LÍNGUA & LINGUAGEM: Estamos apenas repetindo preconceitos?
Sou linguista de formação e me incomodo cada vez que vejo dúzias de replicações de uma postagem que ridiculariza cartazes e pichações que trazem em algum “erro” (as aspas são propositais, veremos o porquê depois). Tais “erros” normalmente são expressos pela materialização de algum pecado ortográfico ou alguma impropriedade de concordância verbal ou nominal. A brincadeira ganhou proporções que eu jamais imaginaria. Até grandes jornais (como a Folha de S.Paulo), que já não são há tempos o exemplo mais conservador de nossa última Flor do Lácio – Olavo Bilac que me perdoe – entraram na brincadeira. Outros exemplos de tal preconceito seriam um respeitado site de entretenimento (Catraca Livre) que divulgou um pretenso jogo de gramática de uma editora paulistana que pouco faz além de evidenciar o desconhecimento de expressões gramaticais fossilizadas e curiosidades totalmente distantes do cotidiano.
Existe muito mais aí do que uma brincadeira. Estamos, na verdade, chancelando a ideia de que existem formas de falar que são melhores que outras, formas de escrever que são merecedoras de perpetuação ao contrário de outras, que merecem ser extintas. Junto com isso, está a ridicularização de quem não domina determinada variação linguística assumida como padrão. Entendo que academicismos não são muito bem vindos em blogs. Esse foi o último, prometo ser direto daqui para frente, nada de ficar citando mil estudos, usar termos técnicos incompreensíveis. Tratarei a questão com a mesma informalidade que a trataria em uma mesa de bar, usando exemplos do meu próprio cotidiano.
Para ler o texto completo de Rodrigo Esteves de Lima Lopes clique aqui
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