Um novo balanço de Junho
Inspirado por três dias de barricadas e insurreição nas ruas de Paris, em junho de 1848, Karl Marx escreveu que o “leão proletário” tinha se levantado e rugido. O proletariado parisiense revoltoso foi rapidamente vencido, mas a sua face sombria e ameaçadora chegara à cena da história. Nas “jornadas de junho” brasileiras, em 2013, a multidão mostrou a sua face de modo semelhante. Embora não tenha vencido imediatamente, este leão também pode anunciar notícias sobre nosso futuro.
Dizer que as revoltas surgidas nas ruas de Rio e São, em 2013, foram organizadas na forma da multidão significa dizer que, – em vez de dirigidas pelo partido ou uma direção centralizada ou mesmo um comitê de liderança acima das massas, – os movimentos foram auto-organizados, conectados horizontalmente pelo território social. Os movimentos não foram (e não se esforçam por ser) unificados e homogêneos, mas sim encontraram meios adequados para exprimir suas diferenças e antagonismos internos – e apesar de (ou por causa de) suas diferenças, descobriram maneiras de troca comum e cooperação, gerando uma série de demandas e perspectivas agrupadas na luta. Tal multidão não é desorganizada e não se forma espontaneamente, ao invés disso, ela requer uma atividade constante e intensa de organização.
Para ler o texto completo de Michael Hardt clique aqui
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