segunda-feira, 21 de julho de 2014

Marx e Ucrânia: contra a "Realpolitik" infantil


“Jamais esqueceremos que os trabalhadores de todos os países são nossos amigos e os déspotas de todos os países nossos inimigos.”
(Primeiro Manifesto do Conselho Geral da I Internacional sobre a Guerra Franco-Alemã, 19 de julho de 1870)
Nas revoluções burguesas europeias de 1848-1849, que removeram e fizeram aparecer no cenário da História muitas nacionalidades oprimidas, resultava característico que, sempre que o movimento ucraniano se incrementava em força e voz, declarassem-no de imediato como “invenção” de qualquer “potência estrangeira” ou mesmo do maquiavélico Metternich; inclusive na Rússia pré-revolucionária considerou-se entre os social-democratas que a questão nacional ucraniana era uma “quimera” de Bismarck, ou do “Estado-Maior alemão”, ou até mesmo do Vaticano. A Ucrânia era uma falsa terra reclamada por alguma potência como própria, por motivos históricos ou culturais. Na imprensa burguesa revolucionária os ucranianos eram etiquetados como um povo a-histórico, contrarrevolucionário de “camponeses e ‘popes’ [sacerdotes do rito grego] “. Quando em 1890, Engels escreveu em Genebra para o diário Sotsialdemokrat russo seu estudo sobre “A política exterior do Czarismo” (por certo, posta no Index por Stálin), os editores Vera Zasulitch e o pai do Marxismo russo, Georg Plekhanov, protestaram escandalizados contra uma passagem na qual Engels designava aos ucranianos como nacionalidade “especial, diferente dos russos” e que haviam sido anexados “pela força” em 1772. O marxismo russo ortodoxo, do qual evoluiu o nacional-bolchevismo stalinista, considerava os ucranófilos (antigos “rutenos” sob a nobreza polonesa e o Czarismo) com desprezo e hostilidade. Não era raro que entre 1918-1919 o Exército Vermelho fuzilara as pessoas na Ucrânia meramente por falar ucraniano, língua que se considerou “contrarrevolucionária” per se na época do dominus Stalin.
Para ler o texto completo de Nicolás González Varela clique aqui

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