Jacques Rancière: a democracia deles e a nossa
Recém-lançado no Brasil, O Ódio à Democracia (Boitempo, 128 págs, R$ 29), do filósofo francês Jacques Rancière, é um ensaio potente, pronto a ser lido de um fôlego só. Embora tenha sido publicado na França há quase dez anos, o livro nos é incrivelmente atual. Mais ainda: ele parece ter um tom quase profético quando olhamos para o Brasil de hoje.
Afinal de contas, estamos atolados em um pântano feito de manifestações fascistas que alentam a ideia de um novo golpe militar, de relatos incessantes de agressões físicas e intimidações nas redes sociais sobre quem não se alinha com essas pulsões (sobretudo eleitoralmente), de casos crescentes de crimes de ódio contra homossexuais, índios e outras minorias, da ideia cada vez mais consensual de que a política é ruim, temos mais é de nos contentar com o gerencialismo e assim por diante.
Rancière problematiza o que seria essa democracia sobre a qual tanto falamos, não raro perdida em meio a tantas confusões. Mas ele também fala sobre seus adversários: e eles não são apenas as manifestações de intolerância pontuais ou os projetos neo-autoritários, mas de um ponto quase sempre ignorado pelo pensamento político, que é o que há de autoritário no nosso próprio sistema político “normal”. O fascismo cotidiano e mascarado de cada dia. Na França, a máscara do poder na normalidade atende pelo nome de republicanismo.
Para ler o texto completo de Hugo Albuquerque clique aqui
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