terça-feira, 2 de dezembro de 2014

MANOEL DE BARROS (1916-2014): Notas sobre o poeta


Manoel de Barros morreu. Como sempre, o fato causou matérias jornalísticas e a repetição de documentários da TV. O poeta é tipicamente associado à natureza. Seus depoimentos, de certa forma, confirmam essa visão, mas com uma característica especial, ou melhor, duas. Uma: sua poesia é ligada a sua infância (disse ele). Outra: poesia é subversão da linguagem.
A poesia de Manoel de Barros fala da natureza de uma forma muito característica. Não se trata de valorizá-la, embora também faça isso. Trata-se mais de celebrá-la, mas pela observação. No caso dele, isso implica opô-la à civilização. O poeta diz frequentemente que aprende com ela. Assim, não é retrato de paisagem, como característica de um país. A natureza é fonte de sabedoria.
Manoel de Barros não fala da natureza, simplesmente. O que sua poesia faz é inventar uma linguagem que se opõe, estruturalmente, à linguagem da cultura, de uma cultura. A linguagem de sua poesia se torna primitiva, como se fosse anterior à cultura, para mostrar que a natureza (as plantas, as águas, os bichos) antecede o homem. Com ela deveria aprender, ou se aproximar dela, se não igualar-se a ela.
Para ler o texto completo de  Sírio Possent clique aqui

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