As cabeças cortadas de Sergio Bianchi
Quem conhece os filmes de Sergio Bianchi sabe que a sutileza não é o seu forte. Sabe também, em compensação, que neles não há lugar para a complacência e muito menos para a hipocrisia. Implacável, inflexível, seu dedo costuma tocar direto nas feridas que outros artistas preferem ignorar ou contornar. Não é diferente com seu novo trabalho, Jogo das decapitações.
Desta vez, o protagonista é Leandro (Fernando Alves Pinto), um estudante de pós-graduação que prepara mestrado sobre a esquerda no período da ditadura militar. Sua mãe é uma ex-prisioneira política (Clarisse Abujamra) que dirige uma ONG de direitos humanos empenhada em conseguir indenizações para vítimas do regime. Seu pai (Paulo César Pereio), artista libertário preso por atentado ao pudor na juventude, virou prisioneiro comum décadas depois por ter matado uma mulher. Numa rebelião num presídio, ele pode ser um dos mortos não identificados, mas também pode ser um dos fugitivos.
É entre esses dois polos – a militância convencional de esquerda encarnada pela mãe e a pulsão transgressora do pai – que transita o atormentado rapaz.
Para ler o texto completo de José Geraldo Couto clique aqui
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