quarta-feira, 16 de julho de 2014

A política externa dos presidenciáveis

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As eleições presidenciais de 2014 oferecem ao cidadão brasileiro a oportunidade de influenciar a política do Estado frente ao seu contexto internacional. Embora este possa parecer um aspecto secundário do processo eleitoral, decisões quanto a tratados de comércio internacional, envolvimento em operações de paz e normas internacionais de direitos humanos têm impactos diretos sobre a vida do brasileiro. À medida em que a democracia se aprofunda e que o cidadão comum, graças às tecnologias de comunicação, tem maior conhecimento da inserção internacional de seu Estado, a natureza da política externa como política pública se aprofunda. O Itamaraty, como instituição de excelência que é, tem sua própria política de diplomacia pública.
Até agora, estão colocadas duas opções de política externa na pauta eleitoral. A primeira é a da candidatura à re-eleição da presidenta Dilma Rousseff, que é a de continuidade de uma política externa que enfatiza a promoção do desenvolvimento, a diversificação das relações internacionais do Brasil em direção ao Sul Global e o multilateralismo. A segunda é a da candidatura do senador Aécio Neves, que é a de um retorno à política externa neoliberal dos anos FHC, com um realinhamento aos interesses do Atlântico Norte (e dos EUA, mais especificamente) e um arrefecimento da cooperação Sul-Sul, incluindo aí uma redução do Mercosul a uma zona de livre-comércio.
Eu bem que gostaria de avaliar uma proposta inovadora de política externa, mas não há sinais de inovação oriundos nem do atual governo (em relação às diretrizes de política externa observadas desde Lula), nem da candidatura de Aécio Neves (em relação ao que foi praticado no governo FHC). A candidatura do governador Eduardo Campos e da ex-senadora Marina Silva, se já nebulosa enquanto projeto político nos seus aspectos nacionais, é ainda mais enigmática em seus aspectos internacionais. Se há algo que podemos esperar de um governo Campos-Silva, é a paralisia. A estreita base partidária desta candidatura, sua base de suporte regional fora do sudeste do país e a falta de clareza de seu projeto político tendem a agudizar os problemas que já vivenciamos hoje sob o “presidencialismo de coalizão”. Ademais, as candidaturas de Dilma e Aécio são as mais viáveis de acordo com as pesquisas de intenção de voto. Por isso, minha análise a seguir não irá avaliar os rumos que a política externa brasileira poderia tomar em um possível governo Campos-Silva.
Para ler o texto completo de Felipe Amin Filomeno clique aqui

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