Qual cultura e de quem?
Escola de Artes Visuais da National Gallery, Departamento de Mbare, Zimbabwé
A maioria dos meninos e das meninas que cresceram neste bairro, nos anos 70, encontravam-se a cinco minutos de um cinema, de uma biblioteca, de um centro desportivo, de uma igreja e de uma escola. Um ambiente educacional e cultural rico para os pequenos, diriam. Ainda por cima, tratava-se de uma das mais diversas comunidades multi-étnicas. Muitas pessoas da terra e além fronteiras queriam viver na próspera capital de um pequeno país rico. Enquanto os residentes locais haviam trazido essas incrivelmente ricas culturas e a sua arte, a infraestrutura da cidade impôs uma cultura urbana e encorajou certo tipo de artes.
Qual cultura e de quem?
Antes da independência do domínio britânico em 1980, Mbare era uma área onde viviam os pretos. Os brancos não viviam aqui, excepto, ocasionalmente, o pároco católico. Os polícias e superintendentes brancos das autoridades locais apareciam apenas de manhã e iam-se embora à noite. Viviam nos subúrbios brancos ou em bairros resguardados pelas áreas industriais e comerciais.
Um par de ruas principais ligava o bairro ao resto do mundo, e essas ruas podiam ficar vedadas pela polícia quando os pais do meninos começavam a fazer barulho a propósito dos direitos humanos e das condições de vida na zona. A julgar pela forma como a polícia se comportava, os episódios esporádicos em que perseguiam os pretos com cães, motocicletas e veículos antimotim, por vezes, para as crianças, parecia ser uma brincadeira de crescidos. Fazia tudo parte da paisagem cultural urbana. Uma pequena comunidade branca de origem europeia governara o Zimbabwé desde 1896 e tinha ‘construído’ uma nova ‘nação’, chamada Rodésia, cultura incluída.
Para ler o texto completo de Farai Mpfunya clique aqui
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