domingo, 27 de abril de 2014

Dirceu: Homem-teste

É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro. A rigor, o pedido de investigação telefônica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui. Implica em invadir poderes -- monitorar ligações telefônicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa -- e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize  a abertura de um processo contra a presidente da República. O que queremos? Brincar de golpe? Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo? Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido -- o que permite perguntar até se tenha ocorrido -- nos ajuda a  pensar numa hipótese de ficção científica. Estão querendo um atalho atingir a presidente? Assim, com a desculpa de que é preciso apurar um depoimento secreto? Nem é possível fingir que é possível levar a sério um pedido desses. Por isso não é tão preocupante que uma procuradora do DF tenha feito tenha assinado um pedido desses. É folclórico, digno dos anais da anti-democracia e da judicialização. O preocupante é a demora de Joaquim Barbosa em repelir o pedido. Rodrigo Janot, o PGR, já descartou a solicitação. Mas Joaquim permanece mudo. O que ele pretende? O que acha que falta esclarecer? Honestamente, cabe perguntar: qual é a dúvida? 

Para ler o texto completo de Paulo Moreira Leite clique aqui

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