sábado, 12 de julho de 2014

BARBÁRIE COM FACE HUMANA


Nas reportagens para a televisão sobre os protestos em Kiev contra o governo de Viktor Yanukovich, víamos, seguidamente, imagens de manifestantes derrubando estátuas de Lênin. Era um jeito fácil de demonstrar raiva: as estátuas funcionavam como símbolo da opressão soviética, e a impressão que se tem da Rússia de Vladimir Putin é que ela continua a política soviética de dominação russa dos vizinhos.
Tenha-se em mente que foi só em 1956 que as estátuas de Lênin começaram a proliferar em toda a União Soviética: até então, estátuas de Stálin eram bem mais comuns. Mas depois da denúncia “secreta” de Stálin por Kruchev no 20º Congresso do Partido Comunista, as estátuas de Stálin foram substituídas, em massa, pelas de Lênin: Lênin era, literalmente, um substituto de Stálin. Isso ficou igualmente claro com uma mudança, em 1962, no expediente do Pravda. Até então, no canto esquerdo superior da primeira página do jornal do Comitê Central do PC soviético havia um desenho de dois perfis, o de Lênin e o de Stálin, lado a lado. Logo depois que o 22º Congresso rejeitou publicamente Stálin, seu perfil não só foi removido, mas substituído por um segundo perfil de Lênin: agora havia dois Lênin idênticos impressos lado a lado. Em certo sentido, essa estranha repetição tornava Stálin mais presente do que nunca em sua ausência.
Para ler o texto completo de Slavoj Žižek clique aqui

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