Amor livre e emancipação na Revolução Russa
Antes mesmo da revolução sexual dos anos 60, a ideia de amor livre já rondava a sociedade russa. Em 1917, quando os bolcheviques chegaram ao poder, o norte de uma sociedade mais igualitária passava também por questionar a monogamia, emancipar e dar direitos iguais às mulheres, que deixariam as tarefas domésticas para alcançar condições materiais semelhantes às dos homens. É o que mostra o livro Mulher, Estado e Revolução, recém-lançado pela editora Boitempo. Nele, a historiadora Wendy Goldman explica como a Revolução Russa e seus frutos modelaram os eventos do século XX de maneira tão profunda a ponto de seus ecos ressoarem até os dias de hoje.
Segundo Goldman, especialista em história da Rússia e da União Soviética, apesar de o stalinismo e as forças repressoras terem ajudado a esvaziar o que era inicialmente a revolução e seu significado, o grande experimento soviético tem muito a ensinar. Wendy combina história política e social para recuperar tanto os ideais debatidos por juristas e políticos, como também o cotidiano de operárias e camponesas 100 anos atrás. “Os bolcheviques lutavam para que, sob o socialismo, a instituição ‘família’ definhasse; para que o trabalho doméstico não remunerado das mulheres fosse substituído por lavanderias, creches e refeitórios comunitários; para que o afeto e o respeito mútuos substituíssem a dependência jurídica e financeira como base das relações entre os gêneros. Uma geração de legisladores soviéticos se empenhou em concretizar essa visão e, como parte dela, em 1920, legalizaram o aborto, que passou a ser considerado um serviço público e gratuito”, lembra Goldman em um trecho do livro.
Para ler o texto completo de Marsílea Gombata clique aqui
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