domingo, 9 de fevereiro de 2014

Desmilitarização das polícias: 'A UPP é o ápice da militarização da segurança pública'

Fábio Nassif
"A própria imprensa dá muita ênfase quando ocorre uma ação letal da polícia no fato da vítima ter ou não antecedente criminal. Eu acho que essa cultura tem a ver com resquícios da escravidão e da permanência do racismo." 
Delegado da Polícia Civil no Rio de Janeiro, Orlando Zaccone, 49 anos, é implacável na crítica à militarização da segurança pública. Formado em jornalismo e direito, Zaccone ocupa há 14 anos este posto. É conhecido nos movimentos de direitos humanos e antiproibicionistas não só por ter as opiniões que tem sendo um policial, mas pelo seu esforço em diagnosticar as raízes do Estado autoritário que vivemos. O delegado foi peça importante para desmontar a tese de que o ajudante de pedreiro, Amarildo de Souza, desaparecido no dia 14 de julho de 2013, havia sido morto por traficantes. Zaccone ajudou a comprovar que o morador da Rocinha havia sido pego por policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). 
Na entrevista concedida à Carta Maior, o delegado analisa a permanência dos resquícios de autoritarismo no Brasil, a "cultura do extermínio", a farsa da "guerra às drogas" e arremata dizendo que não acredita "numa reforma da polícia sem uma ampla mudança na política que necessariamente passe por um movimento da sociedade". 
Confira a entrevista de Orlando Zaccone clicando aqui

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