só nunca deixes que sobre
para não ser memória.
O peso da vida!
Gostava de senti-lo à tua maneira
e ouvi-la crescer dentro de mim,
em carne viva,
não queria somente
rasgar-te a ferida,
não queria apenas esta vocação paciente
do lavrador,
mas, também, a da terra
e que é a tua
Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar,
repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido
Deixa nele crescer o sol
até tarde,
deixa-o ser a asa da imaginação,
a casa da concórdia,
só nunca deixes que sobre
para não ser memória.
Eduardo
White
0 comentários:
Postar um comentário