COPA DO MUNDO: O silêncio de Galeano
Domingo, enquanto aconteciam as finais dos estaduais pelo país, tive o prazer de ver Eduardo Galeano falar sobre futebol e ditadura na Bienal do Livro de Brasília. Ao final, perguntaram o que ele pensa sobre os protestos contra a Copa do Mundo. O autor de As veias abertas da América Latina respondeu em português: eu só queria dizer que esse é um tema muito importante e não estou em condições de responder com a profundidade necessária. Não estou aqui para vender hielo a los esquimales. Estou aqui para aprender, não para ensinar.
Óbvio que o uruguaio tem razões ideológicas para se calar, mas isso não exclui a nobreza do seu silêncio. Você pode ou não concordar com a obra de Galeano, mas é incontestável que ele, ao lado de Benedetti, Vargas Llosa, Cortázar, García Márquez, Guimarães Rosa e outros, é um dos documentaristas da América Latina. Ajudou a escrever a cartilha sobre a nossa identidade.
Isso faz do seu gesto uma lição de humildade, já que parar, pensar e refletir antes de opinar está cada dia raro. Em tempos em que a Copa do Mundo, parece ser culpada de todos os problemas do país, a verborragia virtual sobre o assunto está cada dia mais desinformada, preconceituosa, rancorosa e, pior, violenta.
Para ler o texto completo de Maria Carolina Lopes clique aqui
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