Reescrevendo a História
Não
sei se vocês lembram, ou que fim levou, aquela história de censurarem,
expurgarem ou proibirem um livro infantil de Monteiro Lobato, por aspectos
considerados racistas. De vez em quando, fico um pouco impaciente e pergunto
por que não proíbem logo Os Sertões, com tanto racismo contido na parte que
todo mundo diz que leu, mas não leu, a referente ao homem. Deve ser porque, de
fato, não leram, senão a grita ia poder começar até mesmo por Itaparica, onde
somos todos, de acordo com a visão dele, mestiços neurastênicos do litoral. A
antropologia da época tinha convicções que podem hoje ser qualificadas de
racistas, mas era a ciência de então e no mesmo barco estão outros cuja obra
haverá de merecer ser reescrita ou banida, como Oliveira Vianna ou Sílvio
Romero. Imagino que devemos até nos surpreender por ainda não terem começado
uma reavaliação da figura de Machado de Assis, sob a acusação de ele ter sido
um mulato alienado metido a branco, ou uma condenação da crítica, por não o
haver qualificado de maior escritor negro do Brasil.
Para ler o texto completo de João Ubaldo Ribeiro clique aqui
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