Dependência de drogas: o problema é a gaiola
Ao estampar em sua capa, na última quinta-feira (16/1), a imagem de uma
paciente do novo programa para usuários de drogas de S. Paulo fumando crack
após o trabalho, a Folha
de S. Paulo praticou um atentado à privacidade da pessoa em
tratamento médico, desencadeando crise de
choro e revolta. E foi além. Na tentativa de “demonstrar” uma tese conservadora
(a de que as terapias humanizadas são ineficazes para dependentes de drogas),
ele ignorou um experimento científico realizado há mais de trinta anos. Já no
final da década de 1970, o psicólogo canadense Bruce Alexander demonstrou que a
socialização é, claramente, o melhor caminho (se não o único) para enfrentar a
dependência química. Sua pesquisa, que passou a influenciar profissionais de
saúde em todo o mundo, está descrita até em formato de quadrinhos –
inclusive traduzidos para o português (veja-os ao fim deste post). O fato de
prevalecer até hoje, entre os velhos jornais brasileiros, a velha crença em
métodos de punição e encarceramento só demonstra o atraso destas publicações.
0 comentários:
Postar um comentário