Mulheres da Periferia, por elas mesmas
“Somos a irmã que cuida dos irmãos mais novos até a mãe voltar
do serviço e que lava a louça do almoço enquanto o irmão vai jogar bola. Somos
aquelas que amam os filhos das patroas. Somos as ‘mãezinhas’ que gritam nos
corredores das maternidades. Somos quem chora quando nossos filhos são mortos
por serem suspeitos. Somos mães de abril, maio, de junho, setembro. Somos as
mães que trabalham para as filhas estudarem. Somos as filhas que se formam na
universidade para as mães voltarem para a escola.
“Somos aquela que, depois de oito horas de trabalho e quatro
horas no transporte público, ainda passa a roupa e nina o bebê. Somos quem vai
no posto atrás de remédio e pra agendar consulta pra daqui a cinco meses. Somos
quem cria abaixo-assinados para pedir creches. Somos quem denuncia que a
vizinha apanha do marido. Somos operárias, empreendedoras, manicures,
jornalistas, costureiras, motoristas, advogadas. Somos esposas, mães, irmãs,
primas, tias, comadres, vizinhas. Somos maioria. Somos minoria. Pobres, pretas,
brancas, periféricas. Migrante, nordestina, baianinha, quilombola, indígena.”
Para ler o texto completo de Andressa Pellanda clique aqui
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