MIA COUTO: "O último voo do flamingo"
A leitura de Mia Couto caminha
numa variante do realismo fantástico; melhor seria dizer que, como um mago, ele
trabalha uma espécie de animismo fantástico, em que as almas encarnam em gentes
com as tradições e as magias do seu pedaço de mundo, que não é somente
Moçambique, mas todo o continente africano.
Adota, num tempero que é
seu, os nomes que por si só explicitam características psíquicas e
comportamentais de seus personagens. Se ele transita pelo trágico, é certo que
nele também encontramos um profundo e delicioso lirismo que ao poeta nos ata,
prendendo-nos até o final em uma leitura que é feita sofregamente, mas à qual
retornaremos muitas vezes para, somente então, degluti-la em seu âmago.
Como Guimarães Rosa, Mia
Couto enriquece o linguajar com neologismos extremamente adequados a cada
circunstância, num poetar que flui autêntico e doce, unificando a estética aos
pensamentos, tradições e expressões de sua gente.
Para ler o texto completo de
Carlos Russo Jr clique aqui
0 comentários:
Postar um comentário