quarta-feira, 9 de julho de 2014

A pluralidade étnica incompleta da Copa do Mundo

O rebelde Benzema, Pogba e Sakho, astros da França. Lógica empresarial do futebol aceita negros e árabes entre os astros, mas converteu arquibancadas em espaços para elites
O rebelde Benzema, Pogba e Sakho, astros da França. Lógica empresarial do futebol aceita negros e árabes entre os astros, mas converteu estádios em espaços para elites

As maquiagens étnicas dos 32 times da Copa do Mundo refletem as camadas sedimentares da migração global, nos últimos 500 anos. A destruição colonial, pelos europeus, dos indígenas na América nos dá os times quase inteiramente europeus no Chile, Argentina e México; a Austrália poder considerada uma versão deste fenômeno na Oceânia.
Em grande parte do Novo Continente, a conquista foi seguida pela importação maciça de trabalho escravo africano, o que está expresso na mistura afro-europeia do Brasil, Equador, Honduras, Costa Rica, Colômbia, Uruguai e Estados Unidos; embora neste último país os latinos constituam uma categoria étnica própria. Em todo o continente, o futebol continua a ser um território de mobilidade social para jovens pobres e imigrantes. No Equador, os afro-equatorianos representam apenas 6% da população, mas quase todo o plantel do time.
A mesma lógica acabou funcionando na Europa Ocidental, onde as equipes foram moldadas por duas ondas de movimentos mais recentes. Durante as migrações que acompanharam a descolonização e o longo boom econômico do pós-guerra, a Inglaterra formou uma comunidade africana-caribenha; a Alemanha recebeu trabalhadores turcos e a França absorveu os africanos francófonos; os congoleses representam o mesmo para a Bélgica; os surinameses, para a Holanda.
Para ler o texto completo de David Goldblatt clique aqui

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