"Solidão a duas vozes" - Nuno Bermudes
Solidão a duas vozes
Desde
que existo que te espero
no
vazio leito de minha solidão
a
duas vozes
-
duas vozes que disseram
tudo
o que havia para dizer
e
só por falta de coragem
nunca
disseram não
Por
isso vem a qualquer hora,
meu
amor,
Vem,
como se nosso encontro
tivesse
sido combinado
num
outro encontro
antigo
e verdadeiro
apesar
de só imaginado
Nuno Bermudes, poeta moçambicano
(1921-1997). In: “Exílio voluntário”
0 comentários:
Postar um comentário