MÍDIA & GEOPOLÍTICA: Ao povo, sua própria voz
“É chamado de espírito livre aquele que pensa de modo diverso do que se esperaria com base em sua procedência, em seu meio, sua posição e função, ou com base nas opiniões que predominam em seu tempo. Ele é a exceção, os espíritos cativos são a regra? estes lhes objetam que seus princípios livres têm origem na ânsia de ser notado ou até mesmo levam à interferência de atos livres, isto é, irreconciliáveis com a moral cativa” (Trecho de Humano, demasiado humano (p.157), de Friedrich Nietzsche)
Os espíritos livres sobre os quais escreve Nietzsche não se encontram em todos os lugares. Tornarse um, com sentimento próprio de mundo, é quase uma revolução interna. São mudanças incômodas que incitam um passado recheado de cordas onde se entendem certas morais que beiram grandes conservadorismos. No mundo, esses grandes nós têm laços feitos que se aderem a muitos lados. São cursos longos de poder, microfísicos, como bem pontuou Foucault. A mídia está em boa parte dessas formas, lapidando amarras que se estabeleceram dentro de um sistema em que exercem domínio e trazem à tona interesses próprios.
Os atuais protestos e a história recente da Venezuela mostram muito desse jornalismo voltado para as grandes corporações. São profissionais de todo o mundo que tentam, diariamente, passar aos seus leitores, telespectadores, ouvintes e internautas o que acontece no país. Sem sucesso. Devem ser repórteres, pois, que não saem dos prédios em que estão hospedados, que cultivam a rotina de um jornalismo feito do escritório. Sem possibilidades, portanto. Sem capacidade para conhecer o que vem do povo, em seu todo, desde o centro até as periferias das cidades. Essa omissão contribui para um desconhecimento do que realmente faz com que um número realmente considerável de venezuelanos seja livre para acreditar no chavismo, mesmo após a morte de Hugo Chávez.
Para ler o texto completo de Francielly Baliana clique aqui
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