quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Espetáculo da violência, sociedade doente

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As cenas exibidas no jogo Atlético Paranaense e Vasco da Gama, em Joinville (SC), na última rodada do Brasileirão – para além de todos os erros das autoridades públicas e privadas, que poderiam ter evitado ou minimizado o problema –, são a confirmação da falência do Estado e das instituições democráticas para lidar com um fenômeno que se repete com enorme frequência diante da passividade de quem deveria buscar soluções e acionar mecanismos para evitar atos de selvageria, dentro e fora dos estádios.
Para uma parcela das torcidas, o jogo de futebol deixou de ser a principal motivação para ir aos estádios. A adrenalina de confrontos com torcedores adversários parece produzir mais sensação de prazer do que um grito de gol. Parece haver uma glorificação da brutalidade, como, por exemplo, na ascensão como fenômeno de massa, com direito a cobertura permanente da televisão, das lutas sangrentas do UFC e MMA. Não é isso, isoladamente, que produz violência nas ruas ou nos estádios, mas algo está errado numa sociedade que elege esses confrontos à condição de espetáculo até mesmo na principal rede de TV do país. Não demorou, é claro, para que seus principais lutadores se transformassem em ídolos para crianças, adolescentes e adultos.
Talvez não seja apenas uma coincidência que o principal narrador esportivo do “país do futebol” leve também todo o seu entusiasmo às lutas marciais. Não, não há relação direta entre uma coisa e outra, eu sei. Mas ninguém pode fugir à contradição de, numa determinada hora e lugar, animar o “vale-tudo” e, em outra, fazer a apologia da paz e do fair play.
Para ler o texto completo de Celso Vicenzi clique aqui

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