O efeito Strangelove: Como somos levados a aceitar uma nova guerra mundial
Há poucos dias estive a rever o filme Dr.
Strangelove. Já o assisti talvez uma dúzia de vezes; dá sentido a notícias sem
sentido. Quando o major T.J. 'King' Kong entra em conflito com os russos e
envia o bombardeiro nuclear B52 contra um alvo na Rússia, quem tem que
tranquilizar o Presidente é o general 'Buck' Turgidson. Ataque primeiro, diz o
general, afinal "são apenas 10 a 20 milhões de mortos, no máximo". Presidente Merkin Muffley: "Não vou ficar na
história como o maior assassino de massas desde Adolf Hitler". General Turgidson: "Talvez fosse melhor,
senhor Presidente, que se preocupasse mais com o povo americano do que com a
sua imagem nos livros de história".
O génio do filme de Stanley Kubrick é que
representa com rigor a loucura e os perigos da guerra-fria. A maior parte dos
personagens baseia-se em pessoas reais e em maníacos reais. Não há hoje ninguém
equivalente a Strangelove, porque a cultura popular está dirigida quase
totalmente para as nossas vidas interiores, como se a identidade seja o
zeitgeist moral e a verdadeira sátira seja redundante; mas os perigos são os
mesmos. O relógio nuclear parou às cinco para a meia-noite; as mesmas bandeiras
falsas estão hasteadas sobre os mesmos alvos pelo mesmo "governo invisível",
como Edward Bernays, o inventor das relações públicas, descreveu a propaganda
moderna.
Para ler o texto completo de John Pilger clique aqui
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