Há cem anos, a barbárie
Nenhum desastre na história do mundo foi mais previsível nem de preparação mais demorada. O grande romance de Robert Musil, O homem sem qualidades,[1] mostra a elite vienense nos meses antes da guerra, com suas preocupações pequenas, sem se dar conta de que o mundo dela estava às vésperas de sumir. É o maior antirromance europeu, porque a premissa autorreferencial – os protagonistas não sabem o que todos os leitores sabem – impede que o romance tenha fim. Não há escolhas certas, porque nada pode impedir que aquele mundo-bolha exploda. Depois de Musil – meta-Musil, por assim dizer – vem a grande evacuação. O romance é considerado obra-prima no mundo de língua alemã. Poucos norte-americanos o conhecem e, dentre esses, ainda menos são os que compreendem o romance.
Agora, quando se aproxima o 100º aniversário da 1ª Guerra Mundial, ouviremos número infindável de variações de lamentos pela Civilização Ocidental. Todos dirão mais ou menos o seguinte: no auge de sua prosperidade, de descobertas científicas e de realizações de grande arte, as nações europeias, de repente, inexplicavelmente, mergulharam em massacres mútuos e prepararam o terreno para o grande massacre que viria, de 1939 a 1945. Nada disso. Está errado, simplesmente errado.
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