MÍDIA & SOCIEDADE: Convulsões sociais e ideologia elitista
Na recente história do Brasil, poucos anos tiveram um início tão conturbado quanto o atual. Mesmo levando em consideração que 2014, por ser o ano da segunda Copa do Mundo em nosso país e de eleições presidenciais, começou repleto de expectativas, é fato que poucos analistas imaginavam que os meses de janeiro e fevereiro seriam marcados por tantas convulsões sociais. Conforme a experiência nos tem mostrado, em tempos de acirramento de conflitos entre classes, a ideologia elitista da grande mídia tupiniquim, muitas vezes escamoteada pela hipocrisia cotidiana, tende a aflorar com maior intensidade.
Entre os exemplos recentes que corroboram as ideias expostas acima, podemos citar as tendenciosas coberturas dos “rolezinhos” (eventos convocados pelas redes sociais em que jovens da periferia combinam passeios em shopping-centres), da passeata do MST em Brasília e sobre a repercussão de uma foto divulgada no Facebook em que um jovem negro está acorrentado a um poste. Em todos os acontecimentos citados, salvo raras exceções, é fácil constatar que a atuação dos grandes meios de comunicação teve a clara intenção de manipular a realidade e, por outro lado, direcionar a opinião pública para um posicionamento contrário aos setores mais vulneráveis de nossa sociedade.
Segundo o Jornal da Band, os chamados “rolezinhos” são “invasões de jovens, em que os participantes dizem que o objetivo é apenas diversão, mas os encontros apavoram os lojistas e clientes, e frequentemente há registros de furtos e vandalismos”. Para Rachel Sheherazade, âncora do SBT Brasil, os membros dos “rolezinhos” são arruaceiros que se reúnem em locais privados e “tocam” o terror. “Será que só vamos tomar uma providência [contra os “rolezinhos”] quando os arrastões migrarem das periferias para os shoppings de luxo?”, questionou a jornalista, em uma nítida tentativa de criminalizar a população periférica.
Para ler o texto completo de Francisco Fernandes Ladeira clique aqui
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