Viagem a um Brasil cindido
O coração de Amélia disparou ao perceber que um carro preto se aproximava lentamente até frear. “Não, nem conheço vocês”, responderia, assustada, depois que um dos ocupantes baixou o vidro escuro e lhe mandou subir. A jovem tentaria escapar segundos depois, ao perceber que a ordem ganhava rispidez e se transformava em ultimato, “Entra logo!”, mas não conseguiu.
“Estava de salto e não pude correr”, justifica. A voz é baixa, as mãos não param de amarrotar um pedaço colorido do vestido. “Então, um deles pegou meu cabelo, tapou minha boca e me colocou pra dentro.”
O sequestro se transformou numa longa sessão de agressões e abusos sexuais que Amélia, nove meses depois, ainda não conseguia verbalizar. Repetia apenas “Judiaram muito de mim” ou “Me judiaram bastante” para descrever o que passou nas mãos de três homens e as mãos que passaram sobre seu corpo de 19 anos, rodando pelas ruas da cidade com o som ligado no último volume.
“Tentei quebrar o vidro com meu sapato, chutando, mas um deles pegou minha perna e sentou em cima”, relata. “O outro me segurava e tapava minha boca pra eu não gritar. O que estava dirigindo tinha um revólver.”
Para ler o texto completo de Tadeu Breda clique aqui
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